Carolina Ferraz diz que transa melhor aos 56. Será que isso é comum?
Recentemente, a atriz Carolina Ferraz fez uma declaração em um podcast que ressoou em muitas mulheres: aos 56 anos, ela afirmou que nunca transou tão bem quanto hoje. Recebi muitas mensagens no Instagram se identificando com essa fala dela, mas ao mesmo tempo questionamentos como este: "Mas o que ela faz para isso? Minha vida sexual é praticamente morta com a menopausa!".
Afinal, é comum a vida sexual melhorar nessa fase da vida?
A resposta para essa pergunta não é simples. Até porque, cerca de 40% a 50% das mulheres na menopausa relatam uma diminuição no desejo sexual, segundo pesquisas. Um estudo do Journal of Sexual Medicine apontou que 26% das mulheres na pós-menopausa sofrem de transtorno do desejo sexual hipoativo, que é a forma clínica de baixa libido.
Isso sem falar que até 84% das mulheres na pós-menopausa experimentam algum grau de secura vaginal (o que obviamente impacta no prazer).
Portanto, se você não está se sentindo "hot" como a Carolina, não se sinta só.
Por outro lado, de acordo com vários estudos, mulheres relatam que, com o passar dos anos, se sentem mais confortáveis com seus corpos e mais confiantes em expressar suas necessidades e desejos. Essa confiança pode levar a uma vida sexual mais rica e satisfatória.
Um estudo publicado na Menopause, o jornal da Sociedade Norte-Americana de Menopausa, descobriu que, embora a frequência da atividade sexual possa diminuir com a idade, a satisfação sexual não necessariamente segue o mesmo caminho.
As mulheres na pós-menopausa podem experimentar uma vida sexual mais gratificante, em parte porque a maturidade traz um conhecimento mais profundo do próprio corpo e do que funciona para elas.
No entanto, é importante reconhecer que a menopausa pode trazer desafios, como secura vaginal e mudanças nos níveis de libido, que podem impactar a vida sexual. Mas isso não significa que a satisfação sexual não possa ser alcançada —e até ampliada. A chave está em adaptar-se a essas mudanças e explorar novas formas de prazer.
Aqui estão algumas dicas para melhorar a vida sexual na peri e pós-menopausa, sugeridas pela médica Vânia Assaly, endocrinologista, nutróloga e especialista em medicina do estilo de vida:
1. Comunicação é essencial: Falar abertamente com o parceiro sobre desejos, medos e necessidades pode fortalecer a conexão e melhorar a intimidade.
2. Lubrificação é aliada: Para combater a secura vaginal, que é comum após a menopausa, o uso de lubrificantes pode ser uma solução simples e eficaz. Avalie também com um ginecologista especializado em menopausa sobre a possibilidade de tratamento com laser vaginal, que pode melhorar a lubrificação e a chamada síndrome uro-vaginal, que causa dores durante as relações. Há ainda a opção de uso de cremes vaginais com hormônio, mas isso deve ser indicado por médico.
3. Explore novas formas de prazer: A maturidade pode ser um momento de redescoberta. Experimente novas relações, brinquedos sexuais ou fantasias que possam trazer mais excitação. A masturbação é uma grande aliada, poderá desperta o cérebro para o prazer, além de ajudar a irrigar a região íntima.
4. Cuide da saúde mental e física: Estar bem consigo mesma, tanto mental quanto fisicamente, é fundamental para uma vida sexual satisfatória. Praticar exercícios, meditar e manter uma dieta equilibrada podem contribuir para o bem-estar geral e, consequentemente, para uma melhor vida sexual. Ninguém estressada, com baixa autoestima e se sentindo mal vai ter libido em alta.
5. Considere a terapia hormonal: Para algumas mulheres, a terapia hormonal pode ajudar a melhorar a libido e a resposta sexual. No entanto, é crucial discutir os prós e contras com um médico, avaliando se você tem alguma contraindicação. A reposição pode ser positiva para vários sintomas da menopausa.
A fala da Carolina é importante para nos lembrar que prazer não tem prazo de validade e que a gente pode viver uma vida plena nesse sentido em qualquer idade. Com a atitude certa e os cuidados necessários, a sexualidade pode continuar a ser uma fonte de alegria e conexão.
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