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Paola Machado

6 dicas para você lidar com a TPM em tempos de ansiedade generalizada

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Imagem: iStock

Colunista do VivaBem

23/06/2020 04h00

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Não, TPM não é "tendência para matar". Nem "tendência a pontapés e murros". Como muitas pessoas já devem saber, TPM é "Tensão Pré-Menstrual". A sigla literalmente representa o que o nome diz, o período que antecede ao início do fluxo menstrual costuma ser tenso para algumas mulheres.

Cerca de 80% delas relatam ter algum sintoma desagradável nesse período, mas de forma branda ou suportável. No entanto, uma parcela de cerca de 12% das mulheres desenvolve a síndrome da tensão pré-menstrual (ou o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual - TDPM), que atinge cerca de 4% de forma bem grave.

Os sintomas

Você sabia que há mais de 150 sinais e sintomas de TPM? Por serem tão diversos, eles podem variar entre os ciclos —um mês você tem cólicas, no outro mês dor de cabeça etc. A TMP, dependendo da forma que afeta a mulher, pode se tornar tão debilitante e grave ao ponto de impossibilitar que a pessoa saia de casa para trabalhar e tenha custos altos com gastos médicos e tratamentos —o que, consequentemente, gera uma péssima qualidade de vida. Por isso, é essencial que se dê atenção a esse período do ciclo feminino!

Antigamente, as mulheres com TPM grave eram chamadas de histéricas ("histera" vem do grego "útero"), sendo consideradas pessoas doentes mentais. Os pesquisadores na época observavam que essas mulheres se "curavam" após a menopausa.

O problema maior é que esses resquícios de falta de informação podem ser observados até hoje. Quantas vezes não criticamos a mulher dependendo do seu estado emocional e colocamos a culpa nos hormônios e suas alterações?

Então, a questão que fica é se é possível conviver minimamente bem com a TPM? E nosso parecer é que sim! Temos 6 dicas simples para você lidar melhor com ela.

Dica 1. Entenda a TPM

Como antecede ao período antes da menstruação, a TPM é a fase que a mulher está suscetível a engravidar, graças ao hormônio que o corpo começa a liberar: a progesterona (pro geste = a favor da gravidez).

Como o próprio nome diz, esse hormônio prepara o terreno (útero) para uma possível gravidez, sendo responsável por inúmeros sintomas da TPM, como inchaço e dor nas mamas, ganho de peso, fadiga, dores nas costas e em baixo ventre, labilidade emocional, compulsão alimentar, irritabilidade e assim segue uma lista que muitas mulheres podem enumerar!

Nesse período também há a queda de hormônios como o estrógeno e a serotonina, que trazem a sensação de satisfação e bem-estar. Isso é, a mulher pode ficar mais emotiva e fisicamente indisposta.

Compreender que esses sintomas são naturais e logo vão passar pode ajudar você a lidar melhor com elas.

Dica 2. Pare, respire e não pire

Além de entender que é normal essa oscilação de hormônios —uma hora a mulher está com hormônio que a deixa alegre e extrovertida, outra ela fica mais sensível e introspectiva — é importante lembrar que independentemente de hormônios, todos (inclusive homens) são suscetíveis a ciclos e fases da vida que podem mudar o ânimo e o humor.

Assim como há dias de mais animação e motivação, há fases de mais introspecção e descanso. O tempo é feito de ciclos, assim como as fases da vida, que nunca será uma eterna constante. Respeitando essa dica, fica fácil perceber que o incômodo pode ser uma questão de momento.

Atenção: caso essas oscilações interfiram a ponto de atrapalhar a vida da mulher, vale recorrer à ajuda de profissionais.

Dica 3. Reconheça sua TPM

Perceba quais os principais sintomas que afetam corpo e mente! Uma dica simples: basta anotar na agenda ou no celular mensalmente algumas observações mais importantes para se autoconhecer! Há vários apps que você pode lançar mão também!

Ao identificar esses sintomas mais comuns, fica fácil buscar estratégias naturais que podem ajudar a diminuir os desconfortos assim que eles estão prestes a aparecer, como praticar uma atividade física leve.

Dica 4. Recorra à medicina, se for preciso

Há muitos recursos disponíveis para lidar com a TPM. Geralmente, a porta de entrada é a consulta com a ginecologista. É importante conversar sobre seus sintomas ou desconfortos e, caso se faça necessário, começar a medicação para amenizar alguns sintomas da TPM.

Um ponto importante para situar as mulheres é que o uso de medicamentos simula que você "está bem", mascarando e não tratando a causa.

Dica 5. Movimente o corpo

Procure uma atividade física! Busque algo para mexer o corpo e que, de quebra, traga prazer! Qual a melhor atividade? Pode ser pilates, ioga, natação, exercício aeróbico, academia, dança ou até o caratê!

A atividade física traz diversos benefícios na TPM, sendo muitos deles devido à liberação de hormônios. O exercício produz, por exemplo, endorfina, que é capaz de reduzir a dor, e serotonina, que aumenta a sensação de bem-estar. Evidências científicas ainda apontam que exercícios como ioga e práticas de respiração podem diminuir a tensão do corpo, ensinando a lidar melhor com os picos de irritabilidade e agressividade.

Outras atividades praticadas com regularidade também melhoram consideravelmente os efeitos físicos e psíquicos da TPM, portanto, basta buscar exercícios que você ame para obter mais satisfação à sua vida!

Ah, e quando falamos em atividade física não é só exercício. A atividade sexual também é superválida. Além dos benefícios já citados, ela é ótima por liberar a ocitocina, que é o hormônio do amor.

Dica 6. Entenda que a TPM não é a culpada por tudo!

A TPM não é a culpada por você sentir raiva ou irritação, ela apenas pode trazer à tona os problemas emocionais que estavam guardados no fundo da sua psique há um tempo. Por isso, caso a mulher esteja comprometendo sua vida social e emocional devido às alterações abruptas de humor, é indicado procurar ajuda psicológica. Primeiro, é necessário entender melhor a origem desses sentimentos desagradáveis.

Em resumo, praticar exercícios físicos e fazer o que dá prazer pode aliviar os sinais corporais e emocionais da TPM. Além disso, em casos de labilidade emocional mais intensa, é importante lidar com as emoções para se restaurar a autoestima e a autoconfiança.

*Colaboração Dra. Angela May, Fisioterapeuta especializada pela UNICAMP e Dra. Renata Luri, Fisioterapeuta doutora pela UNIFESP

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