Você consome ou é consumido? Faça do autocuidado um ritual diário
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Uma das características do contemporâneo é o esvaziamento do tempo. Esvaziamento de sentido do tempo. Ele passa sem que percebamos o que fizemos dele, envolvidos que estamos em trabalhos, notícias, notificações mil, imagens múltiplas de múltiplos dispositivos que nos consomem e nos dão a ilusão de que somos nós a consumir.
O avanço do capitalismo transmutou a relação do tempo com a mais-valia. Não é preciso trabalhar horas a mais numa fábrica para enriquecer os donos dos meios de produção. O capital ganha enquanto escrevo esse texto, enquanto navegamos na internet, assistimos a uma série, enquanto falamos ao telefone.
Qual o limite no contemporâneo entre consumir e ser consumido? Entendo que um jeito de responder a isso é ficar atento aos seus próprios processos, atento ao seu corpo, aos sinais que ele dá ao longo do dia, atento ao que você sonha à noite ou se não tem sonhado, atento ao que sente vontade de comer, atento ao silêncio de ser só no mundo. Estar atento e forte como condição para o bem viver nos dias de hoje não se dá sem autocuidado, não se dá sem curvar o tempo a seu favor.
Os rituais são importantes marcadores de tempo em diversas culturas e sociedades. Ritualizar o autocuidado é marcar no tempo um espaço só seu. É conseguir sair da malha da aceleração e ouvir o que seu corpo quer lhe dizer, ouvir as suas necessidades. Do que você está precisando agora? O que pode aliviar ou ajudar a lidar com algum mal-estar? Por quais caminhos você pode se reencontrar consigo?
Fazer a si mesmo essas perguntas já é um exercício de desaceleração importante que abre passagem para descobrirmos quais práticas de cuidado estamos precisando agora ou quais fazem mais sentido para a gente.
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