Tontura durante o exercício? Saiba as possíveis causas do seu problema
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Você já sentiu um "apagão" ou viu "estrelinhas" quando estava treinando, depois do treino ou até mesmo ao ficar em pé quando estava sentado ou deitado? Isso pode ocorrer pois uma mudança simples de posição é um fator que pode interferir na sua pressão arterial e levar a tonturas e/ou desmaios.
Essa queda de pressão provocada pela mudança de posição é chamada de hipotensão ortostática (HO) ou hipotensão postural.
De acordo com um artigo publicado nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia (2020), a hipotensão ortostática ocorre quando há uma redução sustentada de 20 mmHg da pressão arterial sistólica (PAS) e/ou de 10 mmHg da pressão arterial diastólica (PAD) dentro de 3 minutos após a adoção da nova posição. A mesma diretriz sugere uma redução de 30 mmHg na PAS em indivíduos hipertensos como o critério mais adequado.
Apagões ou tonturas de curta duração também podem ocorrer quando você fica na posição deitada ou sentada por longos períodos e, em seguida, levanta-se rapidamente; ou quando você está desidratado; ou quando realiza alguma pausa respiratória; ou, ainda, quando realiza exercícios.
Causas
O problema geralmente ocorre devido ao acúmulo de sangue nas extremidades inferiores do corpo, por causa da gravidade. Isso compromete o retorno do sangue, diminui o débito cardíaco e provoca a diminuição da pressão arterial.
Durante o exercício, isso geralmente acontece quando há uma mudança rápida na posição do corpo; dificuldade no exercício ou parada repentina da atividade física. Dentre os fatores que podem causar a tontura também estão:
- Desidratação É conhecida por diminuir o volume sanguíneo e pode fazer você se sentir tonto, pois o cérebro envia mensagens ao coração para estabilizar a pressão arterial. Os exercícios que produzem maior quantidade de suor têm maior probabilidade de resultar em desidratação.
- Síndrome de taquicardia ortostática postural A tontura também pode ser um sinal da síndrome de taquicardia ortostática postural (POTS). Essa condição afeta com mais frequência mulheres jovens e seus sintomas incluem tonturas, desmaios e aceleração dos batimentos cardíacos, que são aliviados ao deitar. Em pessoas com o problema, é necessário a inclusão orientada e supervisionada de exercícios, pois, com o treinamento, ocorre uma melhora na saúde cardiovascular. O importante é seguir todas as estratégias de tratamento com um médico.
- Ter passado por episódios recentes de vômitos, diarreias ou febre
Saiba também que algumas condições médicas podem impedir seu corpo de responder com rapidez suficiente para bombear mais sangue quando em pé, como:
- Frequência cardíaca extremamente baixa (bradicardia).
- Problemas nas válvulas cardíacas.
- Ataque cardíaco ou insuficiência cardíaca.
- Distúrbios do sistema nervoso que podem perturbar o sistema normal de regulação da pressão arterial do seu corpo, tais como Parkinson e atrofia de múltiplos sistemas.
- Problemas endócrinos que podem causar tonturas, como hipoglicemia, diabetes, alterações na tireoide, insuficiência adrenal (doença de Addison).
Dicas gerais para evitar tonturas
Tanto quem treina regularmente quanto quem vai começar uma atividade física deve sempre procurar um médico para saber como está a saúde.
Evite manobras que prendam a respiração —se você não for treinado para isso.
- Se hidrate bem antes, durante e após o exercício.
- Não pare o exercício abruptamente e, da mesma forma, não se levante de uma vez após um exercício sentado ou deitado. Respire bem e faça isso devagar.
- Aqueça-se antes de iniciar o exercício e não esqueça de parar o exercício aos poucos (ato chamado de desaquecimento ou volta à calma).
- Use um monitor de frequência cardíaca e sempre fique de olho nos batimentos. Ao notar alterações estranhas, interrompa a atividade.
Em geral, a hipotensão ortostática pode variar de alguns segundos a vários minutos, mas se acontecer com frequência, pode ser um sinal de problemas médicos. Consulte o seu médico se você se sentir tonto ao se levantar regularmente.
Referências:
- Velten, AP; Bensenor, I; Lotufo, P.; Mill, JG. A Prevalência da Hipotensão Ortostática e a Distribuição da Variação Pressórica no Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto. Arq Bras Cardiol. 2020; 114(6):1040-1048.
- Petrakis D, Margin? D, Tsarouhas K, et al. Obesity ? a risk factor for increased COVID?19 prevalence, severity and lethality (Review). Mol Med Rep. 2020;22(1):9-19. doi:10.3892/mmr.2020.11127
- Gupta R, Ghosh A, Singh AK, Misra A. Clinical considerations for patients with diabetes in times of COVID-19 epidemic. Diabetes Metab Syndr. 2020;14(3):211-2.
- Kaiser UB, Mirmira RG, Stewart PM. Our Response to COVID-19 as Endocrinologists and Diabetologists. J Clin Endocrinol Metab. 2020;105(5).
- Vaduganathan, M et al. Renin-Angiotensin-Aldosterone System Inhibitors in Patients with Covid-19. N Engl J Med 2020; 382:1653-1659. DOI: 10.1056/NEJMsr2005760
- Guyton & Hall - Tratado de Fisiologia Médica - 13ª Ed. Editora Gen Guanabara Koogan. 2017.
- Cleveland Clinic. Disponível em: https://my.clevelandclinic.org/departments/heart/patient-education/webchats/autonomic-disorders/2793_understanding-pots-syncope-and-other-autonomic-disorders?_ga=2.64384687.1682026895.1605208624-1307371954.1605208624
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