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Opinião

Dia da Menopausa: saiba por que doenças cardiovasculares são o tema de 2023

Qual a doença que você acha que mais mata mulheres no mundo? É provável que você imagine que seja o câncer de mama, certo? Mas, na verdade, a causa principal das mortes femininas são as doenças cardiovasculares.

A cada 80 segundos, uma mulher perde a vida por esse motivo (é mais do que câncer e acidentes, por exemplo). Das mortes que acontecem todos os anos por doenças desse tipo no mundo, 55% são homens e 45% são mulheres. Ou seja, estamos praticamente empatadas com eles em relação a isso. E a notícia mais impactante: 80% dessas mortes poderiam ser evitadas com mudanças no estilo de vida.

Não é por menos que o tema escolhido pela Sociedade Internacional da Menopausa para o Dia Mundial da Menopausa 2023, celebrado em 18 de outubro, tenha sido a doença cardiovascular.

Os estudos mostram que, se a menopausa ocorrer em uma idade particularmente precoce (ou seja, abaixo dos 45 anos) ou em uma idade considerada prematura (ou seja, abaixo dos 40 anos), isso pode acelerar o possível desenvolvimento de doenças cardiovasculares. No entanto, a menopausa na idade média de 51 anos pode levar a um risco aumentado de desenvolvimento da doença.

O termo "doença cardiovascular" abrange uma ampla gama de distúrbios, incluindo doença arterial coronariana, que é um bloqueio ou espasmo das artérias que levam sangue para o coração. Isso impede que o coração seja devidamente nutrido e o paciente pode experimentar sintomas como dor/peso no peito ou falta de ar. Isso é chamado de angina. Se não for controlada, pode causar um ataque cardíaco. Há ainda AVC, insuficiência cardíaca, entre outras.

Por que tantas mulheres morrem de doenças do coração?

"Antigamente, as mulheres tinham outro estilo de vida. Hoje, a jornada de trabalho dupla entre casa e trabalho é uma grande fonte de estresse. Isso também faz com que as mulheres tenham menos tempo para se dedicar à atividade física e acabam se alimentando mal", diz a médica Ludhmila Hajjar, coordenadora do grupo de cardio-oncologia do Instituto do Câncer e do Instituto do Coração, vice-coordenadora da pós-graduação da cardiologia da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora da residência em cardio-oncologia da FMUSP.

Além do estilo de vida, existe também a questão hormonal. De fato, os hormônios femininos (progesterona e estrogênio) oferecem uma proteção cardiovascular maior às mulheres. Mas, a partir do período da menopausa e perimenopausa (que pode começar alguns anos antes da menopausa em si), ocorre uma queda desses hormônios, ou seja, nossa "proteção" se vai.

Nesse sentido, a reposição hormonal pode ser um aliado, mas desde que em condições muito controladas. "A reposição deve ser feita com muito critério médico, de forma individualizada e com acompanhamento de perto", alerta a médica (eu já falei sobre minha experiência com reposição hormonal aqui).

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O que você pode fazer para se proteger

A prevenção das doenças cardiovasculares depende muito mais do nosso estilo de vida, por isso há muito o que podemos fazer:

Cuide da alimentação: a dieta ideal para cuidar do coração e das nossas veias e artérias é a mediterrânea. Carnes magras (de preferência peixes), legumes, gorduras boas (azeite extravirgem, abacate e oleaginosas) e frutas. Arroz, macarrão, pão e açúcar devem ser consumidos com moderação. Evite ao máximo alimentos industrializados e frituras.

Movimente-se: a gente precisa parar de encarar exercício como algo para buscar um corpo ideal, por estética. Mover-se passa a ser questão de sobrevivência na maturidade. O mínimo que a gente precisa fazer para ter o benefício de proteção cardíaca são 150 minutos por semana.

Pare de fumar e limite o álcool: nem precisamos dizer o quanto o cigarro é prejudicial à saúde como um todo, especialmente a do coração. Já o álcool deve ser limitado a ocasiões especiais, em pequenas quantidades.

Combata o estresse: o aumento da pressão arterial causa mais riscos para as doenças cardiovasculares e até de aumento da pressão arterial. Vivemos uma vida em que o estresse é difícil de evitar. Mas podemos buscar alternativas para combatê-lo. Meditação, técnicas de respiração e ioga, por exemplo, são bons para ajudar nisso.

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Sabemos que mudar hábitos não é tão simples, levamos décadas para criá-los. Mas, sabendo que pode salvar nossa vida, vale o empenho para fazer essas mudanças, não acha?

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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