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Covid: taxa elevada de mortes em bebês é alerta para grávidas se vacinarem
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Recentemente, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica recomendando a vacina da Pfizer contra a covid-19 para crianças de 6 meses a 2 anos. A nota precisa ser vista com uma atenção muito especial, pois traz dados importantes para a sociedade.
O texto chama a atenção, por exemplo, para o fato de que o risco de covid grave é maior em crianças com menos de 2 anos. Nessa faixa etária, a doença provocou 1.465 mortes e cerca de 25 mil internações.
Mas quero ir mais a fundo nos dados e falar sobre o grupo que não é elegível para a vacinação: bebês de até 6 meses de idade.
Na nota, podemos ver que, entre crianças de 6 a 11 meses, foram notificadas 271 mortes; enquanto no grupo de crianças de 1 a 2 anos, houve 359 mortes.
Logo, do total de 1.465 mortes provocadas pela covid em menores de 2 anos, podemos concluir que a grande maioria (835) ocorreu em bebês de até seis meses.
Mas se não há vacinas para essas crianças, o que fazer? É aí que entra a importância da vacinação das grávidas!
Um artigo mostra que mulheres vacinadas contra a covid (ou infectadas pelo coronavírus) durante a gestação passam seus anticorpos para os bebês.
E a pesquisa não só mostrou que os níveis de anticorpos são equivalentes entre as mães vacinadas e suas proles, como também que, na hora do parto, as mulheres que foram imunizadas tinham nível de anticorpos mais altos em comparação às que tiveram covid, mas não se vacinaram.
Além disso, aos 2 meses, 98% dos bebês de mães vacinadas tinham anticorpos IgG detectável contra a proteína spike do coronavírus —nível semelhante ao de suas mães.
Como ainda não há vacinas para crianças de até 6 meses, é importante avaliar a persistência de anticorpos até essa idade. Pois o estudo mostrou que 57% dos bebês nascidos de mães vacinadas tinham anticorpos contra o coronavírus aos 6 meses de idade. Já em filhos de mães infectadas que não tomaram a vacina, somente 8% apresentaram anticorpos.
Ou seja, quem se vacina garante uma proteção maior do que quem teve anticorpos gerados após se infectar e não recebeu a imunização.
Uma questão final que vale citar é sobre a amamentação. No estudo, dá para perceber que, com o passar do tempo, os níveis circulantes de anticorpos nos bebês caem. Dessa forma, outra maneira das mães passarem anticorpos para os recém-nascidos é por meio da amamentação. E esse tipo de anticorpo, chamado de IgA, é o anticorpo de mucosa, que é extremamente importante para as doenças respiratórias, como a covid-19.
Portanto, vamos espalhar a informação de que todos precisamos estar com a vacinação em dia —e que as grávidas necessitam de um cuidado a mais, pensando nelas e nos bebês que vão nascer.
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