Larissa Cassiano

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Opinião

Útero: entenda o papel desse órgão na saúde da mulher e quando retirá-lo

O útero é um órgão essencial central na fertilidade e na saúde da mulher. Suas principais funções incluem fornecer um ambiente para o desenvolvimento do embrião, além de abrigar e nutrir o feto durante a gravidez.

No entanto, o útero está sujeito a várias doenças que podem afetar sua função e bem-estar. O útero também desempenha um papel fundamental nas contrações durante o parto, facilitando a expulsão do bebê. Caso a gestação não ocorra, o endométrio (camada interna do útero) é eliminado durante o ciclo menstrual.

Algumas alterações podem ocorrer no útero, como infecções, miomas, pólipos, adenomiose e câncer uterino.

Miomas são tumores benignos muito frequentes entre as mulheres que se formam em diferentes regiões do útero, podendo não causar nenhum tipo de alteração ou sintoma até causar sangramento, dificuldade para engravidar e desconforto.

Pólipo é normalmente benigno, com baixa incidência de malignidade, são pequenas massas que crescem de forma anormal em algumas regiões do útero como colo, endométrio e podem levar a sangramentos irregulares.

A adenomiose é uma alteração benigna do útero que ocorre quando o tecido que reveste o útero cresce nas paredes musculares, podendo causar dor e sangramento.

E a retirada do útero?

Diante de alguma alteração pélvica mais complexa, sem condições de tratamento clínico, uma opção pode ser a histerectomia, cirurgia de remoção do útero.

Ela só deve ser considerada quando outras opções de tratamento não surtem efeito, para condições como câncer uterino, miomas volumosos, endometriose grave, sangramento uterino anormal ou prolapso uterino (quando o útero desce para a vagina), para quem não tem desejo de uma gestação.

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A histerectomia, remoção cirúrgica do útero, pode ser realizada por diferentes abordagens, cada uma com suas características e implicações específicas.

Existem três principais tipos de histerectomia: abdominal, vaginal e laparoscópica. A escolha da abordagem depende da condição clínica da paciente, anatomia uterina e experiência do cirurgião.

A histerectomia abdominal é a mais tradicional, envolvendo uma incisão no abdome, bem parecida com a incisão feita na cesariana.

Ela é frequentemente escolhida quando o útero é de grande tamanho ou quando outras condições, como tumores uterinos ou endometriose, estão presentes.

Na histerectomia vaginal, o útero é removido através da vagina, sem incisões externas. Essa abordagem é geralmente preferida quando não há necessidade de intervenções adicionais no abdome, como na presença de prolapsos uterinos ou quando o útero é de tamanho moderado.

A histerectomia laparoscópica é realizada através de pequenas incisões no abdome, nas quais um laparoscópio (câmera) e instrumentos cirúrgicos são inseridos. Essa abordagem é a menos invasiva e oferece uma recuperação mais rápida e menos dor

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Após a histerectomia, as mulheres não irão mais menstruar e engravidar espontaneamente. Mas os ovários podem ser preservados e continuam a produzir hormônios, mantendo a manutenção da função hormonal.

O útero é um órgão crucial para a reprodução feminina, com funções complexas que vão desde a gestação até o parto.

Embora esteja suscetível a várias doenças, intervenções médicas, como a histerectomia, podem ser necessárias em situações em que a saúde e qualidade de vida da mulher estão em risco.

Referências:

Aarts JW, Nieboer TE, Johnson N, et al. Surgical approach to hysterectomy for benign gynaecological disease. Cochrane Database Syst Rev. 2015;(8):CD003677.

Fritsch H, Lienemann A, Brenner E, Ludwikowski B. Female pelvic anatomy: revisited. Gynecol Surg. 2008;5(3):177-183.

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Lasmar RB, Lasmar BP, Zagury DB, Bruno R, Cardeman L. Pólipo uterino. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Ginecologia, no. 7/ Comissão Nacional Especializada em Endoscopia Ginecológica).

Cho MK, Kim SR, Kim YH, et al. Laparoscopic versus abdominal hysterectomy for benign uterine disease: a systematic review and meta-analysis. J Minim Invasive Gynecol. 2017;24(3):357-367.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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