Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Triglicerídeos alterados: quando e por que devo me preocupar?
Triglicerídeos ou triglicérides representam a principal forma do nosso corpo armazenar energia, mais especificamente sob a forma de gordura. Essas partículas de gordura são essenciais para o organismo, mas, quando em excesso, podem trazer riscos à saúde.
Quando consumimos mais calorias do que gastamos, esse excesso não utilizado é convertido pelo fígado em triglicerídeos e pode ser estocado em nossas células de gordura.
O aumento de triglicerídeos (valores acima de 150 mg/dL em jejum) é uma alteração silenciosa e frequentemente encontrada. Embora existam causas genéticas, na maioria dos pacientes essa elevação é resultado de um estilo de vida inadequado: sedentarismo e dieta rica em carboidratos e gorduras.
As principais causas secundárias incluem excesso de peso, ingesta excessiva de álcool e doenças metabólicas, como o diabetes mellitus tipo 2 mal controlado e o hipotireoidismo não tratado. Além desses fatores, algumas medicações (corticoides, antirretrovirais, isotretinoína, dentre outros), doenças hepáticas e renais também podem estar envolvidas.
Quanto maiores os níveis sanguíneos de triglicerídeos, maiores os riscos de desenvolver pancreatite e doenças cardiovasculares (infarto ou AVC). Como o excesso de triglicerídeos geralmente não causa sinais ou sintomas, o diagnóstico dessa condição tende a ser feito quando surgem as complicações já citadas.
Por isso, é importante realizar avaliações periódicas do perfil lipídico (colesterol com frações e triglicerídeos), a fim de detectar o problema precocemente, investigar as possíveis causas e estabelecer metas de tratamento.
As diretrizes atuais recomendam otimizar a dieta e modificar o estilo de vida como pilares do tratamento. Quando um estilo de vida saudável não é adotado ou há persistência de níveis elevados de triglicerídeos, o tratamento farmacológico com fibratos e/ou estatinas pode ser implementado, sobretudo quando os níveis ultrapassam 500 mg/dL.
A priori, as modificações que apresentam maior impacto na redução dos triglicerídeos são:
- Reduzir o consumo de gorduras e carboidratos simples (principalmente açúcares);
- Reduzir, pelo menos, de 3 a 5% do peso quando há excesso de peso ou de gordura abdominal;
- Implementar a prática regular de atividade física;
- Consumo moderado ou completa abstenção de bebidas alcoólicas.
Não adie o cuidado com a sua saúde! Pequenas mudanças na sua rotina já podem reduzir e manter os níveis de triglicerídeos sob controle.
Referências
1. Fernández-García JC, Muñoz-Garach A, Martínez-González MA et al. Association Between Lifestyle and Hypertriglyceridemic Waist Phenotype in the PREDIMED‐Plus Study. Obesity. 2020; 28(3): 537-543.
2. Virani SS et al. Hypertriglyceridemia Management Expert Consensus Decision Pathway on the Management of ASCVD Risk Reduction in Patients with Persistent Hypertriglyceridemia - A Report of the American College of Cardiology Solution Set Oversight Committee. Journal of the American College of Cardiology. 2021; 78 (9): 960-993.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.