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Estar sedada durante uma cesariana é bem incomum; entenda a anestesia
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Sabemos que a violência contra a mulher existe há muito tempo e que, apesar dos avanços que tivemos ao longo dos anos por conta de muita luta, ainda é algo recorrente e violento o que acontece conosco de diversas formas.
Nesse momento o que ganhou foco foi o abuso sexual, algo recorrente, infelizmente, mas dessa vez ganhou um tom de perversidade que chocou ainda mais.
Recentemente, uma gestante foi abusada sexualmente durante uma cesariana, o que já se trata de algo assustador, mas observando os detalhes do caso, um ponto chama atenção: a paciente estava sedada durante o procedimento, algo incomum durante uma cesárea.
Alguns anestésicos sedativos podem ser passados para o feto, causando alteração no seu sistema nervoso central. Para evitar o risco desta alteração, a recomendação é de que se os sedativos forem necessários, que sejam utilizados nas menores concentrações.
Em paralelo com as questões fetais, tem a gestante, com um aumento de 10% a 20% no consumo de oxigênio durante a gestação e pode chegar a 100% durante o trabalho de parto para suprir as necessidades do feto, além do consumo para a parte cardíaca e respiratória. Na cesariana, a posição para o procedimento pode ser desconfortável e levar a uma necessidade maior de oxigênio.
Existem quatro técnicas de anestesia para a operação cesariana: local, epidural, raquianestesia e geral, utilizando anestésicos venosos, inalatórios, bloqueadores dos nervos e músculos. A escolha de qual técnica será utilizada se baseia em relação a quão urgente é o procedimento, como a gestante está em questões como coagulação, jejum, obesidade, alterações da coluna, doença cardiovascular ou respiratória, da parte oral e respiratória.
A anestesia geral tem uma ação mais rápida se comparada com a raquianestesia, que após ser aplicada necessita de um tempo até o seu início, porém os riscos do procedimento também são maiores, como perda de sangue, risco de aspiração do conteúdo presente no estômago, impossibilidade de acompanhamento do nascimento, além do feto que pode ter uma alteração transitória no padrão respiratório logo ao nascimento.
Já a raquianestesia, após ser realizada, precisa de um tempo até seu efeito iniciar, mas tem menores riscos para a gestante e o feto, além disso, com ela é possível que a paciente se mantenha acordada e participa de todo o procedimento, com raras exceções em que a sedação pode ser utilizada, mesmo nestes casos o nível de sedação deve ser controlado, pois, quando se deseja sedações mais pesadas os riscos são aumentados.
Com essas opções anestésicas, exceto em casos específicos, a anestesia realizada para a cesárea poderá ser a raquianestesia, sem a necessidade de sedação e, se por algum motivo houver indicação para sedação, ela poderá ser feita de forma que a paciente ainda possa vivenciar este momento único e especial.
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