Saiba como evitar o prolapso genital, que afetou Marília Gabriela
A jornalista Marília Gabriela, 75 anos, contou na última sexta-feira (20) que adiou uma viagem devido a uma cirurgia que teve que fazer para corrigir um prolapso genital.
"Eu viajaria para Londres, com uma esticadinha em Lisboa. Um encontro com meu querido Aguinaldo Silva para assistir a algumas peças de teatro daquelas que ficam para a história da nossa vida. Pois é. Não viajei. Tive sintomas de um prolapso genital, que eu não conhecia", relatou em vídeo no Instagram.
Assim como Marília, muitas mulheres não conhecem essa condição de saúde. O prolapso genital que é muito comum, mas, por envolver os órgãos femininos, é tratado com uma dose de segredo e vergonha.
No entanto, é fundamental que todas as mulheres tenham conhecimento dos seus sintomas e como preveni-lo. Principalmente com a chegada da menopausa, fator que aumenta o risco de desenvolvê-lo.
Conversei com uma especialista do assunto, a fisioterapeuta Laura Della Negra, que tem um perfil no Instagram dedicado ao tema (@assoalhopelvico).
O que é o prolapso genital?
O prolapso genital, também conhecido como prolapso pélvico (e, popularmente, como "bexiga caída"), ocorre quando os órgãos pélvicos, como a bexiga, o útero ou o reto, deslocam-se de sua posição normal e descem em direção à vagina.
Isso pode causar uma série de sintomas desconfortáveis, como: sensação de pressão na pelve, incontinência urinária e escape de xixi, sintomas intestinais (urgência ou dificuldade em evacuar, por exemplo), dor durante as relações sexuais.
Em casos extremos, pode haver deslocamento (protrusão) de órgãos através da abertura vaginal.
O prolapso genital é mais comum em mulheres que já passaram pela menopausa, mas pode ocorrer em qualquer idade.
Fatores de risco
Existem diversos fatores de risco que aumentam o risco de uma mulher ter prolapso genital. São eles:
Gravidez e parto: o enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico durante a gravidez e o parto vaginal pode aumentar o risco de prolapso genital.
Envelhecimento: com o envelhecimento, os tecidos do corpo enfraquecem naturalmente, incluindo os que sustentam os órgãos pélvicos.
Menopausa: com a redução do estrogênio, há também uma alteração do colágeno. Então, até mesmo um prolapso que estava "escondido" até essa fase, pode aparecer.
Obesidade: o excesso de peso pode exercer pressão adicional sobre os músculos pélvicos, aumentando o risco de prolapso.
Genética: algumas pessoas têm predisposição genética para o prolapso genital.
Levantamento de peso excessivo: também é um risco levantar objetos pesados regularmente e fazer força de maneira inadequada, contraindo o assoalho pélvico.
Prevenção do prolapso genital
Embora nem sempre dê para evitar o prolapso genital, algumas medidas ajudam a reduzir o risco ou a gravidade dessa condição:
- Atividade física
Segundo Laura Della Negra, ao fortalecer a musculatura do corpo todo, ajudamos o assoalho pélvico a trabalhar melhor.
A fisioterapeuta não recomenda fazer exercícios específicos para os músculos pélvicos sem o acompanhamento de um profissional especializado.
O ideal seria consultar uma fisioterapeuta pélvica para avaliar se existe tensão na região. Isso poque, o que eu tenho visto no consultório é que tem muito mais mulher com tensão do que com relaxamento nessa musculatura, e como o assoalho pélvico precisa pulsar para fazer a função dele de 'trampolim', se a mulher tem muita tensão essa função se perde. Laura Della Negra, fisioterapeuta
- Controle de peso
Manter um peso saudável pode reduzir a pressão sobre os órgãos pélvicos.
- Evitar o tabagismo
O tabagismo prejudica os tecidos do corpo e pode enfraquecer os músculos pélvicos.
- Tratamento de condições crônicas
É importante controlar condições, como a tosse crônica, que podem aumentar a pressão pélvica.
Consulte um profissional de saúde
Se você suspeita que tem prolapso genital ou está em risco, é essencial buscar orientação médica e de uma fisioterapeuta pélvica. Um profissional pode avaliar seus sintomas, fornecer opções de tratamento e aconselhar como prevenir complicações.
Cirurgia
A cirurgia para corrigir o prolapso genital é recomendada para os casos mais graves.
O cirurgião restaura os órgãos internos da mulher na posição correta, com o auxílio de uma rede especial implantada na região para dar sustentação.
Mas, para evitar que o caso seja agravado, o ideal é procurar ajuda logo que os sintomas começarem.
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