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Opinião

Terapia sorológica e nutrientes: o que você precisa saber

Você já conhece as terapias injetáveis? Provavelmente sim, ou já ouviu falar. As vias de administração de substâncias não são novidade, porém agora são amplamente implementadas em clinicas como uma forma de aumentar a eficácia de absorção dos nutrientes e medicamentos. Existem diferentes vias de administração: endovenosa, intramuscular ou via oral.

A via oral, ou VO, é a mais conhecida por todos, é aquela em que consumimos o medicamento ou suplemento pela boca, ou melhor, consumo oral.

Porém a via oral nem sempre é a mais eficaz, visto que é necessário que o trato gastrintestinal do paciente esteja em bom funcionamento e absortividade.

Não é incomum que um suplemento usado por um individuo não cause o mesmo efeito que causa em outra pessoa, e até, em muitos casos, cause desconfortos como estufamento, indigestão, ânsia de vômito.

Para isso, as terapias injetáveis vêm ganhando espaço, afinal, um tratamento com o qual o paciente deveria se beneficiar com a suplementação de algumas vitaminas pode ter efeitos colaterais mais altos, atrasando um bom tratamento e resultados efetivos.

Até pouco tempo atrás, a reposição de vitaminas e outros nutrientes era vista como algo exclusivo do ambiente hospitalar, onde, por meio da nutrição parenteral, o nutricionista e o médico conseguiriam manter em níveis ótimos a reposição dos nutrientes que o paciente precisaria para se manter estável independentemente da causa da internação. Para você entender melhor, são aquelas bolsas de soro com nutrientes ou medicamentos, injetados através de um acesso venoso.

Hoje, já está amplamente discutida e comprovada a utilização dessas terapias para outros fins.

Muitos tratamentos estão recorrendo a terapias injetáveis para garantir maior absorção dos nutrientes e formulações, porém cada formulação tem uma via correta a ser usada, e com picos corretos a serem pensados na hora da montagem desses tratamentos.

A via intramuscular é uma injeção com volume máximo a ser inserida diretamente no músculo, entre 4 e 5 ml no máximo. Através dessa via, os medicamentos e substâncias possuem outro pico de liberação e absorção pelo organismo.

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Para simplificar, trouxe para vocês as principais características dessas administrações, e você poderá discutir com o seu médico ou nutricionista se é aplicável ou não as terapias injetáveis no seu caso:

Terapia via oral (VO)

Mais comum, a via oral depende de boa absorção dos nutrientes oferecidos, sejam macromoléculas ou moléculas menores, como vitaminas e minerais. Para o resultado ser efetivo, também dependem da taxa de absorção, tempo de liberação e saúde gastrointestinal do paciente. Através da VO é possível consumir tais nutrientes ou medicamentos de forma sublingual, orodispersível, gotas, lipossomal, cápsulas, pó, sucos.

A quantidade dosada é sempre com um acréscimo de volume, pois com a suplementação via oral é possível que grande parte do produto administrado seja excretado através de fezes ou urina, o que diminui a quantidade que é absorvida.

Terapia intramuscular

Mais usada para medicamentos e hormônios, ela é muito mais rápida em absorção e melhor em qualidade de absorção dos nutrientes do que a via oral, porém, ainda menor do que a endovenosa.

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Essa via é a escolhida quando se trata de administração de conteúdos de base oleosa, como vitaminas A, D, E e K, que são lipossolúveis, e em que alcançamos maiores níveis de absorção para pacientes que precisam de aporte desses nutrientes, sem correr os riscos de sobrecarregar o trato digestivo pelo grande volume que seria indicado se fosse via oral.

O pico de liberação dessas substâncias no organismo ocorre em alguns minutos após a administração, geralmente 20 minutos após, e o organismo consegue manter esse pico dos nutrientes por mais tempo do que a via oral também. Por isso, muitas vezes a administração se dá semanal ou mensal, e não diariamente como na via oral.

Terapia por via endovenosa (EV)

Essa é a queridinha da medicina, principalmente a medicina integrativa. Através dessa via consegue-se taxas de absorção altíssimas, reduzindo efeitos colaterais no paciente.

Não é dependente do trato digestivo para absorção ou síntese de nutrientes, e se torna a via principal para reposição dos nutrientes e manutenção da saúde durante o tratamento ou a vida de pacientes com doenças crônicas, mais especialmente falando em pacientes com distúrbios intestinais, gástricos ou hepáticos.

Pacientes com doença inflamatória intestinal, síndrome do intestino irritável, câncer, diabetes e diversas outras condições são os que mais se beneficiam dessa terapia.

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O pico de liberação se dá minutos após a administração, e cada formulação inserida via endovenosa será prescrita exclusivamente para o paciente, visando as necessidades individuais do tratamento.

Via endovenosa também é muito buscada quando o resultado objetivado deve ser alcançado mais rápido, como para atletas que precisam se recuperar entre provas ou se preparar para uma maratona, por exemplo.

A avaliação do uso dessas terapias deve ser feita com seu médico, nutricionista e demais profissionais aptos a trabalhar com terapias injetáveis; cada soro ou aplicação ou suplementação via oral deve ser feita de forma a lhe proporcionar aporte nutricional alto, melhorar sua saúde ou tratar patologias.

Muitos aminoácidos, compostos bioativos, antioxidantes, suplementos potentes para restabelecer o equilíbrio da sua saúde podem ser administrados de forma eficiente quando se trata de terapia injetável, mas ela só será segura se o profissional que está lhe acompanhando for apto a trabalhar com isso.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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