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Papanicolau é exame preventivo que rastreia câncer; tire dúvidas
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A colpocitologia oncótica (o papanicolau) é considerada um exame preventivo que faz parte da rotina de pessoas com útero, pois auxilia no diagnóstico do câncer de colo de útero e de algumas infecções vaginais através da análise das células presentes no colo e na vagina.
O exame é realizado inserindo um espéculo via vaginal para visualização do colo do útero e coleta das células esfoliadas presentes no colo. Através da análise delas é possível observar se são sugestivas de alterações com risco de lesões no colo pré-invasivas, que, se não tratadas precocemente, poderão levar ao câncer.
Segundo as Diretrizes para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero de 2016, elaboradas pelo Ministério da saúde, a orientação a pesquisa deve ser iniciada para pessoas sem sintomas a partir dos 25 anos ou mais e quem já iniciou a vida sexual.
Depois da realização de dois exames normais com intervalo de um ano, o exame pode passar a ser realizado a cada três anos, até os 64 anos, desde que a pessoa tenha ao menos dois exames consecutivos negativos, nos últimos cinco anos.
Dúvidas frequentes sobre o exame:
É possível diagnosticar infecções?
Sim, algumas infecções podem ser identificadas, porém esse não é o foco principal do exame, cujo objetivo é analisar células sugestivas de lesão relacionada ao câncer do colo uterino. O fato de uma infecção não aparecer no exame não significa que ela não exista.
Pessoas com mais de 64 anos não precisam realizar o exame?
Segundo o Ministério da Saúde, após os 64 anos, caso a pessoa tenha ao menos dois exames consecutivos negativos nos últimos cinco anos, ele pode ser dispensado, mas isto se estes critérios forem preenchidos, se não houver sintomas ou fatores que aumentem o risco para câncer de colo do útero.
Antes dos 25 anos o exame não deve ser feito?
Depende, antes dos 25 anos o ideal é que cada caso seja visto individualmente, pois a idade de início sexual e sintomas farão parte de definição para realização do exame.
Nos casos de candidíase de repetição, o papanicolau pode ajudar?
Sim, mas o diagnóstico de candidíase é geralmente feito pelo exame ginecológico e pesquisa da secreção vaginal, o papanicolau vai auxiliar dizendo se existe alguma alteração preditora para câncer de colo uterino ou até se a cândida (fungo causador da candidíase) está presente, porém sem dar mais detalhes.
Mulheres em relações sem penetração devem realizar o exame?
Pensando na evolução do câncer do colo do útero e sabendo que o principal envolvido na causa é a infecção persistente pelo HPV (papilomavírus humano) oncogênico, para que a doença aconteça será importante observar caso a caso, por exemplo, pessoas que já tiveram relações com penetração vaginal ainda que permaneça um longo período sem relações devem ser avaliadas, pessoas que nunca tiveram penetração, mas tem contato vulva com vulva podem realizar pesquisa específica para HPV, pessoas sem contato vulva a vulva, sem penetração e sem contatos com matérias que possam conter secreções de outras pessoas também podem ser liberadas das realizações do exame e só avaliar individualmente se existe indicação para pesquisa de HPV.
De maneira geral, mesmo quem não teve penetração vaginal, mas teve algum tipo de contato sexual com exposição a outra pessoa, deve ficar atenta e conversar com o profissional sobre a possibilidade de investigar com pesquisa para HPV.
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Referências
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Colpocitologia oncológica no rastreamento do câncer de colo uterino. São Paulo: Febrasgo; 2021. (Protocolo Febrasgo-Ginecologia, nº 34/Comissão Nacional Especializada em Trato Genital Inferior)
Instituto Nacional de Câncer (Inca). Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. Rio de Janeiro: Inca; 2016.
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