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Opinião

Como hábitos de quem mora nas 'blue zones' podem ajudar na menopausa

As "blue zones", ou zonas azuis, são regiões do mundo conhecidas pela longevidade e pela alta qualidade de vida de seus habitantes. Entre essas áreas estão Okinawa (Japão), Sardenha (Itália), Icária (Grécia), Loma Linda (Califórnia) e a Península de Nicoya (Costa Rica). Os moradores desses locais compartilham hábitos que contribuem para vidas mais longas e, acima de tudo, saudáveis —lições valiosas para mulheres na menopausa que buscam bem-estar e equilíbrio.

A menopausa traz desafios físicos e emocionais e é um momento em que o autocuidado se torna ainda mais importante. Estudos mostram que estilo de vida que inclui uma alimentação balanceada, atividade física regular e manejo eficaz do estresse têm impacto direto na redução dos sintomas da menopausa.

Por exemplo, uma revisão publicada na Menopause: The Journal of The North American Menopause Society ressaltou que dietas ricas em vegetais e fibras podem ajudar a reduzir inflamações e melhorar o bem-estar geral durante a menopausa. Outro estudo na mesma publicação destacou que a prática de exercícios físicos está associada à redução de sintomas como ondas de calor e distúrbios de humor.

A seguir, veja dicas de como adotar práticas das "blue zones" para explorar o que esses territórios de longevidade podem ensinar para enfrentar essa fase com mais vitalidade:

1. Dieta baseada em alimentos naturais

Em todas as "blue zones", a alimentação é rica em verduras, frutas, leguminosas e grãos integrais, com pouco consumo de alimentos ultraprocessados. Para mulheres na menopausa, adotar uma dieta balanceada e rica em fibras pode ajudar a manter a saúde digestiva e controlar o peso, além de promover um melhor controle dos níveis de colesterol e a saúde cardiovascular. Estudos indicam que dietas ricas em fitoestrogênios, presentes em alimentos como soja e linhaça, podem ajudar a amenizar sintomas como ondas de calor. Isso é o que as mulheres fazem no Japão, por exemplo, onde Okinawa é uma "blue zone".

2. Movimento constante e moderado

Não é preciso intensificar a malhação. Os habitantes das "blue zones" praticam atividades físicas de forma natural ao longo do dia, como caminhadas, jardinagem e tarefas domésticas, além de carregar sacolas enquanto caminham. Para mulheres na menopausa, movimentos regulares ajudam a manter a massa óssea e muscular, aliviando sintomas como dores articulares e melhorando a flexibilidade. Estudos mostram que a atividade física contínua pode ajudar a regular os níveis hormonais e a melhorar o humor, reduzindo a sensação de fadiga. Além disso, ajuda a prevenir a perda de massa magra e a osteoporose, comuns nessa fase.

3. Propósito e conexões sociais

Estudos mostram que ter um sentido de propósito está ligado a uma vida mais longa. Em Okinawa, esse conceito é conhecido como ikigai, e na Costa Rica, como plan de vida. Manter hobbies, voluntariar-se ou investir em projetos pessoais pode ser particularmente benéfico durante a menopausa, ajudando a combater sentimentos de ansiedade e isolamento. Estudos mostram que manter conexões sociais reduz significativamente os riscos de depressão e melhora a saúde mental.

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4. Gerenciamento do estresse

Populações das "blue zones" praticam técnicas que ajudam a relaxar, como momentos de oração, meditação, e descansos regulares. Mulheres na menopausa podem se beneficiar de práticas como mindfulness, respiração profunda e pausas no dia para descontrair. Esses hábitos contribuem para a regulação dos níveis hormonais e a melhora do humor. Uma pesquisa publicada na Science Direct mostrou que práticas regulares de relaxamento reduzem os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.

5. Alimentação consciente e moderação

Um dos segredos das "blue zones" é a regra do "80%". Em Okinawa, por exemplo, as pessoas param de comer quando estão 80% satisfeitas. Essa prática pode ajudar mulheres na menopausa a evitar o ganho de peso e a melhorar a digestão, promovendo uma relação mais saudável com a comida.

6. Apoio social e sentido de comunidade

As conexões sociais são fundamentais nas "blue zones". Redes de apoio, como grupos de amigas e familiares, ajudam a fortalecer laços emocionais e oferecem suporte em momentos de desafio. Para mulheres na menopausa, cultivar essas relações pode fazer toda a diferença para que a gente não se sinta sozinha. Afinal, somos milhões passando pela mesma fase.

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Adotar hábitos inspirados nas "blue zones" não significa mudar tudo de uma vez, mas incorporar pequenas práticas no dia a dia pode melhorar significativamente a qualidade de vida. Seja uma caminhada matinal, uma refeição mais colorida e nutritiva ou um momento de reflexão, cada passo conta para atravessar a menopausa com mais leveza e energia. O importante é a gente compreender que essa fase exige uma pausa para rever nossas práticas de cuidados e incorporar o que pode nos ajudar.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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