Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Daria para implementar o minimalismo no uso de suplementos e hormônios?
A endocrinologia como ciência que estuda e trata os mais diversos hormônios e seus distúrbios parte de uma premissa básica que segue atual: nem além, nem aquém; logo, se não há deficiência, não há qualquer benefício adicional na sua suplementação.
Na verdade, o manejo dos hormônios não é algo simplista, tendo em vista o grande número de associações, interações e feedbacks que os envolvem, mas tem-se observado com preocupação o uso indiscriminado da reposição hormonal com finalidade estética, de performance corporal ou mesmo para melhora de sintomas inespecíficos, como cansaço e indisposição.
Nos casos em que há algum distúrbio hormonal, seja pelo excesso ou pela falta de hormônios, o corpo sinaliza e é capaz de direcionar a investigação de um possível desequilíbrio.
A partir daí, sugere-se uma avaliação com um profissional qualificado que poderá indicar um tratamento para restabelecer o equilíbrio hormonal e a saúde, sendo recomendado utilizar as menores doses necessárias.
Não sei em que momento a prática médica decidiu caminhar na contramão do principal preceito hipocrático para o exercício da profissão: "primum non nocere" (antes de tudo, não fazer mal - ao paciente).
O fato é que nunca se viu tantos excessos —de exames, procedimentos estéticos, suplementos, vitaminas e, claro, hormônios—, como atualmente.
Associe a isso a enxurrada de informações te levando a acreditar que se você não estiver consumindo determinado suplemento, seu corpo não funcionará adequadamente.
O mercado de suplementos movimenta bilhões em todo o mundo e essa elevada lucratividade depende do estímulo ao seu consumismo.
Não é incomum nos depararmos com pessoas que utilizam dezenas de cápsulas diárias e permanecem com os mesmos sintomas que motivaram o seu uso.
Aqui, o consumismo caminha de mãos dadas com o imediatismo e a busca por resultados rápidos e surpreendentes, proporcionando a falsa sensação de estar investindo em cuidado e saúde.
Nesse momento, fica a questão: será que o essencial está sendo minimamente contemplado?
É notório que estamos comendo mais, nos movendo menos e nos estressando cada vez mais. Não é à toa que a proposta de ter cápsulas que possam solucionar de forma imediata um estilo de vida disfuncional seja tão sedutora.
Espero que a revolução minimalista também atinja a endocrinologia para que possamos voltar a focar naquilo que é realmente importante e que seja disseminada a ideia de menos medicações/intervenções, porém mais qualidade de vida!
Tirar os excessos do caminho simplifica muito o modo de viver, além de poupar seu tempo e seu dinheiro. Sua saúde pode, sim, ser melhor com menos! Descomplique e maximize os benefícios.
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