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Uma taça de vinho por dia aumenta risco de câncer de mama, mostra estudo

Quase 90% das mulheres brasileiras na menopausa apresentam sintomas que frequentemente deixam suas vidas em frangalhos. Ainda assim, apenas uma parcela mínima recebe o tratamento padrão ouro para aliviá-los, que é a reposição hormonal.

Somente 52% fazem algum tipo de tratamento médico para tratar os sintomas, sendo que, dessas, apenas 22% adotam a reposição, mostra estudo que traçou o perfil da mulher brasileira no climatério e envolveu pesquisadores da Faculdade de Medicina de Jundiaí, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e da Universidade de Pavia, na Itália.

Um dos motivos que mantêm tantas mulheres distantes do tratamento que poderia fazer imensa diferença na qualidade de vida é o medo do câncer de mama.

No entanto, há um fator de risco que, muitas vezes, não recebe a mesma atenção: o consumo de álcool.

Estudos sugerem que, enquanto a terapia de reposição hormonal pode aumentar ligeiramente o risco de câncer de mama, o consumo regular de álcool pode ser um fator de risco ainda mais significativo e frequentemente ignorado.

Segundo os autores do estudo Women's Health Initiative, realizado nos EUA há mais de 20 anos, o aumento de risco com a reposição era "muito pequeno": menos de 0,1% ao ano. Mas a divulgação causou pânico e desinformação sobre a reposição hormonal, que duram até hoje entre mulheres, mas também entre médicos

Já consumir até uma taça de vinho por dia, por exemplo, pode aumentar o risco de câncer de mama em cerca de 7% a 10%, segundo a American Cancer Society.

E beber mais de uma taça pode elevar esse risco ainda mais. Mulheres que bebem uma dose de álcool por dia (definido como consumo moderado) têm um aumento de 7% a 10% no risco em comparação com as que não bebem, enquanto aquelas que consomem de 2 a 3 doses por dia têm cerca de 20% a mais de risco (uma dose é definida como 350 ml de cerveja, 150 ml de vinho e 45 ml de destilados).

Mesmo mulheres que consomem uma dose ou menos por dia têm um aumento de 5% no risco de câncer de mama em comparação com as que não bebem.

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Estudos recentes revelam que o álcool é um dos principais fatores de risco modificáveis para o câncer de mama. Em 2020, quase 40 mil novos casos de câncer de mama na Europa foram atribuídos ao consumo de álcool.

Globalmente, estima-se que mais de 2 milhões de novos casos de câncer de mama ocorram anualmente, sendo cerca de 100 mil desses casos relacionados ao álcool.

Pois é, aquele "drinque inocente" que tantas consomem na rotina não é tão inofensivo assim e deveria causar mais apreensão do que a reposição hormonal.

Vinho também é álcool

Mas vinho não fazia bem para a saúde? Alguns dados mais antigos sugeriam que a alta concentração de antioxidantes no vinho tinto, como o resveratrol, poderia reduzir o risco de câncer.

Embora o resveratrol possa ter algumas propriedades anticancerígenas, ele não é encontrado exclusivamente no vinho tinto. Fontes não carcinogênicas incluem mirtilos e uvas. (Fonte: Breast Cancer Research Foundation).

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Como reduzir o risco

Reduza o consumo de álcool: Considere limitar ou eliminar o álcool de sua rotina. Troque bebidas alcoólicas por alternativas saudáveis, como chás de ervas, sucos naturais ou água saborizada. Isso não quer dizer que você precise abandonar o álcool para sempre, mas o recomendado é deixar para ocasiões especiais, limitando o consumo a duas doses, sempre intercaladas com água.

Mantenha um peso saudável: O excesso de peso, especialmente após a menopausa, também aumenta o risco de câncer de mama. Adote uma alimentação natural e balanceada, de preferência como o padrão da dieta mediterrânea.

Pratique atividade física: Exercícios regulares não só ajudam a manter o peso, mas também reduzem o risco de vários tipos de câncer, incluindo o de mama. Sedentarismo também é fator de risco para câncer de mama.

Não fume: O tabagismo é um fator de risco conhecido para muitos tipos de câncer, incluindo o de mama. Se você fuma, procure ajuda para parar.

Referências:

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International Agency for Research on Cancer (IARC) Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans:

International Agency for Research on Cancer. (2012). Personal Habits and Indoor Combustions, Volume 100E: Alcohol Consumption and Ethyl Carbamate. IARC Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans.

Disponível em: IARC Monographs

World Cancer Research Fund/American Institute for Cancer Research (WCRF/AICR) Continuous Update Project:

World Cancer Research Fund/American Institute for Cancer Research. (2018). Diet, Nutrition, Physical Activity and Cancer: a Global Perspective. Continuous Update Project Expert Report 2018. Alcoholic Drinks and the Risk of Cancer.

Disponível em: WCRF/AICR Report

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National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA):

National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism. (2021). Alcohol and Cancer. Alcohol Alert No. 84.

Disponível em: NIAAA

American Cancer Society:

American Cancer Society. (2020). Alcohol Use and Cancer.

Disponível em: American Cancer Society

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World Health Organization (WHO):

World Health Organization. (2021). Alcohol consumption and cancer in the WHO European Region: Policy briefing.

Disponível em: WHO.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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