Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Por uma política nacional efetiva para o câncer
A Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer, criada em 2013, representou um avanço nos cuidados de saúde relacionados a todos os tipos de câncer no Brasil. No entanto, quase dez anos depois, a realidade enfrentada pelos pacientes oncológicos no SUS está ainda muito distante da ideal. As dificuldades na prevenção da doença e no acesso ao diagnóstico e ao tratamento continuam a piorar os prognósticos.
Este cenário, como já discutimos aqui, foi agravado pela pandemia do coronavírus. Tivemos uma redução do número de novos diagnósticos, mas o câncer se manteve entre as principais causas de óbito entre os brasileiros no período.
O impacto foi diferenciado nas regiões do país: enquanto no Norte foram 24,3% menos diagnósticos, no Nordeste ocorreram 42,7% menos diagnósticos do que a média.
Já a estimativa do Inca (Instituto Nacional de Câncer) para o triênio 2023-2025 prevê 704 mil casos novos de câncer no Brasil anualmente, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. A questão do câncer no Brasil é complexa e precisa contemplar as diferenças regionais, econômicas e sociais.
No ano passado, às vésperas do segundo turno, o Instituto Vencer o Câncer entregou às duas campanhas que concorriam à Presidência da República, uma sugestão de compromisso governamental com recomendações e propostas para a criação do "Programa Nacional Para a Prevenção, Controle e Tratamento do Câncer".
Em nosso entendimento, existe a necessidade de uma evolução da política, que contemple as demandas do paciente e as urgências que a doença exige. O processo de elaboração do documento contou com a participação de especialistas nas áreas de gestão da saúde pública, oncologia e economia da saúde.
Uma das principais propostas é a centralização do processo de tomada de preços e compra de insumos de alto custo, bastante utilizados no tratamento oncológico. A aquisição em escala proporcionaria a redução dos custos de compra e o aumento da utilização de tecnologias em saúde mais modernas e eficientes para pacientes oncológicos no SUS.
O texto também sugere a remodelagem do financiamento oncológico no SUS, o estabelecimento de indicadores de eficiência simples e objetivos para auxiliar na gestão e pesquisa na área de oncologia, a ampliação do número de protocolos nacionais para o câncer no sistema público e a ampliação do uso de antineoplásicos orais, que possibilitaria a liberação de leitos/vagas.
O objetivo principal da proposta é atuar em colaboração e, com isto, trabalhar junto com o SUS pela saúde dos brasileiros e a modernização da assistência oncológica em nosso país, para garantir o acesso ao diagnóstico e tratamento para um maior número de pacientes no menor tempo possível.
Acompanhamos de perto o início do trabalho do novo governo, especialmente na área da Saúde. Sabemos do tamanho dos desafios. Acreditamos que evitar, tratar e curar o câncer pode e deve ser uma tarefa compartilhada entre toda a sociedade.
Seguiremos atentos às propostas e medidas para avançarmos em direção a um programa nacional de prevenção, controle e tratamento exequível, que garanta o melhor atendimento a uma população tão diversa quanto a brasileira.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.