Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Testei positivo para HPV, é grave? Devo me preocupar? E agora, o que fazer?
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Bem, se você acabou de ver um resultado positivo para pesquisa de HPV e está apreensiva, acredite, você não está sozinha e o meu objetivo com este texto é te tranquilizar.
Em primeiro lugar, acredite no quanto esse resultado positivo é frequente e, na maioria das vezes, você não terá motivos para se preocupar.
Embora eu tenha dito que na maioria das vezes você não deve se preocupar, eu sei o quanto isso é complicado, por este motivo gostaria de fazer uma analogia para que você possa compreender um pouco como as infecções por vírus podem se comportar.
Provavelmente, no auge da pandemia você conheceu pessoas sem sintomas, mas que realizaram teste para covid e ele estava positivo e mesmo durante todo tempo de observação evoluíram bem, sem nenhum tipo de alteração. Essa possibilidade de infecção por um vírus, sem que essa infecção se transforme em uma doença, também pode ocorrer com o HPV.
Outra analogia, para terminamos essa questão com o coronavírus é que você também deve se lembrar que essas mesmas pessoas, que tiveram teste positivo e não tinham sintomas, não tinham indicação de tratamento e mesmo as pessoas infectadas, nem todas foram tratadas, mais uma vez podemos trazer essa comparação para o HPV.
Resumindo, o fato de o teste estar positivo para HPV não é um significado de doença e nem sempre pessoas infectadas pelo HPV terão indicação de tratamento.
O HPV é um vírus com mais de 150 tipos diferentes, sendo que 12 desses tipos possuem a capacidade de levar ao câncer de colo do útero e os demais tipos podem causar lesões genitais e na pele. O HPV é a principal causa de câncer do colo do útero, o segundo câncer mais frequente entre as mulheres e a quarta maior causa de morte por câncer no Brasil.
Geralmente sua contaminação se dá por relações sexuais que podem ser por contato oral-genital, genital-genital, mão-genital. Com uma estimativa de que, no mundo, 25% a 50% das mulheres e 50% dos homens estão infectados pelo HPV, essa infecção é extremamente frequente.
A infecção pelo HPV é muito complexa e geralmente não persiste, quando se mantêm pode ficar por anos sem manifestar e até mesmo evoluir para uma alteração no colo do útero que pode, em seguida, regredir espontaneamente, porém em algumas mulheres ele pode evoluir para câncer do colo do útero.
Isso explica a importância do papanicolau anual, assim essa alteração pode ser diagnosticada mais precocemente e o tratamento feito o mais rápido possível. No homem, a maioria das infecções não leva a lesões visíveis e o diagnóstico delas pode ser feito pela peniscopia, exame que faz a visualização do pênis com lente adequada.
Algumas respostas rápidas sobre HPV:
Teste positivo para HPV, devo me preocupar?
Geralmente não, se com o teste não houver lesão genital no colo do útero ou papanicolau, esse não será um motivo para pânico.
Qual melhor tratamento em caso de teste positivo?
Caso não exista uma alteração, o melhor tratamento é manter um bom cuidado com a sua imunidade e, se possível, se vacinar contra o HPV, caso ainda não tenha feito.
Posso me vacinar mesmo com teste positivo para HPV?
Sim, mesmo com teste positivo, a vacina é indicada para pessoas de 9 a 45 anos.
É possível que o vírus desapareça sem que exista uma doença?
Sim, é possível e acontece com algumas pessoas
Em casos graves, o que pode ser feito?
O médico pode prescrever tratamentos específicos, como a remoção de lesões sugestivas de câncer, caso elas existam.
O que fazer após um exame positivo para HPV?
Siga as recomendações médicas, realize exames de rotina para monitorar a infecção, tenha um estilo de vida de forma mais saudável possível, evite o tabagismo, tenha relações sexuais seguras com o uso de preservativos.
Gostou deste texto? Dúvidas, comentários, críticas e sugestões podem ser enviadas para: dralarissacassiano@uol.com.br e veja mais no meu Instagram @dralarissacassiano.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.