Veja alimentos que podem ajudar na busca por um envelhecimento saudável
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Por volta dos 45 anos, nosso corpo já inicia um processo contínuo (embora discreto) de transformações e alterações hormonais que influenciarão diretamente em nosso envelhecimento, logo, quanto antes nos prepararmos para isso, melhor chegaremos lá.
Entenda alguns termos:
SENESCÊNCIA: processo natural e fisiológico do envelhecimento que não configura condição de doença; esta pode ou não vir acompanhado da SENILIDADE, que já se caracteriza por perdas funcionais em decorrência de doenças.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da OMS (Organização Mundial de Saúde), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais e o nosso país tem mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária, número que representa 13% da população. Ao observarmos as projeções divulgadas no ano de 2018, esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, o que justifica uma tomada de decisão inteligente prevenindo as alterações decorrentes do passar dos anos.
Envelhecer de forma ativa é um conceito muito discutido pela OMS e define-se como o processo de otimizar as oportunidades de saúde, participação na sociedade e segurança com a finalidade de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem.
Ao observarmos pessoas próximas, poderemos perceber que o processo de envelhecimento muitas vezes vem acompanhado pelo uso recorrente de medicamentos e doenças crônicas como diabetes, doenças autoimunes, hipertensão, obesidade, e toda esta mistura favorece a condição de inflamação de baixo grau (inflammaging), impactando negativamente este momento da vida que, atualmente, vem quebrando barreiras mostrando que não associa-se com queda de produtividade e perda de autonomia.
A nutrição pode ser uma das soluções na estratégia de prevenir ao invés de remediar estas mudanças. Conheça alguns alimentos que podem ser muito positivos para a prevenção desta condição:
- Peixes gordos como atum, salmão e sardinha em lata: são excelentes fontes de ômega 3, gordura poli-insaturada com função anti-inflamatória cujo consumo é incentivado em dietas associadas com a longevidade como a do Mediterrâneo e a dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension);
- Morango, amora, framboesa, uva, mirtilo, frutas cítricas e açaí: alimentos frescos e ricos em nutrientes e compostos bioativos que combatem os efeitos deletérios dos radicais livres, compostos que aceleram o envelhecimento celular;
- Alecrim (Rosmarinus officinalis L): pode ser utilizado na forma de extrato, pó ou rasuras, mas seu uso precisa de uma análise criteriosa e profissional, porém cotidianamente o alecrim pode ser utilizado como tempero de nossas refeições e até na elaboração de azeites conhecidos como terapêuticos —experimente usar com alho e outras especiarias.
Seus princípios ativos trabalham como analgésico, anti-inflamatório e antineoplásico. Alguns estudos em laboratório e com seres vivos demonstraram efeitos relacionados a inibição de morte celular neuronal, o que parece ser promissor na terapia da doença de Alzheimer e Parkinson.
- Gengibre (Zingiber officinale): na culinária e em infusões, utilizamos a parte conhecida como rizoma e tem efeito cientificamente comprovado em atividades anti-inflamatórias, antináusea, antibacteriana, na melhora da glicemia, entre outras. Use em infusões, temperando os alimentos e preparando molhos e caldos.
- Prebióticos: definidos como ingredientes nutricionais não digeríveis, atuam diretamente estimulando seletivamente o crescimento e a atividade de uma ou mais bactérias benéficas do cólon. São descritos também como carboidratos não-digeríveis e associam-se diretamente com a melhora da flora intestinal, regulação da saciedade, dos níveis de açúcar sanguíneo, entre outros benefícios metabólicos. Estão presentes em alimentos como legumes, leguminosas, aveia, cebola, banana, maçã e pêra.
Tenha em mente que ações preventivas trazem sempre mais benefícios do que estratégias terapêuticas, quando a doença ou disfunções já estão presentes.
Mais uma vez a mudança no estilo de vida, buscando alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e saúde mental são determinantes para se tornar um idoso jovem e produtivo.
*Colaboração da nutricionista comportamental Samantha Rhein (Unifesp).
Referências:
- https://censo2020.ibge.gov.br/
- Mazidi M, Gao HK, Rezaie P, Ferns GA. The effect of ginger supplementation on serum C-reactive protein, lipid profile and glycaemia: a systematic review and meta-analysis. Food Nutr Res. 2016.
- Franceschi C, Campisi J. Chronic inflammation (inflammaging) and its potential contribution to age-associated diseases. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2014.
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