Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Taxa de obesidade em jovens aumenta 90% em um ano
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O número de jovens com obesidade no Brasil cresceu muito do ano passado para cá. Em 2022, 9% dos jovens de 18 a 24 anos tinham IMC, o índice de massa corporal, superior a 30, o que configura obesidade.
Em 2023, essa taxa subiu para 17,1%, um aumento de 90% em um ano. Os dados são do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), realizado pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas.
Se acrescentarmos a esses dados o percentual de jovens com sobrepeso, ou seja, com IMC entre 25 e 30, teremos 40,3% dos jovens dessa faixa etária com excesso de peso.
O consumo de refrigerantes e sucos artificiais, um marcador importante de alimentação não saudável, é alto entre essa população: 24,3% dos jovens afirmaram, na pesquisa, consumir esses produtos cinco ou mais vezes na semana.
O sedentarismo, um dos fatores que colaboram para a obesidade e o surgimento de várias doenças, também é frequente entre a população mais jovem: apenas 36,9% praticam os 150 minutos semanais de atividade física recomendados pela OMS.
O sobrepeso e a obesidade nessa faixa etária preocupam porque quanto mais cedo eles surgirem, maior o risco do aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão, doença cardiovascular e câncer.
No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, o que representa 6,9% da população nacional. Esse número, no entanto, deve ser bem maior, já que muitas pessoas com a doença não receberam o diagnóstico.
O diabetes mata 1,5 milhão de pessoas por ano, de acordo com a OMS, e está relacionado ao risco aumentado de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC; renais; nos olhos; nervos; entre outras.
O estigma envolvendo a obesidade também aumenta o risco de transtornos mentais, como ansiedade e depressão, especialmente na infância e na juventude.
A obesidade é um problema de saúde multifatorial e bastante complexo, que precisa ser enfrentado levando em conta fatores psicológicos, biológicos, sociais e econômicos. Culpar o indivíduo pelo excesso de peso, embora seja comum, não resolve o problema e o afasta dos serviços de saúde.
A pessoa com obesidade, independentemente da faixa etária, deve ser tratada de forma multidisciplinar e individualizada. Além disso, é importante que haja políticas públicas para que a população tenha espaço e tempo para praticar atividade física com segurança e se alimentar de forma mais saudável.
Cuidar para que as pessoas vivam e envelheçam com qualidade de vida e saúde é, também, investir na prevenção de doenças.
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