Topo

Paola Machado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Dia da Mulher: por que você merece um "vale day off" e como aproveitá-lo

iStock
Imagem: iStock

Colunista do VivaBem

08/03/2021 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Celebrar o Dia Internacional da Mulher com este texto não significa que nós, mulheres, só merecemos ser exaltadas no dia 8 de março. Portanto, leia as dicas que darei abaixo mais como um lembrete de todas as coisas que você e as mulheres lindas e batalhadoras à sua volta podem fazer para cuidar da sua saúde hoje e também em todos os outro dias da vida.

Nós, mulheres, temos que constantemente nos dividir entre o trabalho, os cuidados com a casa, com os filhos e até com os maridos. Em pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foi comprovado que mulheres trabalham, em média, três horas a mais que os homens. E aí, geralmente, não sobra tempo para se dedicar aos cuidados com nossa saúde física e mente.

Então, é hora de pensarmos mais em nós e ganharmos um "vale day off" não só hoje para aproveitar algumas das atitudes abaixo, mas também buscar formas de organizar a rotina para incorporar algumas delas definitivamente em nossa rotina.

1 - Passe um dia sozinha e o ocupe só com coisas para você

Não precisa tirar férias da família. Mas passar um dia sozinha pode ajudar a aliviar a tensão e recuperar a autoestima. Mas nada de usar esse dia para comprar roupas para a filha, cueca para o marido, ração para o cachorro, alpiste para o periquito. Ele é só seu. Tire um "day spa" com direito a escalda pés, reflexologia, massagem relaxante, drenagem linfática. Veja um filme ou uma série que você gosta. Peça sua comida favorita. Se isole e faça coisas que realmente gosta para relaxar o corpo, a mente e acalmar as emoções.

2. Movimente-se!

Por vezes, a demanda de trabalho e atividades é tamanha que se sentir esgotada é comum, no entanto, não é inevitável! Muitos perguntam como eu melhoro minha disposição física e mental fazendo uma atividade física que cansa mais ainda meu corpo?

Pesquisas apontam que atividade física de moderada a alta intensidade cardiorrespiratória melhora nossa resposta física e mental às demandas do dia a dia. Por isso o exercício apresenta bom resultado para a redução da ansiedade, do estresse e da tensão mental e física, além de ser importante para reduzir o risco de diversas doenças, como diabetes, pressão alta, infarto, obesidade...

Para nós, mulheres, o treino ainda tem efeito positivo em doenças ginecológicas como SOP (Síndrome do ovário policístico) e se torna um fator de proteção contra o câncer de mama e de endométrio, além de reduzir a fadiga física e melhorar a autoestima.

Mas você se engana se acha que estou a obrigando a realizar aquele exercício que odeia! Não! Pode ser dança, jogar pingue-pongue, caminhar com o cachorro no quarteirão, pedalar. Comece com pequenas atividades. Realizar um pouco de exercício é melhor do que nada.

Aí, conforme for gostando de movimentar o corpo, vá adicionando mais exercícios aeróbicos (corrida, bike) e de força muscular, pois esses são os mais recomendados para todas as idades! Movimente-se e assim você sempre achará o melhor caminho para se adaptar às mudanças que seu corpo pede e às mudanças que a vida lhe exige!

3. Seja gentil com você!

Na sociedade em que vivemos temos várias cobranças sociais e pessoais para sermos profissionais bem-sucedidas, ser fitness e ter o abdome definido igual aos que as blogueiras exibem rede social, ter três filhos, três gatos e estar sempre cuidando da casa e da família felizes como as mulheres dos comerciais de margarina. As cobranças não acabam! Portanto, a dica é ser gentil com você!

Não se compare com as outras, o parâmetro é você com você mesma. Ao colocar alguma meta na sua vida, seja coerente com o que você deseja e pode alcançar, sem pressão externa. Silencie vozes externas e ouça seu coração, busque coisas que serão boas para você!

O autocuidado não é um ato de egoísmo, é um ato de amor próprio! Um autorreconhecimento por toda sua dedicação, afeto, generosidade, intelecto, amorosidade em tudo que você faz! Os outros podem não entender, mas você não precisa dar satisfação a ninguém! Você é a única pessoa que precisa perceber e estar consciente de que você tem feito o seu melhor e, por isso, o mínimo de autocuidado é essencial na vida!

*Texto feito com a colaboração de Angela May Iwama, fisioterapeuta especializada em antroposofia pela Unifesp, e Juliana Satake, fisioterapeuta especializada em saúde da mulher pela Unicamp.

Referências:

FERREIRA, Camila Rafael; ISAAC, Letícia e XIMENES, Vanessa Santiago.

Cuidar de idosos: um assunto de mulher?.

Est. Inter. Psicol. [online]. 2018, vol.9, n.1, pp. 108-125. ISSN 2236-6407.

Araújo, M. D. F. (2005). Diferença e igualdade nas relações de gênero: Revisitando o debate. Psicologia Clínica, 17(2), 41-52. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-56652005000200004

Bartley EJ, Fillingim RB. Sex differences in pain: a brief review of clinical and experimental findings. Br J Anaesth. 2013 Jul;111(1):52-8.

Bull FC, Al-Ansari SS, Biddle S et al., World Health Organization 2020 guidelines on physical activity and sedentary behaviour. Br J Sports Med 2020;54:1451-1462.

Jeong SW, Kim SH, Kang SH et al., Mortality reduction with physical activity in patients with and without cardiovascular disease. Eur Heart J, 2019, 40:3547-55.

Pedersen BK, Saltin B. Exercise as medicine - evidence for prescribing exercise as therapy in 26 differente chronic diseases. Scand J Med Sci Sports, 2015, 25: 1-72