Quer viver mais? Entenda o que o uso de fio dental tem a ver com isso
Atire a primeira pedra quem não morre de preguiça de passar fio dental na hora de escovar os dentes. Se você se identifica, vou te dar um motivo contundente para não falhar com esse hábito. Além de manter os dentes limpos, evitar o mau-hálito e evitar cáries etc., o uso regular do fio dental pode ser um fator crucial para o envelhecimento saudável e para a longevidade.
À medida que envelhecemos, nosso corpo passa por diversas mudanças, e a boca não é exceção. A saúde bucal está diretamente conectada à saúde geral, e problemas aparentemente simples, como a gengivite, podem ter consequências sérias se não forem tratados adequadamente.
Um estudo publicado na Journal of Aging Research destaca que a inflamação das gengivas pode estar relacionada a doenças crônicas como diabetes, doenças cardíacas e até demência.
"O modelo de saúde que existe hoje enxerga a boca separada do corpo. Mas as coisas estão absolutamente conectadas", alerta o dentista Fábio Bibancos. "Muitas vezes, infecções na boca são silenciosas. Tem gente que até nota um pequeno sangramento ao passar o fio dental, mas acha que não é nada, mas a boca é um espaço de manifestção de outras doenças."
O uso do fio dental, muitas vezes negligenciado na rotina diária, desempenha um papel essencial na prevenção dessas complicações.
Segundo a American Dental Association, o fio dental remove a placa bacteriana e os resíduos de alimentos que a escova de dentes não consegue alcançar, especialmente entre os dentes e ao longo da linha da gengiva.
Essa remoção é fundamental para prevenir a formação de cáries e a doença periodontal, que, em casos graves, pode levar à perda de dentes.
Da boca para o coração
Mas a conexão entre o uso do fio dental e a saúde geral vai além da boca. Estudos sugerem que a doença periodontal pode aumentar o risco de problemas cardiovasculares.
A inflamação crônica das gengivas pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, contribuindo para o endurecimento das artérias, o que aumenta o risco de ataques cardíacos e AVCs. Em outras palavras, passar o fio dental pode ser uma estratégia simples e eficaz para proteger seu coração.
Além disso, uma pesquisa recente publicada na revista Frontiers in Aging Neuroscience indicou que a má saúde bucal, especialmente a perda de dentes, está associada a um maior risco de declínio cognitivo em idosos. Manter uma boa higiene bucal pode, portanto, ser uma maneira de proteger não apenas seu sorriso, mas também sua memória e função cerebral à medida que envelhece.
Mulheres na menopausa precisam de atenção redobrada. Isso porque a queda nos níveis de estrogênio pode levar a problemas como a secura bucal, gengivite e aumento da sensibilidade dentária. Essas condições aumentam o risco de doenças periodontais, que podem, por sua vez, contribuir para problemas de saúde mais amplos, como doenças cardíacas e diabetes.
Como cuidar dos dentes do jeito certo
Bibancos recomenda que o ideal seria escovar os dentes três vezes ao dia e fazer o mesmo com o fio dental. Mas, se você falhar nisso, procure usar o fio ao menos uma vez ao dia.
Além disso, claro, ir ao dentista a cada seis meses ou pelo menos anualmente, para que uma avaliação mais profunda seja feita, com exames como raio-X. Isso porque após os 45, 50 anos, a gente passa a ter uma perda óssea na boca, o que significa que nossos dentes podem ficar mais suscetíveis à infiltração de alimentos nos espaços entre a gengiva, o que pode causar doenças e inflamações.
Então pense sobre isso toda vez que olhar para aquela caixinha em cima da pia e ficar com preguiça de puxar o fio.
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