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Larissa Cassiano

REPORTAGEM

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Candidíase não pode ser ignorada e deve ser devidamente tratada

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Imagem: iStock

Colunista do UOL

28/09/2022 04h00

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O corrimento vaginal é uma das queixas ginecológicas mais frequentes no consultório de ginecologistas, mas nem sempre essa queixa é levada em consideração e, em alguns casos, tanto o diagnóstico quanto o tratamento podem ser pouco valorizados, o que impossibilita um tratamento adequado, o ideal é que o diagnóstico seja feito com base nas queixas, exame físico e exames subsidiários, se disponíveis.

Entre as causas mais frequentes está a candidíase, uma infecção vaginal causada pela proliferação de fungos que pode levar a sintomas como o corrimento vaginal. Na avaliação ginecológica é possível observar a vulva mais avermelhada, inchada, com fissuras e escoriações, que podem causar fortes dores na hora de urinar, corrimento com aspecto de nata de leite, esbranquiçado a amarelado e um pH vaginal mais baixo.

Para diagnóstico é possível realizar avaliação direta do conteúdo vaginal, colocando soluções que auxiliam na sua identificação, cultura em meios específicos, avaliação do material em lâminas, mas mesmo com exames iniciais negativos a investigação deve seguir, pois outras possibilidades diagnósticas devem ser aventadas, principalmente nos casos recorrentes.

Para o tratamento é possível utilizar medidas naturais, como banho de assento, óvulos com óleo de coco, óleos essenciais, óvulos, comprimidos e cremes com medicamento antifúngico. O óleo de coco tem sido aliado de muitas pessoas e nos estudos já se observa que o ácido láurico presente pode ser convertido em outras substâncias com alto poder antifúngico, antiviral e antibacteriano.

A Candida albicans, principal causadora da candidíase, pode ser encontrada no organismo em baixas concentrações sem que isso caracterize uma infecção, mas por oscilações do organismo a infecção pode se intensificar, ou seja, não consideramos a candidíase uma infecção sexualmente adquirida e mesmo em pessoas que não tiveram sua iniciação sexual ela pode ocorrer.

Alguns fatores mais específicos sobre como essa infecção pode ocorrer e ficar se repetindo são desconhecidos, mas roupas úmidas por períodos prolongados, alimentações com excesso de carboidratos e estresse podem favorecer essa proliferação.

A candidíase vaginal pode acometer até 10% das pessoas gestantes pelo aumento dos hormônios, alteração da imunidade, aumento de secreções vaginais e mudança na dieta.

Durante a gestação, os quadros de infecção podem se repetir e um dos desafios pode ser a impossibilidade de tratamento com um dos antifúngicos mais frequentes para tratamento, o fluconazol, contraindicado durante o primeiro trimestre de gravidez pelo risco de malformação congênita e abortamento.

Embora por muitas vezes a candidíase possa parecer uma infeção frequente de tratamento simples, que muitas vezes nem passa por avaliação física antes de ser tratada, é importante que não seja ignorada, pois a evolução em muitas situações pode ser extremamente desconfortável.

Para os casos de repetição é ideal que o tratamento seja feito após avaliação específica e em alguns casos com tratamento prolongado.

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Referências:

Zhang Z, Zhang X, Zhou YY, Jiang CM, Jiang HY. The safety of oral fluconazole during the first trimester of pregnancy: a systematic review and meta-analysis. BJOG. 2019 Dec;126(13):1546-1552. doi: 10.1111/1471-0528.15913. Epub 2019 Sep 18. PMID: 31446677.