Da entrada até a saída: o que acontece com a comida dentro do seu corpo?

Tudo começa pela boca

O processo digestivo se inicia na porta de entrada do alimento em nosso corpo, com a quebra mecânica da comida pela mastigação. Também na boca, as enzimas presentes na saliva, como a amilase, começam a decompor os carboidratos.

Portanto, mastigar bem cada porção (aproximadamente 30 vezes) ajuda na quebra mecânica e química dos alimentos, facilitando o trabalho do estômago e intestinos.

E fique atento: beber muita água durante a refeição pode diluir as enzimas salivares, prejudicando a digestão inicial.

O que acontece no estômago

Depois da boca, o alimento passa pela faringe e o esôfago e chega triturado ao estômago. Lá é onde ocorre a digestão gástrica, com a ação de mais enzimas e ácidos. No estômago, o ácido clorídrico e enzimas como a pepsina começam a quebrar as proteínas em peptídeos. Os alimentos são transformados em uma espécie de pasta (um líquido semissólido), chamada quimo.

Dicas: para pacientes com alguns desconfortos ou dificuldade de digestão, como hipocloridria ou hipercloridria, consumir alimentos ricos em probióticos ou vinagre de maçã antes da refeição pode ajudar a aumentar a acidez estomacal e melhorar a digestão de proteínas, principalmente.

Procure ficar de pé ou andar após as refeições: isso ajuda a evitar o refluxo e melhora a digestão ao estimular o peristaltismo gástrico. Mas, atenção, a caminhada deve ser leve.

O longo caminho nos intestinos

Após esse processo, o quimo segue para os intestinos. No intestino delgado, a bile (produzida pelo fígado) emulsifica gorduras, enquanto enzimas pancreáticas decompõem proteínas, carboidratos e lipídios.

Aqui ocorre a maior parte da absorção de nutrientes, que entram na corrente sanguínea. A presença de gorduras saudáveis durante suas refeições auxilia a absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K).

No intestino grosso, ocorre a reabsorção de água e minerais, além da fermentação de fibras pelas bactérias intestinais. A formação do bolo fecal (o famoso cocô) se dá nesta etapa.

O que acontece: aqui, moléculas maiores de alimentos não digeridos facilmente, metabolitos microbianos e até bactérias e outros micro-organismos, em um estado de hiperpermeabilidade do intestino grosso, podem entrar na corrente sanguínea e também serem translocados até o sistema linfático, urina, rins.

Grande parte da absorção da água a ser eliminada pela urina é retirada do bolo fecal nessa etapa, e por isso é tão importante cuidar justamente do estado de saúde do intestino grosso.

O que não foi aproveitado vai embora

No reto, ocorre então a eliminação das fezes. O resíduo não absorvido ou não digerido é eliminado do corpo através da excreção. A regularidade e consistência das fezes refletem a saúde digestiva.

Evitar segurar ou postergar a ida ao banheiro ajuda a manter a função intestinal eficiente. Além disso, usar um banquinho sob os pés para elevar as pernas (posição de cócoras) pode facilitar a eliminação e reduzir a pressão no reto.

Além dessas dicas e das orientações de cada etapa, vale lembrar que cada pessoas terá uma necessidade de dieta ou suplementos conforme a individualidade e as condições de saúde que se encontrar.