8 medidas que você precisa colocar em prática já para evitar AVC
Na última segunda-feira (21), a Associação Americana do AVC e a Sociedade Americana de Cardiologia (ASA e AHA, respectivamente, da sigla em inglês) lançaram novas diretrizes para a prevenção do acidente vascular cerebral.
A ideia é aproveitar o Dia Mundial do AVC, comemorado em 29 de outubro, para conscientizar os profissionais de saúde e a população sobre a importância da prevenção da doença.
Quase 110 mil brasileiros morreram de derrame em 2023, segundo dados do Portal de Transparência do Centro de Registro Civil, com base em atestados de óbito. A maioria dos casos, cerca de 90%, no entanto, é prevenível, de acordo com a Associação Mundial do AVC.
No documento, os especialistas pedem a profissionais de saúde que identifiquem e tratem os fatores de riscos de seus pacientes, como pressão arterial alta, taxas elevadas de colesterol e glicemia e obesidade.
É muito importante, ressalta o documento, atuar para prevenir o primeiro derrame, já que após o evento o risco de uma pessoa sofrer outros acidentes vasculares cerebrais é maior.
Medidas preventivas
Para evitar o AVC, as associações médicas recomendam oito medidas para toda a população, independentemente do risco individual:
1. Alimentação
A dieta considerada mais saudável pelos especialistas é a chamada mediterrânea, que tem como base frutas, vegetais, grãos integrais e carnes magras e baixo consumo de açúcar e carne vermelha.
2. Atividade física
Exercícios físicos regulares são essenciais para manter a saúde em dia, pois o sedentarismo é fator de risco para inúmeras doenças, incluindo as cardiovasculares.
As associações recomendam pelo menos 150 minutos semanais de atividade aeróbica moderada ou 75 minutos de exercícios vigorosos por semana ou, ainda, uma combinação dos dois.
Dados mostram que embora essa seja a orientação para a prática de exercícios, qualquer atividade física reduz o risco de AVC em pessoas sedentárias.
3. Peso adequado
Manter o peso dentro dos limites considerados saudáveis é muito importante para prevenir doenças cardiovasculares.
A medida do IMC, determinada pelo peso dividido pela altura ao quadrado, auxilia no diagnóstico de sobrepeso e obesidade; no entanto, por não considerar a composição corporal, essa pode não ser uma medida fidedigna.
A medida da circunferência abdominal e da relação cintura-quadril, a RCQ, são mais precisas para determinar se um indivíduo tem obesidade.
Veja como medir a circunferência abdominal:
Com uma fita métrica, dê a volta em torno do umbigo. Os valores considerados de risco para AVC são:
Mulheres:
80 cm: risco aumentado de eventos cardiovasculares
88 cm: aumento significativo de risco de eventos cardiovasculares
Homens:
94 cm: risco aumentado de eventos cardiovasculares
102 cm: aumento significativo de risco de eventos cardiovasculares
Veja como medir a RCQ (relação cintura-quadril):
Divida a medida da cintura pela medida do quadril. Os valores que indicam aumento de risco para AVC são:
Mulheres:
0,85 cm: risco aumentado de eventos cardiovasculares
Homens:
0,90 cm: aumento significativo de risco de eventos cardiovasculares
4. Sono
Dormir o suficiente é fundamental para a saúde no geral. Além disso, a apneia do sono (pausas respiratórias repetitivas durante o sono) e a hipopneia (redução do fluxo de ar durante o sono) aumentam o risco de AVC.
Pessoas que sofrem cinco ou mais episódios de apneia ou de hipopneia em uma hora de sono têm risco maior de sofrer um AVC, independentemente da ausência de outros fatores de risco.
5. Glicemia
Pré-diabetes e diabetes tipo 1 e 2 são fatores de risco isolados para AVC. Veja os valores da glicemia de jejum, exame que mede a taxa de açúcar no sangue em indivíduos que não ingeriram nenhum alimento nas últimas oito horas, considerados normais e altos:
Normal: < 100 mg/dL
Pré-diabetes: 100 - 125 mg/dL
Diabetes: > ou igual 126 mg/dL
6. Pressão arterial
Indivíduos hipertensos têm mais risco de sofrer um AVC. A AHA recomenda as seguintes medidas para diagnosticar a pressão alta:
Hipertensão grau 1: 130 a 139 mmHg de pressão sistólica (o primeiro número citado quando o médico afere a pressão arterial) ou 80 a 89 mmHg de pressão diastólica (o segundo valor).
Hipertensão grau 2: > ou igual a 140 mmHg de pressão sistólica ou > ou igual a 90 mmHg de pressão diastólica.
7. Lipídios
Lipídios como colesterol e triglicerídeos altos aumentam o risco de AVC. A taxa desejável de LDL, chamado de "colesterol ruim", deve ser inferior a 100 mg/dL.
8. Tabagismo
O cigarro é o principal fator de risco modificável para AVC. O documento das associações médicas ressalta a importância de se adotar medidas preventivas para evitar ou cessar o uso de tabaco e de cigarros eletrônicos, já que, por serem produtos novos, ainda não há estudos com fumantes desses dispositivos por prazos longos.
Por que AVCs ocorrem
Para prevenir a doença, também é preciso entender como e por que os AVCs ocorrem. De acordo com o Ministério da Saúde, existem dois tipos de AVC:
Acidente vascular isquêmico ou infarto cerebral: responsável por 80% dos casos de AVC, ocorre quando há obstrução de um dos vasos cerebrais devido a uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se desprende e chega aos vasos cerebrais através da corrente sanguínea).
Acidente vascular hemorrágico: quando ocorre o rompimento de vasos sanguíneos, a maioria das vezes no interior do cérebro (hemorragia intracerebral), ou uma hemorragia subaracnoide (sangramento entre o cérebro e a aracnoide — uma das membranas que compõem a meninge). Como resultado, a pressão intracraniana aumenta, o que pode dificultar a chegada do sangue em outras áreas não afetadas e agravar a lesão. É o subtipo de AVC mais grave.
Como identificar os sinais
Se você desconfia que uma pessoa tenha sofrido AVC, veja como identificar os sinais de alarme aplicando o teste SAMU:
S de sorriso: peça para a pessoa dar um sorriso. Se ela não conseguir ou se o sorrir com um desvio labial, pode ser AVC,
A de abraço: se a pessoa não conseguir abraçar, pode ser sinal de perda de força no braço, o que pode ser sinal de AVC.
M de música: peça para a pessoa contarolar ou citar um trecho de uma música conhecida. Se ela não conseguir falar ou se expressar bem, pode ser sinal de AVC.
U de urgência: quando mais rápido a pessoa que sofreu um AVC for socorrida, mais chances ela terá de se recuperar. Na dúvida, ligue para o Samu (192).
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