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Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Medicina personalizada e os avanços no tratamento dos tumores urológicos

Colaboração para o VivaBem

12/04/2022 04h00

Na última semana, realizamos em São Paulo a 13ª edição do Congresso Internacional de Uro-Oncologia, um dos principais eventos globais sobre câncer de próstata, bexiga e rim.

Estamos melhorando o diagnóstico e o tratamento da doença localizada e há novidades importantes para o paciente com doença avançada —cuja perspectiva de sucesso era muito ruim e, hoje, pode ter uma esperança de melhores desfechos.

São notícias muito animadoras, que não só garantem uma melhor qualidade de vida e de sobrevida ao paciente. Mas o conhecimento científico permite que o entendimento da doença estabeleça uma nova relação terapêutica, apresentando opções mais eficazes para o médico. Inclusive, no caso do câncer de próstata, da opção segura e consciente de em 30% dos casos apenas observar uma doença de desenvolvimento lento, e não tratá-la. Para aqueles homens que precisam de tratamento, tanto a cirurgia quanto a radioterapia conseguem hoje resultados melhores em termos de cura e menores chances de efeito colateral.

A cada ano, a medicina personalizada, com as informações que as análises genéticas e moleculares do tumor trazem, se torna uma realidade mais presente.

Cada vez mais caracterizamos os tumores com detalhamento maior, entendendo suas nuances. A era em que o paciente se adequava ao tratamento acabou. Neste novo tempo da oncologia que surge no horizonte, o tratamento se adapta a cada paciente, a cada especificidade da neoplasia, para que a gente consiga aumentar a chance de sucesso, para aquele tumor daquele paciente, que é diferente do paciente que está no quarto ao lado. Nesse sentido, exames de imagem e moleculares permitem saber quando tratamentos com radiofarmácos, drogas alvo-dirigidas e imunoterapia podem ter um importante resultado em pacientes com câncer de próstata avançado.

É como se fosse uma identidade, que cada um carrega a sua, pessoal e intrasferível. Para cada tipo de tumor haverá um tratamento direcionado. Esta é uma evolução que está ocorrendo no dia a dia, nos grandes centros de pesquisa, nos grandes hospitais de todo o mundo. Estamos cada vez mais próximos de chegar a tratamentos altamente eficazes que vão bloquear a ação do tumor no organismo do indivíduo.

No entanto, ainda são muitos os gargalos da incorporação de novas tecnologias no Brasil, tanto no sistema público quanto no privado. Sim, a conta ainda é bastante alta. E os avanços científicos só têm sentido quando podem ser utilizados por toda a população.

Esse é um desafio que temos trabalhado no Instituto Vencer o Câncer e que também debatemos no Congresso, com convidados internacionais e especialistas brasileiros, de como garantir que essas tecnologias cheguem a quem mais necessita, os 625 mil brasileiros que receberão diagnóstico de câncer em 2022, que precisam ter acesso ao melhor tratamento possível.