Opinião

Campanha combate informações erradas sobre câncer: 'Podem ser desastrosas'

Não há espaço para a desinformação na jornada contra o câncer. Este é o alerta da campanha #CâncerTrueNews, que o Instituto Vencer o Câncer acaba de lançar. Trata-se de um aviso para os riscos da disseminação de informações incorretas sobre tratamentos e prevenção desse grupo de doenças que atinge mais de 700 mil pessoas anualmente no Brasil.

A ideia da campanha surgiu a partir de um artigo publicado aqui no VivaBem, que destacou um estudo divulgado no Journal of the National Cancer Institute. A pesquisa mostrava que 89% dos pacientes diagnosticados ou que achavam que tinham câncer acessavam a internet para procurar mais informações sobre sua doença.

Segundo estes dados, entre 2018 e 2019, quase um terço dos posts nas redes sociais avaliados pelos pesquisadores tinham desinformação e "76,9% deles continham informações prejudiciais". Como era de se esperar, infelizmente, os textos com fake news eram o que mais tinham engajamento dos internautas.

O impacto da desinformação para a pessoa que está buscando orientações sobre o câncer, ou para seus familiares e rede de apoio, pode ser desastroso. Do mesmo jeito que a informação cura, uma orientação inadequada ou mentirosa pode, eventualmente, prejudicar vidas

A campanha #CâncerTrueNews ressalta mensagens como:

  • "Uma live não é o suficiente para cuidar da sua saúde";
  • "Uma receita não pode substituir seu tratamento";
  • "Nem todo story vai te ajudar a prevenir o câncer".

São conteúdos que, infelizmente, estão disponíveis nas redes. A ideia, aqui, é incentivar a busca por informação de qualidade, a partir de veículos e produtores de conteúdo com credibilidade.

A internet e as redes sociais possibilitaram a democratização da produção e do acesso às informações. Porém, quando falamos de saúde, precisamos incentivar a responsabilidade. Isso é o que pretendemos com a #CâncerTrueNews - Contra o câncer, não dê espaço para a desinformação. Os detalhes da campanha estão no site do Instituto Vencer o Câncer.

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Notícias da vacina contra o HPV

Em tempo, uma novidade muito importante foi divulgada no início deste mês de abril. O Ministério da Saúde informou que a vacinação contra o HPV no Brasil passa a ser feita em dose única, para meninos e meninas de 9 a 14 anos.

A vacina contra o HPV já foi envolvida em muitas notícias falsas sobre efeitos colaterais inexistentes, por exemplo. Outro mito seria que o vírus não provoca doenças nos homens. Ressalto que o imunizante é extremamente seguro, foi amplamente avaliado e deve ser tomado por pessoas do sexo feminino e do masculino.

A imunização é uma forma eficaz para erradicarmos o câncer de colo de útero e diminuir a incidência de outros tumores relacionados à infecção pelo HPV. Precisamos, de uma vez por todas, quebrar os tabus em relação a esta vacina e proteger nossa população contra o HPV.

*Fernando Maluf é diretor associado do Centro Oncológico da BP - Beneficência Portuguesa de São Paulo, membro do Comitê Gestor do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e fundador do Instituto Vencer o Câncer. É formado em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, onde hoje é livre-docente.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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