Entenda as possíveis razões para você bocejar durante os exercícios
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Basta falarmos a palavra 'bocejar' que muitas pessoas imediatamente começam a bocejar. Esse movimento voluntário do nosso corpo é motivo de estudos há dezenas de anos, e ainda não se pode dizer com 100% de certeza o motivo pelo qual ele é contagioso.
Algumas teorias rodeiam a explicação sobre o que faz a gente bocejar —obviamente, o sono, o cansaço e o instinto, em horário de produção da melatonina, ao escurece, são causas conhecidas dos bocejos e não há como negar a relação. Porém, como o corpo pode bocejar, por exemplo, bem no meio do treino, mesmo que você tenha dormido e se alimentado bem antes de ir para a academia?
Isso pode ocorrer por alguns motivos, que se adequam às teorias do bocejo. Vou tentar explicar quais são eles:
1. Hipoglicemia
Quando iniciamos um exercício físico nosso corpo imediatamente começa a acelerar a produção de energia equivalente para aquela atividade física (seja de força, sprints, corrida de longa distância, aquáticas...). Neste processo de produção e gasto energético, pode faltar a principal fonte de energia segura: glicose. A glicose é retirada de estoques do nosso corpo, o fígado e os músculos, mas primariamente é utilizada a glicose que está abundante na circulação sanguínea, que veio através da alimentação conhecida como pré-treino.
Em casos onde não é suficiente a glicose no sangue, e o transporte da glicose hepática e muscular não é otimizado ou acelerado, o corpo entra em hipoglicemia, ou seja, baixa glicose ou queda da glicose no sangue. Em indivíduos diabéticos isso é um risco, e para que seja segura a atividade física em diabéticos, é necessário ajuste de dieta e treinos com os profissionais que o acompanham, agora em indivíduos não diabéticos ou sem patologias hepáticas, por exemplo, essa hipoglicemia geralmente acontece nos iniciantes de exercícios físicos. Quem está começando a organizar uma rotina de exercícios semanais poderá enfrentar essa hipoglicemia nas primeiras semanas, e caso isso continue acontecendo é sinal de que a dieta não está sendo adequada para a nova rotina no metabolismo.
E porque bocejamos em hipoglicemia? Queda de energia é sinal de perigo para o cérebro, é um risco, e lembrando que o cérebro precisa de glicose para metabolizar energia, na queda da glicose, o sinal de alerta é dado e o corpo precisa entrar em estado de economia de energia. O primeiro sinal dado é de que você precisa imediatamente dormir, deitar ou parar de fazer esforço físico. Por isso, nada mais eficiente que lhe fazer bocejar.
2. Hipoglicemia de rebote
Já ouviu falar desse termo? É aquele estado em que, mesmo após comer uma excelente refeição antes do treino, você tem queda da glicose muito rapidamente e começa a entrar em estado de hipoglicemia de rebote, como se não tivesse açúcar nenhum no seu organismo.
Em pessoas com diabetes isso também pode ocorrer, principalmente quando a dose de insulina está em desacordo com a quantidade energética que o indivíduo está consumindo, afinal a insulina fará a retirada da glicose no sangue, e justamente por isso que é indicado aos diabéticos terem sempre porções pequenas de fontes de açúcar, sejam em sachês, balas ou bebidas açucaradas.
Em indivíduos não diabéticos isso pode ocorrer quando, além da insulina ser liberada e exercer seu papel, o exercício propriamente dito aumenta a entrada facilitada de glicose para o músculo para fazer força ou aumentar a resistência, e o somatório dos dois, insulina e exercício, causa uma queda brusca da glicose no sangue. E o bocejo vem exatamente como no caso anterior.
3. Má qualidade do sono
Por mais que alguns indivíduos defendam de que dormiram muito bem, é fato de que dormir o suficiente de tempo defendido individualmente, pode não ser de boa qualidade e não exercer o reparo dos danos ou de reorganizar a energia para as atividades do dia seguinte. Para quem treina logo pela manhã, é indispensável que se coloque a qualidade de uma boa noite de sono como prioridade. E para os que treinam ao longo do dia, caso seja um indivíduo com má qualidade do sono, durma pouco e não consiga reparar adequadamente o corpo, durante a sessão de treinos é comum que se espere os bocejos, afinal uma das teorias do bocejo é o cansaço físico e mental.
4. Melhora do aporte respiratório durante o exercício
Imagine um indivíduo com uma respiração ineficaz, respiração curta, intervalada, incompleta, ou asmático e com outras complicações respiratórias (seja por sinusite, rinite, desvio de septo, etc...). Durante uma sessão de treinos há a necessidade aumentada de envio de oxigênio para as células do nosso corpo, além do aumentado fluxo sanguíneo e vasodilatação que o exercício proporciona.
Em indivíduos com essa necessidade aumentada, mas que acaba não sendo atingida pela respiração, pois ela não acompanha o ritmo e não é suficiente para a entrada de ar necessária, o bocejo vem como forma de aumentar o volume de ar de forma rápida e eficaz. Isso confirma a teoria mais antiga do bocejo, que é o movimento dos músculos da face junto ao encurtamento do musculo diafragma causando a maior entrada de ar possível através da boca, de forma rápida e mais e eficaz possível, auxiliando então no aporte de oxigênio que aquele corpo necessita durante a sessão de exercícios.
Outras teorias para o bocejo durante o exercício
Teoria do cansaço ou tédio: como o próprio nome diz, é o movimento voluntário do corpo ao estar em cansaço ou tédio;
Teoria da evolução: onde os primitivos realizavam esse movimento constantemente para mostrar seus dentes;
Teoria física: onde o corpo necessita expelir o dióxido de carbono em excesso e aumentar o aporte de oxigênio no corpo;
Nova teoria de resfriamento: explicada como, 'assim como os computadores precisam resfriar ao aquecer'. Através de uma pesquisa, cientistas usaram essa teoria de resfriamento como forma de explicar o bocejo, onde o cérebro funciona melhor em temperaturas mais baixas e quando há aquecimento ou atividades mentais em demasia, causando aumento da temperatura local, o bocejo serviria como uma forma de 'resfriar' localmente a região do cérebro (estudo realizado na Universidade de Princeton, EUA).
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