Mariana Varella

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Reportagem

Como saber se é dengue, chikungunya ou zika? Conheça principais sintomas

O Brasil registrou mais de 600 mil casos prováveis de dengue do início de janeiro até agora, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados no início desta semana.

O país já contabiliza 113 mortes confirmadas pela doença e mais de 400 estão sob investigação.

O número representa alta de 294% em comparação com o mesmo período de 2023, ano em que o país bateu recorde de mortes pela doença, com mais de mil óbitos confirmados.

Além disso, casos de outras arboviroses, como chikungunya e zika, apesar de apresentarem tendência de queda, ainda representam preocupação em algumas regiões do país, como Nordeste e Centro-Oeste.

O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, também transmite essas doenças. Assim, muita gente se questiona se é possível identificar as arboviroses apenas pelos sintomas. "É difícil diferenciá-las apenas pela clínica", afirmou o infectologista Bruno Ishigami em entrevista ao Portal Drauzio. No entanto, alguns sintomas são apontados como característicos de cada uma dessas doenças. Veja abaixo os principais:

Dengue

Existem quatro tipos de vírus da dengue. Todos podem causar diferentes formas da doença. Algumas pessoas, principalmente crianças e adolescentes, não desenvolvem sintomas. É importante lembrar que quem teve dengue causada por um sorotipo ainda pode contrair os demais.

Sintomas mais comuns

  • Febre alta com início súbito (39°C a 40°C);
  • Perda de apetite;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Náuseas e vômitos;
  • Tontura;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Dor intensa nos ossos, músculos e articulações;
  • Manchas avermelhadas (rash) e erupções na pele, em especial no tórax e nos membros superiores, que podem vir acompanhadas de coceira ou não;
  • Cansaço extremo.
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A maioria dos pacientes sintomáticos costuma melhorar progressivamente; no entanto, uma parcela desenvolve complicações que surgem, em geral, entre o 3º e o 7º dia, quando a febre começa a regredir. Os sintomas mais característicos dessa fase são:

  • Dores abdominais intensas e contínuas;
  • Manchas vermelhas na pele;
  • Palidez;
  • Sangramento pelo nariz, boca e gengivas;
  • Vômitos persistentes;
  • Alterações neurológicas (sonolência excessiva, agitação, irritabilidade, confusão mental, entre outras);
  • Dificuldade respiratória;
  • Queda da pressão arterial.

Esses casos são graves e exigem atenção médica imediata.

Zika

A zika é uma doença causada pelo zika virus, assintomática na maioria dos casos.

Quando surgem sintomas, eles costumam ser:

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  • Febre baixa (37,5℃ e 38℃);
  • Dor muscular;
  • Dor de cabeça;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Aumento dos gânglios linfáticos;
  • Dores musculares e nas articulações, em geral nas extremidades;
  • Erupção cutânea acompanhada de coceira intensa que pode tomar o rosto, o tronco, os membros e atingir a palma das mãos e a planta dos pés;
  • Fotofobia (sensibilidade à claridade intensa);
  • Conjuntivite (olhos vermelhos, inflamados, lacrimejantes e sem secreção purulenta);
  • Mal-estar e cansaço.

Mais raramente, podem surgir problemas neurológicos, como meningite, encefalite e síndrome de Guillain-Barré.

Mulheres grávidas devem redobrar os cuidados preventivos, pois há relação entre a infecção e malformações congênitas no feto, como microcefalia.

Chikungunya

Os sintomas da chikungunya são muito semelhantes aos da dengue. No entanto, na chikungunya a dor articular costuma ser mais intensa.

Os principais sintomas são:

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  • Dor muscular (mialgia);
  • Dor de cabeça;
  • Febre alta e de início repentino;
  • Erupções na pele (exantemas), que podem vir acompanhadas de coceira;
  • Conjuntivite;
  • Dor intensa nas articulações (poliartrite), que podem surgir acompanhadas de inchaço nas regiões acometidas.


Diagnóstico e prevenção

O diagnóstico das arboviroses depende de uma avaliação clínica cuidadosa e de exames laboratoriais. Em geral, o médico avalia, também, se há casos frequentes na região.

Como essas arboviroses são transmitidas pelo Aedes aegypti, é preciso combater o mosquito por meio de ações que exigem políticas públicas, mas também de forma coletiva e individual. Você pode ajudar eliminando os criadouros do mosquito.

  • Atenção para locais que juntam água parada:
  • Tampe as caixas d'água;
  • Não deixe água acumulada na laje;
  • Mantenha os lixos fechados;
  • Utilize areia nos vasos de plantas;
  • Coloque garrafas e outros recipientes de cabeça para baixo;
  • Deixe as lonas esticadas;
  • Retire a água dos pneus.
  • Além disso, se você mora em regiões em que há casos de arboviroses, é recomendado:
  • Vestir calças e blusas com mangas compridas;
  • Dormir sob mosquiteiros, em especial durante o dia, pois o mosquito costuma ser mais ativo durante esse período;
  • Dar preferência a locais com ar-condicionado ou que tenham telas nas portas e janelas;
  • Usar repelentes (importante: aplique o produto seguindo as instruções da embalagem. Se for usar protetor solar, aplique-o primeiro e só depois passe o repelente).

Em bebês:

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  • Não use repelentes em crianças menores de 2 meses de idade;
  • Vista o bebê com roupas que cubram pernas e braços;
  • Cubra o berço, carrinho e "canguru" com mosquiteiro;
  • Não aplique repelente nas mãos, olhos e boca do bebê. Não use o produto nas áreas da pele que porventura estejam cortadas ou irritadas;
  • Passe o repelente nas suas mãos e então aplique o produto no rosto da criança.

No caso da zika, a OMS recomenda que gestantes que vivem em regiões de alta transmissão do vírus utilizem preservativo nas relações sexuais, pois o zika pode ser transmitido sexualmente.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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