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Vacina bivalente contra a covid: o que muda nela? Quem vai poder tomá-la?
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Nesta terça-feira (22), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou duas vacinas bivalentes contra a covid-19, ambas desenvolvidas pela empresa BioNTech em parceria com a Pfizer, que usam a tecnologia mRNA.
Mas qual a diferença das vacinas bivalentes para os imunizantes que foram aplicados na população até agora?
Basicamente, essas novas formulações vacinais trazem a sequência genética da proteína spike do coronavírus "original", que foi identificado em Wuhan, na China, além da sequência genética da ômicron, que é a variante de preocupação (VOC) do coronavírus com maior distinção genética do "vírus original".
Entre todas as variantes de preocupação, a ômicron é que possui a maior capacidade de "escapar" da resposta imunológica gerada pelas primeiras vacinas desenvolvidas —que nós recebemos e ainda são as mais usadas em todo o mundo.
A ômicron não estacionou e surgiram subvariantes, como a BA.1, BA.4 e BA.5. As novas vacinas precisaram acompanhar essas mutações, por isso as vacinas da BioNTech/Pfizer foram atualizadas.
Por que há duas vacinas bivalentes?
Os imunizantes protegem contra variantes diferentes da ômicron:
- Vacina bivalente BA.1 - gera anticorpos contra o coronavírus original e contra a variante ômicron BA.1;
- Vacina bivalente BA.4/BA.5 - protege contra o vírus primeiramente identificado na China, assim como contra as variantes BA.4 e BA.5 da ômicron.
Quais das vacinas vamos tomar?
A decisão envolve o corpo técnico responsável por identificar as subvariantes predominantes no Brasil. É necessário um trabalho de vigilância genômica muito bem feito e em larga escala, além de uma articulação entre o Ministério da Saúde (ou suas pastas responsáveis pelas vacinas) com a Pfizer, para adquirir com urgência as vacinas que protegem contra as variantes que estão circulando mais por aqui.
Repito: a urgência é fundamental, pois uma variante viral com alta circulação hoje pode não ser a dominante em alguns meses.
É importante dizer que as vacinas bivalentes BA.1 e BA.4/BA.5 estão aprovadas em mais de 30 países, entre eles as nações da União Europeia, o Canadá, os Estados Unidos e o Japão.
Quem vai poder receber as vacinas bivalentes?
Os imunizantes serão aplicados em pessoas com 12 anos ou mais, como dose de reforço. Ou seja, para tomar a vacina bivalente é necessário que você já tenha recebido ao menos duas doses da vacina contra a covid —o que chamávamos de esquema vacinal completo.
Ainda há muitas dúvidas que precisam ser esclarecidas. Quem não tomou as duas doses vai poder tomar a vacina bivalente, caso ela seja a única disponível? A vacina bivalente só será aplicada três meses após a pessoa ter completado o esquema vacinal?
Bom, tudo isso ainda deve ser mais bem explicado pelas agências responsáveis. Mas, biologicamente falando, nada deve impedir as pessoas de se vacinarem.
Não fique esperando a vacina bivalente
A atualização vacinal gerou resposta imunológica mais robusta contra as subvariantes específicas da ômicron do que as primeiras vacinas produzidas contra o coronavírus.
Mas, se você já está no grupo que pode receber uma dose de reforço (terceira ou quarta), especialmente se for imunodeprimido ou tiver comorbidades que aumentam o risco de covid grave, não espere as novas vacinas chegaram para se imunizar. As vacinas oferecidas atualmente contribuem significativamente para prevenir que pessoas desenvolvam a doença em estado grave, além de evitarem mortes.
Entenda que as mutações ajudam o vírus a escapar de muitos anticorpos neutralizantes, mas o sistema imunológico não é formado apenas por anticorpos. Ele é uma rede complexa, que conta com diversas ferramentas para proteger o organismo.
Nesse momento, devemos nos vacinar com o imunizante que estiver disponível e cobrar para que o governo adquira o quanto antes as novas vacinas —e as disponibilizem para todos os grupos.
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