Parto humanizado tem a ver com respeito à paciente, e não com o local
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Hoje inicio meu trabalho aqui em VivaBem, este será um espaço aberto para falarmos de saúde da mulher dentro da ginecologia e obstetrícia. Sejam todos bem-vindos e para dar o pontapé inicial separei um tema que adoro abordar e sempre gera muita dúvida: o parto humanizado.
Por muito tempo os partos eram realizados por parteiras em casa, nesta época a ideia de parto hospitalar era deixada para as mulheres que não conseguiam arcar com os custos de uma parteira domiciliar. Com a evolução da medicina e das técnicas de cesárea, esse tipo de parto se difundiu e alguns países como o Brasil aprimoraram as técnicas, aumentando suas taxas a valores muito altos a ponto de superar o parto vaginal (normal).
Em meados dos anos 2000, alguns movimentos contrários à hospitalização do parto começaram a crescer no Brasil, questionando nossas altas taxas de cesáreas e excessivas intervenções nos partos, solicitando mais autonomia da paciente. Foi neste momento que o movimento do parto humanizado começou a crescer.
O parto humanizado é condição que respeita a gestante e o bebê, permite que sua autonomia seja levada em consideração, seja no parto vaginal, seja na cesárea, seja no fórceps. A maneira de nascimento não é o que determina essa humanização e, sim, o respeito com que a paciente é atendida.
Alguns profissionais da saúde apresentaram alguns questionamentos que trouxeram grandes conquistas para a humanização do parto, por exemplo:
- O alojamento conjunto (permitir que a mãe e o bebê fiquem juntos logo após o nascimento);
- Autorizar o acompanhante durante o período de trabalho de parto, o parto e o pós-parto;
- Incentivar o parto vaginal;
- Incluir enfermeira obstétrica e doula na assistência;
- Reduzir intervenções desnecessárias como toques excessivos;
- Fornecer analgesia, que é uma forma de reduzir a dor durante o trabalho de parto;
- Limitar o uso de ocitocina (medicamento que estimula a contração uterina);
- Liberar os movimentos da paciente durante o trabalho de parto;
- Incluir medidas não medicamentosas, como exercícios com bola, música, hipnose, aromaterapia, massagem;
- Permitir novos locais e posições para o nascimento (como banqueta e banheira);
- Incentivar que a paciente fique livre para se movimentar e expressar sua opinião.
Algumas dúvidas para elucidar ainda mais o tema:
Parto domiciliar é humanizado?
O local não determina se o parto é humanizado, o que determina isso é a forma de atendimento, ou seja, um parto domiciliar pode ser humanizado, mas no hospital também pode acontecer o parto humanizado.
Para que serve a banheira no parto?
É um ótimo local para o relaxamento do período do trabalho de parto, e o nascimento vai depender das condições da paciente e da equipe.
Gestante de alto risco pode ter parto humanizado?
Sim, todas as gestantes podem ter o parto humanizado. O parto humanizado não é uma técnica e, sim, uma condição de atendimento com a gestante, isso pode ocorrer na cesárea agendada, no parto vaginal e na cesárea durante o trabalho de parto.
Existem contraindicações ao parto humanizado?
Não, independentemente da situação, o parto humanizado pode ser feito. Mesma na urgência, é sempre possível humanizar o atendimento de alguma forma.
Parto humanizado é feito apenas por equipe particular?
Não. Equipes de plantonistas, de hospitais públicos, do convênio, todos possuem condições de humanizar o atendimento para a paciente.
Como se preparar para o parto humanizado?
Buscando informações, conhecendo profissionais engajados na causa, assistindo documentários e entendendo que todo parto pode ser humanizado.
Para quem você recomenda o parto humanizado?
Para todas as mulheres que desejam eternizar este momento, mesmo nas situações mais difíceis é possível trazer um pouco de carinho e humanização.
Independentemente das alterações que o ser humano tem feito no parto, ele permanece ocorrendo e mostrando que deixar a natureza agir é uma forma linda e saudável de nascimento.
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