Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Por mais apoio à pesquisa contra o câncer no Brasil
No documento "A importância da pesquisa clínica para o Brasil", lançado em 2021, a Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) fez um retrato dos desafios para a promoção de estudos clínicos no país.
O informativo destaca que "o país figura na 20ª colocação no ranking mundial de pesquisa clínica, com apenas 2,4% dos estudos. Isso representa uma queda de três posições em dez anos".
Também ressalta o tamanho do mercado farmacêutico nacional, "o sétimo maior país em termos de volume de vendas de medicamentos, com um total de US$ 30 bilhões em 2018, e o quinto em termos do número de indústrias farmacêuticas instaladas".
Segundo estimativas apresentadas no documento, se o potencial brasileiro fosse mais bem aproveitado, o Brasil poderia saltar para a 10ª colocação no ranking mundial de pesquisa clínica. Além disso, conseguiria atrair um investimento estimado de R$ 2 bilhões, com efeitos estimados na economia ainda maiores, em torno de R$ 5 bilhões.
Os dados acima retratam todo o setor, mas os desafios e entraves na oncologia não são diferentes. Precisamos informar mais, esclarecer a população sobre os benefícios da pesquisa clínica, envolver mais profissionais de saúde e a indústria.
A pesquisa movimenta a medicina e a educação em saúde. Seus resultados não se limitam aos benefícios diretos aos pacientes envolvidos, que podem ter acesso a medicamentos e tratamentos inovadores. O investimento nos estudos impulsiona a capacitação de profissionais e fomenta melhores práticas nas instituições.
No entanto, fazer pesquisa clínica no Brasil ainda representa um desafio grande, por conta da falta de critérios claros e pela diferença de investimentos regionais para a área.
O Projeto de Lei 7.082/2017, em debate no Congresso Nacional, pretende estabelecer as diretrizes para a produção e o desenvolvimento de estudos clínicos com seres humanos no país. Esta discussão é fundamental para diminuir o tempo de regulamentação, para que haja segurança jurídica para o setor e confirme a credibilidade do processo para os pacientes e cientistas.
Esse é um dos entraves para expandir e descentralizar a pesquisa brasileira. Em 2018, por exemplo, 80% dos estudos autorizados pela Anvisa seriam realizados nas regiões Sudeste e Sul, que concentram quase 90% dos centros de estudos.
Neste sentido, o Instituto Vencer o Câncer iniciou, em 2022, as atividades do projeto Amor à Pesquisa Contra o Câncer no Brasil, que estabeleceu centros de estudos em oncologia em clínicas e hospitais públicos e filantrópicos dos estados de Amazonas, Pará, Maranhão, Paraíba, Bahia e Mato Grosso do Sul.
Os cientistas locais já iniciaram as primeiras pesquisas, garantindo mais acesso e representatividade à população de todas as regiões brasileiras.
O objetivo é estabelecer mais unidades em breve, ampliando o processo de estruturação e capacitação. Em 20 de maio, celebramos o Dia Internacional da Pesquisa Clínica. Como médicos, cientistas e cidadãos, também temos o papel de unir e ampliar esforços para o desenvolvimento destes estudos contra o câncer em nosso país.
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