Dor nas juntas, fraqueza e rigidez afetam 70% das mulheres na menopausa
Calores, queda de libido e insônia talvez sejam os sintomas mais conhecidos da menopausa, mas existem mais de 30 que podem afetar as mulheres. Entre os desafios menos discutidos, mas altamente prevalentes, está a síndrome musculoesquelética.
Segundo um estudo publicado na última semana na revista científica Climacteric, mais de 70% das mulheres na menopausa irão experimentar sintomas musculoesqueléticos, como dores nas articulações, rigidez muscular ou fraqueza generalizada.
Alarmantemente, 25% dessas mulheres ficarão incapacitadas por esses sintomas durante a transição da perimenopausa para a pós-menopausa. Essa condição pode ter um impacto profundo na qualidade de vida, mas existem maneiras de se prevenir e mitigar esses efeitos.
O que é a síndrome musculoesquelética da menopausa?
A síndrome musculoesquelética da menopausa inclui, mas não se limita a, dor musculoesquelética, artralgia, perda de massa magra (músculos), perda de densidade óssea com aumento do risco de fraturas, aumento de lesões em tendões e ligamentos, capsulite adesiva de ombro e fragilidade da matriz cartilaginosa com a progressão da osteoartrite.
Durante a perimenopausa, as mulheres sofrem uma redução média de 10% na densidade mineral óssea, além de uma redução de 0,6% na massa muscular por ano após a menopausa.
Esses problemas musculoesqueléticos podem ser atribuídos ao declínio no estradiol, a forma mais biologicamente ativa do estrogênio, que afeta quase todos os tipos de tecido musculoesquelético, incluindo os ossos, tendões, músculos, cartilagem, ligamentos e tecido adiposo.
Além disso, o estrogênio desempenha um papel anti-inflamatório no corpo. Com a sua queda, perdemos essa proteção e ficamos mais propensas a ter inflamações.
Estratégias de prevenção
1. Exercício físico regular: A prática regular de exercícios físicos é uma das formas mais eficazes de prevenir a síndrome musculoesquelética. Atividades de força como musculação ajudam a manter a massa muscular, melhorar a flexibilidade e fortalecer os ossos.
A inclusão de exercícios de resistência é especialmente importante para combater a sarcopenia, enquanto exercícios de baixo impacto, como natação, caminhada ou bicicleta podem aliviar o estresse nas articulações. Também é importante fazer alongamento e exercicios de mobilidade.
2. Dieta balanceada e suplementação: Uma alimentação rica em nutrientes que favorecem a saúde óssea e muscular é essencial. O consumo adequado de cálcio (1.000-1.200 mg por dia) e vitamina D (800-1.000 UI por dia) é crucial para a prevenção da osteoporose.
Além disso, a vitamina K2 é importante para direcionar o cálcio para os ossos e fora das artérias, reduzindo o risco de calcificação arterial. O magnésio também desempenha um papel vital na saúde muscular e na absorção do cálcio. É possível obter esses nutrientes através da dieta, mas vale a pena conversar com um nuitricionista para avaliar se seu consumo está adequado.
Alimentos ricos em proteínas de alta qualidade, como carnes magras, peixes, ovos e leguminosas, são fundamentais para a manutenção da massa muscular. Para combater a inflamação e a dor articular, alimentos ricos em ômega-3, como peixes gordurosos (salmão, sardinha) e sementes de linhaça, são recomendados.
3. Manutenção do peso corporal: O excesso de peso é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de dores articulares e musculares, pois sobrecarrega as articulações, especialmente as dos joelhos e quadris. Manter um peso saudável através de uma combinação de dieta e exercícios físicos reduz a sobrecarga nas articulações e previne a inflamação.
4. Terapia hormonal: Para quem não tem contraindicações, a terapia de reposição hormonal (TRH) é indicada para para combater os efeitos da queda do estrogênio, que pode incluir não apenas a manutenção da densidade óssea, mas também a melhoria da elasticidade dos tendões e a redução do risco de lesões, além de outros sintomas conhecidos da menopaisa. A decisão sobre a TRH deve ser tomada com cautela, considerando os riscos e benefícios, e deve sempre ser acompanhada por um médico.
5. Atendimento médico regular: Consultas regulares com profissionais de saúde, como reumatologistas, ortopedistas e endocrinologistas, são essenciais. Esses especialistas podem realizar avaliações precisas da saúde óssea e muscular, sugerir exames de densitometria óssea e criar planos de tratamento personalizados que podem incluir exercícios específicos, terapias complementares e ajustes na suplementação.
A síndrome musculoesquelética pode parecer uma consequência inevitável da menopausa, mas com as medidas preventivas certas, é possível minimizar seus impactos. Lembre-se: a menopausa é uma nova etapa que pode ser vivida com vitalidade e qualidade, mas uma atenção ao estilo de vida é fundamental.
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