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Larissa Cassiano

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Autoteste para HPV pode ser feito em casa; entenda como funciona

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Imagem: iStock

Colunista de VivaBem

05/07/2023 04h00

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O HPV (papilomavírus humano) é um vírus com mais de 150 tipos diferentes, sendo que 12 deles possuem a capacidade de causar câncer de colo do útero, enquanto os demais podem causar lesões genitais e na pele. A infecção pelo HPV é a principal causa desse tipo de câncer, que é o segundo mais comum entre as mulheres e a quarta maior causa de morte por câncer no Brasil.

A transmissão do HPV ocorre principalmente por meio de relações sexuais, incluindo contato oral-genital, genital-genital e mão-genital. Estima-se que de 25% a 50% das mulheres e 50% dos homens em todo o mundo estejam infectados pelo HPV.

A detecção precoce e o acompanhamento adequado são fundamentais para a prevenção e o tratamento do HPV. Existem diferentes possibilidades de teste para identificar a presença do vírus.

O papanicolau é um exame que pode identificar lesões precursoras do câncer de colo do útero, e o teste de DNA do HPV é capaz de detectar a presença do vírus em amostras de células do colo do útero.

Esses testes são essenciais para o diagnóstico precoce, permitindo a intervenção médica adequada e o tratamento oportuno.

Recentemente, no Brasil, foi lançado o primeiro teste aprovado por entidades nacionais e internacionais para o diagnóstico do HPV, que pode ser realizado pela própria pessoa, sem a necessidade de um profissional de saúde.

Com uma prescrição médica, a pessoa pode ir até um laboratório e escolher entre dois modelos disponíveis para realizar a coleta: o kit Self-FloqSwabs®, semelhante a um cotonete alongado, e o Rovers Evalyn®Brush, um dispositivo com uma haste flexível composta por fibras de náilon. O material coletado pode ser devolvido ao laboratório em até 30 dias.

Conversei com a ginecologista Tatiana Megale de Lima, doutora pela Unifesp, que ressaltou que a facilidade, a praticidade e o conforto de poder realizar a coleta em casa podem aumentar a adesão das pacientes a esse tipo de rastreamento.

No entanto, é fundamental que a paciente siga corretamente as instruções de coleta para evitar resultados negativos causados por erros.

A ginecologista Carla Dias, mestre pela Unifesp, complementa dizendo que, caso a pessoa tenha dúvidas ou não se sinta segura para realizar a autocoleta, é importante buscar auxílio do seu ginecologista.

É importante ressaltar que a autocoleta serve exclusivamente para o rastreamento da infecção por HPV e a prevenção do câncer do colo do útero. Ela não identifica outras doenças sexualmente transmissíveis e não substitui a necessidade de acompanhamento periódico com um ginecologista, especialmente no caso de presença de sintomas.

O autoteste para HPV é uma opção viável para muitas pessoas que não se sentem confortáveis em realizar exames ginecológicos e, muitas vezes, acabam adiando ou deixando de fazer seus exames de detecção do vírus. Além disso, oferece facilidade, agilidade e liberdade para todos que possuem indicação para pesquisa do HPV.

É fundamental que todas as pessoas estejam conscientes da importância da prevenção e do rastreamento do HPV. O diagnóstico precoce do vírus é essencial para identificar lesões precursoras do câncer de colo do útero e permitir intervenções médicas adequadas e tratamento oportuno.

A realização regular de exames de detecção, como o papanicolau e o teste de DNA do HPV, é fundamental para a prevenção e o controle dessa infecção viral.

Gostou deste texto? Dúvidas, comentários, críticas e sugestões podem ser enviadas para: dralarissacassiano@uol.com.br e veja mais no meu Instagram @dralarissacassiano.

Referências bibliográficas:

1. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). HPV e câncer. Disponível em: .

2. Portal da Sociedade Brasileira de Infectologia. Papilomavírus humano (HPV). Disponível em: .

3. Sociedade Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (SBPTGIC). Diretrizes Brasileiras para Rastreamento do Câncer do Colo do Útero. Disponível em: .