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Bursite: principais causas da lesão que atinge os ombros e como tratá-la
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O ombro é uma das articulações mais complexas do nosso corpo, que participa de grande parte dos movimentos que fazemos.
Muitas vezes, não damos muita importância à região até sentir aquela dorzinha limitante ao simplesmente levantar do braço para escovar os dentes ou estender uma roupa.
Qualquer desequilíbrio, fraqueza muscular, movimento repetitivo ou errado pode gerar desconforto nos ombros.
O que é a famosa bursite?
A bursite nada mais é que a inflamação da bursa, um tecido que recobre os tendões e tem a função de diminuir o atrito. De uma forma simplificada, ela é como se fosse uma almofada de proteção composta por um líquido lubrificante que não deixa os componentes do ombro se chocarem ou se desgastarem.
A bursa não está localizada apenas nos ombros, mas também em outras grandes articulações como joelhos, cotovelos, quadril e tornozelos. Para se ter ideia, existem mais de 150 bursas em diversas partes do corpo, mas a bursite no ombro é mais comumente encontrada, também chamada de bursite subacromial.
Na bursite há aumento do líquido sinovial, gerando dor principalmente em movimentos que envolvam a abertura, rotação externa e elevação de ombro.
Geralmente, pessoas que fazem trabalhos nos quais os braços ficam muito tempo acima da linha dos ombros (professores e pintores, por exemplo) ou atletas que fazem movimentos repetitivos, como na natação, possuem maior predisposição à lesão.
Um estudo mostrou que 80% dos nadadores profissionais apresentavam dor no ombro, causada por atrito das estruturas da articulação, podendo dar origem à bursite subacrominal.
Principais causas
Esforços e/ou movimentos repetitivos, tanto de trabalho como durante esportes;
- Manter a articulações apoiadas, por tempo prolongado, em superfícies duras;
- Pancadas;
- Uso excessivo da articulação;
- Artrose e doenças reumatológicas;
- Infecções (mais raro).
Sintomas da bursite
- Dor em todo o ombro, principalmente na região superior;
- Dor noturna;
- Inchaço;
- Rigidez e limitação de movimento, principalmente ao elevar o ombro;
- Vermelhidão
- Aumento da temperatura local
- Fraqueza muscular.
Como tratar
Muitas vezes o tratamento é simples e conservador, associando a parte médica e a fisioterapia.
- Tratamento médico: baseia-se na prescrição de medicamentos para reduzir a dor e a inflamação. Em alguns casos mais agudos e incapacitantes, podem ser realizadas infiltrações e injeções locais de corticoesteroides.
- Fisioterapia: consiste na utilização de recursos analgésicos e anti-inflamatórios durante a fase aguda, evoluindo com exercícios para ganho de movimento e fortalecimento muscular, para que a função do ombro seja reestabelecida.
Além do fortalecimento dos músculos do ombro, a melhora da postura, da mobilidade e da força da coluna também possuem papel importante na estabilização dos movimentos do ombro, melhorando a cinemática da escápula durante os movimentos.
Após a alta da fisioterapia, o ideal é manter as correções e o fortalecimento muscular, para evitar recidiva e prevenir lesões futuras.
Pode-se agregar na rotina exercícios de fortalecimento e correções posturais o Pilates, que trabalha musculaturas profundas que irão ajudar no fortalecimento, na mobilidade e na estabilidade muscular de forma global, evolvendo todas as estruturas importante para o bom funcionamento do ombro.
Dicas para evitar a bursite
- Realizar pausas durante o trabalho ou atividade de esforço repetitivo;
- Ajustes ergonômicos;
- Combater o sedentarismo e manter uma rotina de exercícios que trabalhe também o fortalecimento da musculatura do ombro;
- Preparar a musculatura para o trabalho ou esporte, com exercícios de aquecimento e alongamento;
- Utilizar posturas que não sobrecarreguem as suas articulações.
Em casos de dor, procure sempre por um profissional de saúde para orientação adequada. O diagnóstico precoce evita outras lesões e ajuda na evolução e melhora dos sintomas.
Dúvidas comuns
A bursite tem associação com a tendinite?
Sim, os dois problemas geram os mesmos sintomas e, muitas vezes, estão associadas com a síndrome do impacto, que causa o aumento do atrito entre as articulações, gerando a inflamação local do tendão e da bursa.
Por que gera dor noturna?
Durante o dia, quando passamos a maior parte do tempo em pé ou sentados, a gravidade aumenta o espaço entre o osso e os tendões, diminuindo o atrito. Já durante a noite, quando estamos deitados, o ombro fica em uma posição que aumenta o atrito, podendo ocasionar o aprisionamento dos nervos, gerando dor.
Com colaboração de Renata Luri, fisioterapeuta doutorada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e Ana Desiderio, fisioterapeuta especializada em ortopedia, responsável pelo setor de fisioterapia na Clínica La Posture.
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