Era do bocão acabou? Tendência de beleza natural está dominando
Será um adeus à cara de "Fofão"? Nos últimos anos, vimos uma explosão de procedimentos estéticos que prometiam trazer a juventude de volta inflando a face com doses massivas de preenchedores. A harmonização facial (muitas vezes "desarmonização") se tornou tendência, mas muitas mulheres estão começando a reavaliar os resultados e optando por um caminho mais sutil e natural. Esse movimento reflete uma busca por beleza autêntica, com menos excessos e mais aceitação.
"A gente vê, sim, uma procura para a retirada de procedimentos que ficaram mais exagerados. Houve um período em que essa estética de bocão e bochechas ficou na 'moda'. Agora estamos vendo essa mudança, ainda mais nas mulheres mais velhas", diz a dermatologista Mariana Muniz.
O fim dos excessos
Mulheres maduras estão liderando essa mudança. Muitas, que antes se renderam a procedimentos que buscavam devolver a face "cheinha" da juventude, acabaram muitas vezes com o chamado "pillow face" (ou cara de almofada).
Celebridades como Courteney Cox, estrela de "Friends", já admitiram publicamente que reduziram os procedimentos. Cox falou em um podcast sobre seus maiores arrependimentos de beleza: "fillers", ou preenchimentos.
Após se olhar no espelho e perceber que sua essência havia se perdido, ela optou por reverter os procedimentos e abraçar o envelhecimento de forma mais natural.
Outra atriz que seguiu essa tendência é Nicole Kidman, que, após um período usando toxina botulínica, revelou ter parado com os procedimentos para resgatar a expressão natural de seu rosto.
Cuidados para mulheres maduras
Segundo Mariana, esse movimento para desfazer excessos, no entanto, requer cuidados específicos para peles maduras.
A pele mais velha, naturalmente mais fina e com menor elasticidade, não responde da mesma forma que a pele jovem.
Procedimentos como a dissolução de preenchimentos ou a reversão de harmonizações precisam ser realizados com cautela para evitar uma flacidez ainda maior do que havia antes.
Ao buscar tratamentos, é fundamental:
O primeiro cuidado, segundo a dermato, é saber o tipo de produto que foi injetado. Há substâncias que não são reabsorvidas, como silicone ou PMMA, que eram muito usados 20 anos atrás. Na dúvida, um ultrassom pode ser realizado na pele para saber o que está ali dentro. Esses produtos só seriam retirados com cirurgia, e mesmo assim é um procedimento bem complexo.
No caso de ácido hialurônico, existe uma enzima que é capaz de degradá-lo, mas nem sempre é possível degradar 100%. Segundo Mariana, quanto mais tempo o produto estiver na pele, mais difícil será para removê-lo completamente.
Ao se remover o volume, é possível que se note uma flacidez mais intensa na pele que deixa de estar tão esticada. Mariana recomenda que seja avaliada a possibilidade de se fazer tratamentos para que essa pele fique mais firme (com tecnologias e equipamentos específicos). Ou, em alguns casos, até mesmo uma cirurgia plástica para retirada do excesso de pele. Isso acontece principalmente em regiões como as olheiras, onde a pele é bem fina.
Ter paciência no processo de reversão: dependendo do tratamento anterior, pode ser necessário um tempo considerável para que a pele se ajuste naturalmente após a retirada de preenchedores. "Não é uma coisa simples, como muitas vezes se fala. 'injeta aí e se você não gostar, depois você tira'. É preciso ter critério", diz a médica.
Portanto, se você também em algum momento se rendeu às ampolas de preenchimento e se arrependeu, procure um profissional capacitado para fazer a retirada, para não ter uma segunda frustração.
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