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Larissa Cassiano

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Está grávida? Já pensou sobre o seu plano de parto? Entenda o que é

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Imagem: iStock

Colunista de VivaBem

25/01/2023 04h00

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No final da década de 1970, o Plano de Parto surgiu visando facilitar a comunicação entre pessoas gestantes e profissionais de saúde, trazendo informações sobre possibilidades e dando autonomia.

O Plano de Parto integra o conjunto de recomendações da OMS de "Boas Práticas de Atenção ao Parto e Nascimento" desde 1996, visando humanizar a assistência obstétrica pelo mundo. No Brasil, o plano de parto é garantido legalmente.

Quando falamos sobre plano de parto, estamos falando de um documento em que a pessoa gestante deixa registrado por escrito seus desejos relativos às etapas antes, durante e no pós-parto, e cuidados com o recém-nascido, relativamente a procedimentos, profissionais, intervenções, passos e cuidados prestados neste momento, considerando as informações passadas, disponibilidades e julgamentos sobre o que se considera melhor para seu corpo e para seu bebê.

Principais benefícios do plano de parto:

Evitar condutas indesejadas pela pessoa gestante;
Garantir e incentivar o processo de humanização do parto;
Assegurar que os desejos presentes do plano sejam executados;
Nortear as preferências para a equipe;
Permitir mais conhecimento e questionamentos durante a sua elaboração;
Entendimento sobre o quanto o parto é um processo fisiológico que não precisará de intervenções geralmente.

Não existe uma idade gestacional exata para que o plano de parto seja escrito, mas é importante que ele seja feito a partir do momento que a pessoa já tiver informações sobre suas condições clínicas, evolução do trabalho de parto, métodos não farmacológicos e farmacológicos para o alívio da dor, riscos de intervenções desnecessárias e necessárias e indicações de cesariana.

Para o profissional, o Plano de Parto oferece as informações que irão nortear as possibilidades para prestar a melhor assistência possível, de forma humanizada e personalizada, possibilitando mais vínculo, o que é benéfico para ambos.

Alguns pontos e questões que devem fazer parte do plano de parto:

Trabalho de parto: presença de acompanhante e/ou doula, liberdade para caminhar e escolher sua posição, uso da banheira e/ou chuveiro, uso de medicamentos, ou medidas não farmacológicas, rompimento artificial da bolsa.

Parto: as posições; ambiente, se deseja algo especial; episiotomia, que embora seja contraindicada ainda é praticada em alguns locais; luzes; se deseja aguardar a expulsão espontânea da placenta e se bebê deve ir para o colo após o parto.

Cuidados com o recém-nascido: administração de colírios, a amamentação sob livre demanda e alojamento conjunto com a família.

Caso a cesárea seja necessária: aguardar o início do trabalho de parto ou não, forma de anestesia, luzes e ruídos, permanência do bebê durante o procedimento e amamentação.

O plano de parto pode ser fornecido pela equipe que acompanha a pessoa gestante, hospital, grupos de gestante, internet, mas o importante é que ele seja adaptado para cada um, contemplando os desejos pessoais da forma mais personalizada possível.

Lembrando, como o nome diz, o plano de parto é um planejamento e pode necessitar passar por alterações, mas isso não deve ser um motivo para que as escolhas deixem de ser respeitadas, nesse caso é imprescindível que a equipe discuta qualquer procedimento ou medicação antes da administração e que seja dada a chance de escolher após consentimento informado.

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