Vacina nonavalente contra HPV: quais as vantagens deste modelo?

O câncer no colo de útero, por se tratar de um câncer, sempre traz um ar assustador, mas você sabia que ele pode ser evitado e curado?

Para isso é importante que a vacinação seja realizada, a detecção seja feita precocemente e um tratamento seja feito de forma eficaz.

No entanto, mesmo com essas possibilidades, ele é a quarta forma mais comum de câncer entre as mulheres em todo o mundo, por isso trouxe esse tema aqui, assim podemos expandir nosso conhecimento e assim ajudar em como reagir diante desse diagnóstico conosco ou com um familiar.

Para reduzir o câncer do colo do útero, 3 estratégias são muito importantes:

1. vacinação
2. exames preventivos
3. tratamento

O papiloma vírus humano, conhecido como HPV, é um vírus com mais de 150 tipos diferentes. A infecção pelo vírus HPV é considerada sexualmente transmissível e está ligada ao câncer do colo do útero, lesões pré-cancerígenas, câncer do ânus, da vulva, da vagina, do pênis, verrugas genitais, lesões no aparelho respiratório e digestivo, incluindo câncer de orofaringe e papilomatose respiratória recorrente.

Entre as pessoas sexualmente ativas, 80% entrarão em contato com o HPV em algum momento da vida.

A infecção pelo HPV é muito complexa e geralmente não persiste, quando se mantêm pode ficar por anos sem se manifestar e até mesmo evoluir para uma alteração no colo do útero que pode, em seguida, regredir espontaneamente, porém em algumas mulheres ele pode evoluir para câncer do colo de útero.

Entre as mulheres, os subtipos 16 e 18 estão relacionados com lesões cancerígenas e são os responsáveis por mais de 70% dos casos de câncer de colo de útero, lesões precursoras, lesões de vulva, vagina e ânus.

Já os subtipos 6 e 11 não estão relacionados com câncer, porém estão associados a verrugas genitais nos homens e mulheres.

A partir de 2015, foi licenciada e recomendada nos Estados Unidos pela ACIP (Advisory Committee on Immunization Practices) uma nova formulação da vacina HPV, que nos protege dos 4 tipos de HPV (6-11-16-18) que estão incluídos na quadrivalente, e mais 5 tipos que protegem contra câncer, os tipos 31, 33, 45, 52 e 58, chamada de nonavente (Gardasil 9V), uma forma de vacina que não contém DNA do vírus e, logo, não pode causar a infecção.

Em março de 2023, a Anvisa liberou a comercialização dessa nova formulação, a vacina nonavalente, em clínicas privadas de vacinação. A vacina nonavalente pode ser realizada por mulheres e homens entre 9 e 45 anos com as doses administradas conforme a idade: 9 a 14 anos (2 doses: 0-6 meses); após 14 anos (3 doses: 0-2-6 meses). Em estudos, a vacina nonavalente apresentou segurança similar da quadrivalente.

No SUS, está disponível gratuitamente a vacina HPV quadrivalente (4V), contra os 2 principais tipos de HPV que causam câncer de colo uterino e os 2 tipos que causam verrugas genitais, para meninas e meninos de 9 a 14 anos, com duas doses em intervalo de 6 meses.

Para mulheres e homens com redução na imunidade até 45 anos, com três doses em intervalo de 2 e 6 meses (0-2-6 meses).

A vacina contra HPV é contraindicada para pessoas com hipersensibilidade a um dos componentes, gestantes e pessoas que já tiveram quadro de alergia após tomar uma dose da vacina ou contato com algum dos seus componentes.

A vacina nonavalente passa a ser uma recomendação preferencial, pois aumenta a proteção contra as doenças associadas ao HPV, incluindo cinco tipos adicionais em comparação a quadrivalente. Apesar do valor mais alto (cerca de R$ 1.000 nas clínicas privadas) vale a pena para quem puder pagar.

Gostou deste texto? Dúvidas, comentários, críticas e sugestões podem ser enviadas para dralarissacassiano@uol.com.br.

Referências:

Gardasil 9 (Human papillomavirus 9-valent vaccine, recombinant. US FDA approved product information; Whitehouse Station, NJ: Merck & Co, Inc. June 2020]

Informações sobre a Vacinação contra HPV pela Febrasgo