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Paola Machado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Diagnóstico de problema na coluna não significa dor para sempre; entenda

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Imagem: iStock

Colunista do UOL

04/05/2021 04h00

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"Tenho dor na coluna e fiz uma ressonância. No laudo apareceram vários achados. Estou com medo de ter dores para sempre."

Primeiro, muita calma! Lembre-se que um laudo ou um diagnóstico não representa uma sentença de dor ou de doença para o resto de sua vida. Mas, provavelmente, se você está com esse laudo em mãos significa que você está investigando alguma dor ou desconforto nas costas, correto?

Então vou rever primeiro sobre a dúvida das pessoas sobre sentir dores nas costas. Essa é uma condição comum que afeta 80% das pessoas e pode ter distintas causas. Sendo que em até 95% dos casos são de lombalgias inespecíficas —não atribuídas a uma causa conhecida.

Entendendo os termos do laudo:

  • Sinal de MODIC. Na ressonância aparece o grau de inflamação e de degeneração das vértebras adjacentes ao disco.
  • Desidratação discal ou discopatia degenerativa. Discos intervertebrais ressecados.
  • Hipertrofia facetária ou osteofitose. Presentes como uma reação do osso ao desgaste da cartilagem articular ou impacto, sobrecargas.
  • Protrusão discal. Deslocamento de porção da cartilagem do disco intervertebral.
  • Extrusão discal. Hérnia de disco --uma protusão discal com maior deslocamento do núcleo.
  • Nódulo de Schmorl. Esse nome assusta mais do que a própria hérnia. Mas trata-se de um tipo de hérnia em que não há compressão de nervo.
  • Hemangioma. Acúmulo de sangue no interior da vértebra.
  • Fissura discal. Ocorre na camada externa do disco, sendo comum nos níveis lombares baixos.

"Mas como eu desenvolvi esses quadros se sempre fui superativa?!"

Esses achados de imagem, como a hérnia de disco, podem ocorrer com qualquer indivíduo, em especial os sedentários com fraqueza muscular ou que se sujeitam a sobrecargas e têm desequilíbrios musculares. Além disso, com o avançar da idade as chances aumentam a ocorrência e outros fatores como tabagismo, variação genética e a influência ambiental parecem interferir.

Os fisioterapeutas especialistas ainda relembram que o diagnóstico da imagem não irá necessariamente justificar sua dor.

Vale a gente lembrar que a dor lombar é só a ponta do iceberg, isto é, é um sintoma! Cada caso evolui de forma diferente e depende do corpo e da rotina de cada indivíduo. Há pessoas que descobrem que têm uma hérnia e um bico de papagaio (osteófito), mas nunca apresentaram dores na região e se mantêm ativas, e o oposto também pode ocorrer.

A fisioterapeuta especialista em ortopedia, Ana Clara Desiderio, reforça a importância de se considerar o laudo como um adjuvante, mas há necessidade de avaliação clínica (testes funcionais e específicos) ao se avaliar cada quadro e se planejar algum tipo de abordagem para tratamento.

Hoje a ciência mostra que, tanto como tratamento como prevenção, a abordagem mais eficaz que qualquer investimento caro medicamentoso é a prática de exercícios físicos.

Há uma variedade de tipos de exercícios que podem ser feitos sob supervisão adequada em uma fase não inflamatória ou aguda: treinamento de força e estabilização, alongamentos, exercícios de controle motor, pilates, treino de core, entre outros. Procure por profissionais de saúde que orientem seu caso especificamente.

*Colaboração Juliana Satake, fisioterapeuta especializada pela Unicamp e Unifesp e Ana Clara Desiderio, fisioterapeuta especializada responsável pelos atendimentos de fisioterapia na Clínica La Posture.

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