Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Pesquisa avalia os efeitos de tratamentos comuns do câncer de próstata
Cerca de 70 mil brasileiros vão receber o diagnóstico de câncer de próstata no Brasil em 2023. Mesmo na doença localizada, de melhor prognóstico, o tratamento pode apresentar efeitos colaterais reversíveis, que devem ser discutidos com o paciente.
O estudo fase 3 PACE-A, apresentado no último Simpósio de Cânceres Geniturinários da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO-GU), procurou comparar esses possíveis efeitos nos tratamentos mais tradicionais para tumores de próstata em estágio inicial.
No evento, realizado em fevereiro, cientistas ingleses apresentaram os resultados de uma pesquisa que avaliou as condições após a cirurgia e a radioterapia. Neste estudo, que envolveu 123 pacientes de 10 hospitais no Reino Unido, metade foi operado e a outra parte recebeu a radiação.
Os resultados mostraram que a curabilidade é muito parecida, mas as sequelas são potencialmente diferentes ou, pelo menos, suas frequências não são iguais.
A pesquisa evidenciou que pacientes operados têm um risco um pouco maior de desenvolver incontinência urinária e de impotência sexual nos dois anos subsequentes ao tratamento.
Já aqueles tratados com radioterapia apresentam um risco chance de inflamação do intestino, situação que também pode gerar comprometimento da qualidade de vida.
Os dados mostram dois tratamentos muito importantes e comuns, com potencial curativo, mas com possíveis efeitos colaterais, geralmente passageiros, que devem ser avaliados em conjunto com os pacientes.
As frequências de incontinência, impotência e inflamação são diferentes e o homem deve ter decisão ativa na escolha, quando viável.
Radioterapia hipofracionada no tratamento do câncer de próstata
Outra estratégia que vem sendo bastante estudada é a utilização da radioterapia hipofracionada, que consiste na diminuição do número de dias de aplicações e aumento da dose radioativa.
O estudo de fase 3 CHHiP envolveu o acompanhamento de 3.216 homens com câncer de próstata localizado, num período de 12 anos, divididos entre três protocolos. O objetivo era avaliar a eficácia, efeitos colaterais e o risco de recorrência anos após o tratamento.
Os protocolos contaram com doses e períodos diferenciados. Destaco o esquema de frações aplicadas em quatro semanas, comparado ao de oito semanas. A pesquisa mostra que o grupo que recebeu a radioterapia por quatro semanas, com uma dose diária maior, teve resultados semelhantes em termos de eficácia, com efeitos colaterais a curto, médio e longo prazo parecidos. As comorbidades tardias também foram consideradas muito baixas em todos os grupos de tratamento.
Este estudo coloca o hipofracionamento como uma estratégia importante e segura a ser considerada no tratamento do câncer de próstata, diminuindo o número de sessões de radioterapia, com desfechos satisfatórios.
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