Apoio necessário para largar o tabagismo

Segundo dados da pesquisa Vigitel 2020, do Ministério da Saúde, o percentual de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é de 9,5%. O índice não inclui os adolescentes brasileiros, mas revela alguns avanços alcançados nos últimos anos com políticas que tentaram promover a conscientização sobre os males que o tabagismo causa à saúde.

Um dos principais destes malefícios, com certeza, é o câncer. O consumo do cigarro é responsável diretamente por tumores de pulmão, bexiga, rim, pâncreas, esôfago, cavidade oral, e outras diversas doenças crônicas. Para o tabagista, no entanto, largar a dependência química não é uma tarefa fácil e exige apoio.

Um estudo publicado recentemente no Journal of National Cancer Institute analisou dados de 43 mil pacientes fumantes nos Estados Unidos e confirmou a dificuldade enfrentada por este grupo.

Do público analisado, cerca de 50% tentaram deixar de fumar, mas, destes, apenas uma pequena parcela (7%) conseguiu largar o cigarro por um período de seis meses ou mais. Ou seja, a taxa de sucesso foi minúscula. Deste grupo, a maioria tentou abandonar o tabagismo por conta própria, sem tratamentos adequados, como abordagens comportamentais ou farmacológicas, o que contribuiu para o insucesso das jornadas.

Por outro lado, o estudo apontou que fatores como renda, escolaridade, emprego e local da residência foram positivamente associados à cessação sustentada.

E este foi um dos grandes desafios que os pesquisadores apontaram como pontos para avançar: a estruturação de programas multidisciplinares para que as pessoas deixem de fumar permanentemente.

Aqui no Brasil, o INCA (Instituto Nacional de Câncer), responsável pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo, defende a intersetorialidade no tratamento oferecido no SUS. Para saber onde é oferecido tratamento na sua região, a indicação é consultar a coordenação de controle do tabagismo da sua secretaria estadual.