Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Agosto Dourado: conheça os benefícios do aleitamento para mãe e bebê
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No ano de 2017, a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), pensando na semana do aleitamento materno que acontece entre 1º e 7 de agosto, criou o "Agosto Dourado", uma campanha nacional de conscientização sobre a importância do leite materno nos primeiros anos de vida dos bebês.
Tudo foi oficializado através da Lei nº 13.435/2017, que determina que no decorrer do mês de agosto as ações devem ser intensificadas para a conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno, utilizando o dourado para lembrar o "padrão ouro de qualidade" da amamentação.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) aconselha a amamentação de forma exclusiva por 6 meses sem a necessidade de qualquer tipo de complemento, tais como água, chá ou outros alimentos, e a manutenção com complemento por dois anos ou mais.
Embora 96% das mulheres iniciem a amamentação exclusiva, apenas 41% a mantêm até um ano de vida. Os obstáculos são diversos e contar com um mês de incentivo ao aleitamento é mais uma forma de buscar meios para aumentar esse número.
Para alguns, amamentar pode ser simples e instintivo, mas diversas mães passam por desafios, até mesmo porque essa sensação de que é algo simples e natural se transforma em um desafio quando muitas mulheres percebem que isso é complexo e pedir ajuda pode ser mais difícil se comparado com a opção de dar uma fórmula.
Como sociedade devemos acolher essas mulheres com orientação e condições para que no retorno ao trabalho a amamentação possa continuar.
Benefícios
Para o bebê:
- O leite materno possui bactérias que auxiliam na formação da flora do bebê;
- Protege contra infecções e diarreia através das células de defesa presentes na sua composição;
- As crianças amamentadas por 6 meses ou mais, quando comparadas com as que mamam por menos tempo, têm risco 19% menor de apresentar leucemia;
- Menor número de casos de otite média aguda, asma e dermatite atópica;
- Redução de 26% no risco de obesidade e sobrepeso.
Para quem amamenta:
- A amamentação auxilia na contração do útero após o parto fazendo com que ele tenha menos sangramento;
- Menos risco de câncer de mama, endométrio e ovário;
- Auxílio para retornar ao peso pré gestacional, pois a amamentação gera uma queima calórica de cerca de 700 kcal por dia.
Para ambos:
- A amamentação favorece o vínculo entre a mãe e o recém-nascido com benefícios emocionais e psicológicos para ambos;
- O aleitamento materno é economicamente mais barato, natural, renovável e ambientalmente seguro.
Quando, após tentativas ou por algum tipo de impossibilidade, o aleitamento materno não acontecer, buscar orientação nutricional e pediátrica é extremamente importante, pois cada situação tem suas particularidades e cada bebê tem indicações e necessidades diferentes.
A Carol Costa contou um pouco da sua experiência de amamentação: "Tive 4 filhos e experiências diferentes, tive dificuldade para o leite descer, mas não desisti de amamentar mesmo com a indicação de fórmulas, sempre procurei fazer tudo o que estava ao meu alcance, procurando profissionais como fonoaudiólogos, consultores em amamentação, tirando leite em bombinhas, tomando suplementação, orientações com nutricionista... Sempre existiu o desejo e a vontade de amamentar exclusivamente no peito! Confesso ter ficado frustrada com a amamentação da minha primeira filha, mesmo assim amamentei até 3 anos e meio. Meu filho Leonardo amamentei até um ano e dois meses, idade que ele faleceu. Maria Flor consegui amamentar graças a relactação, tive baby blues e o emocional contribui muito, amamentei até dois anos e meio. Na do Theodoro me senti uma vitoriosa amamentando exclusivamente até os seis meses!"
Com todas as experiências da Carol e sua força de vontade para amamentar, desejo que todas as mulheres possam ser incentivadas e acolhidas durante a amamentação.
Gostou deste texto? Dúvidas, comentários, críticas e sugestões podem ser enviadas para: dralarissacassiano@uol.com.br.
Referências:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13435.htm.
Brasil. Datasus. Sistema de informações sobre de nascidos vivos- Sinasc 2013.
Rodrigues, Marcielle J et al. Factors associated with breastfeeding in the first year of life in Cruzeiro do Sul, Acre. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil [online]. 2021.
Finalizo este texto comemorando um ano da minha coluna, quero agradecer a toda equipe de VivaBem, por toda a receptividade, e a todos vocês, leitores, que são o motivo do nosso trabalho.
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