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70% das mulheres maduras estão em transição de carreira: como se preparar

Eu me lembro de ouvir meus pais, lá pelos 50 anos, fazendo planos para a aposentadoria. Aos 60 e poucos, já estavam desacelerando e finalizando a carreira. Essa é uma realidade que vem mudando radicalmente. Não apenas por questões econômicas, mas também por uma questão de estilo de vida, a geração madura atual está adiando a aposentadoria.

Não só isso: a maioria está em plena movimentação profissional nessa fase. É o que mostra a pesquisa "Transição de Carreira na Maturidade", realizada pela Maturi e NOZ Inteligência entre 3 e 24 de junho de 2024, envolvendo 2.019 pessoas de 43 a 82 anos. Segundo o estudo, principalmente as mulheres, 70% delas, estão em transição de carreira.

Dois motivos principais levam as mulheres a buscar essa mudança: quase metade delas (49%) desejam alcançar equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Para 48%, a motivação é por melhores condições financeiras. Ou seja, queremos mais dinheiro e mais qualidade de vida. Acho justo.

Segundo Morris Litvak, CEO e fundador da Maturi, empresa que atua na geração de oportunidades de trabalho e empreendedorismo para pessoas com mais de 50 anos, essa nova perspectiva da vida profissional da geração 50+ exige também uma certa mudança na maneira como encaramos os desafios de um mercado de trabalho que vem passando por transformações em ritmo vertiginoso.

Para começar, nossa geração não faz parte dos "nativos digitais". Mas isso não quer dizer que a gente não possa se atualizar sempre e se valer de nossa inteligência emocional conquistada com experiência. Ele dá algumas dicas para quem quer se manter em alta no jogo.

A Maturi também realiza o MaturiFest, que acontece em São Paulo e online de 14 a 16 de agosto, evento que vai reunir palestras e oportunidades de aprendizado para profissionais e empreendedores 50+.

Abrace a tecnologia

A tecnologia pode ser uma barreira para algumas pessoas, mas pode virar uma aliada. A única coisa que impede uma pessoa mais velha de aprender a usar tecnologia é o medo. Então a primeira coisa é ter uma atitude de abertura para aprender.

Inclusive a humildade de aprender com os mais jovens, que muitas vezes cresceram com um celular nas mãos. Experimente, sem medo de errar, use tutoriais disponíveis no YouTube, faça cursos online, peça ajuda para os colegas. Nada de achar que tecnologia "é coisa para jovens".

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Atualize o comportamento

Muitas piadas, atitudes e palavras usadas nos anos 80, 90, não cabem mais no ambiente de trabalho atual. Não é "mimimi". É uma evolução sobre o respeito entre as pessoas. "Os ambientes de trabalho hoje são mais diversos, colaborativos e horizontais", diz Morris.

Então a gente precisa se adaptar. Piadas machistas, sobre a aparência de alguém etc, não cabem mais. E não tenha medo de se desculpar, de aprender com os erros se eles acontecerem.

Atitude "lifelong learning"

Aquela coisa de dizer: "eu faço isso há 30 anos desse jeito, sempre deu certo", pode impedir que você se atualize e aprenda coisas novas. As coisas mudam e, claro, experiência tem um valor imenso, ter repetido, errado e acertado muitas vezes faz a gente ficar mais esperto e rápido para enxergar as consquências.

Mas isso deve fazer a gente cristalizar nosso conhecimento, achar que já sabe tudo. Aprenda com colegas, se inscreva para participar de grupos de estudos, cursos, o que puder para abrir a cabeça e aprender novos conceitos. Aprendizado não tem prazo de validade.

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Cuidado com o etarismo

Sim, a gente começa a sentir na pele o etarismo lá pelos 40 e poucos anos, afinal as empresas fazem parte da cultura da juventude. Mas o oposto muitas vezes acontece também, com os mais velhos criticando as novas gerações, olhando para os colegas de trabalho mais jovens com preconceito e esteriotipos.

"Os millenials são isso, a geração Z é aquilo". A diversidade etária no trabalho é uma ótima oportunidade de criar novos aprendizados. Não seja o cara mais velho da sala com aquela atitude "sabe tudo".

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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