Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Quer começar a treinar de manhã? Veja 5 táticas para acordar com disposição
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Treinar pela manhã é uma das melhores formas de fazer com que a atividade física vire um hábito. Motivo: nesse momento do dia não há compromissos que nos impedem de treinar.
Mas nem todo mundo tem disposição para sair da cama logo cedo. É seu caso? Um estudo publicado no periódico PLOS One mostrou que uma maneira fácil de conseguir acordar bem é trocar o som do despertador por uma música que você goste muito, e começar a cantar assim que ela tocar. A explicação é que o alarme do despertador pode confundir nossa atividade cerebral ao acordar, enquanto o som de uma música pode ajudar em uma transição mais eficaz do sono para a vigília.
"Ah, Paola. Mas se eu sair cantando às 6h da manhã vou acordar toda a casa!" É verdade, mas há outras táticas para você conseguir levantar da cama e fazer exercícios. Veja!
Observe seu horário de sono
Você vai se deitar e se levanta na mesma hora todos os dias ou isso varia? Se o seu momento de dormir for inconsistente, seu ritmo circadiano (ou relógio interno que regula os padrões de sonolência e estado de alerta) estará fora de sintonia.
De acordo com a National Foundation of Sleep, seguir um horário regular de sono pode fazer com que você adormeça mais facilmente e acorde mais disposto. Uma publicação da revista Sleep concluiu que o ideal é dormir de sete a oito horas por noite. Organize-se para cumprir essa cota, indo dormir e acordando sempre no mesmo horário (inclusive nos fins de semana).
Não use o botão soneca
Tirar sonequinhas de 5 ou 10 minutos após o despertador tocar não compensa. Esse tempo é muito pequeno para um ciclo completo de sono e seu corpo é surpreendido com outro despertar. Assim, você acaba confundindo seu cérebro, podendo ficar ainda mais cansado —e ainda pode perder a hora.
Respire e alongue
Nas minhas aulas de ioga, a professora nos orienta a nos deitarmos por 10 minutos e meditar. Nesse tempo, acabamos cochilando e revigorando toda a nossa energia e interiorizando tudo o que fizemos em aula.
Ao fim desses 10 minutos, ainda de olhos fechados, respiramos profundamente, ouvimos mantras, pensamos positivamente e realizamos alguns movimentos de alongamento, para despertar o corpo. Só quando vamos nos sentar é que abrimos os olhos.
Faça o mesmo ao acordar, por cerca de 2 minutos: inspire e expire profundamente, alongue o corpo (deitado ou sentado) e pense em coisas positivas, tudo de olhos fechados. Com as respirações profundas, seu organismo recebe grande oferta de oxigênio, melhorando sua circulação e seus níveis de energia.
Beba água
Nosso corpo tende a perder perder um litro de água durante a noite, dependendo do nível de umidade em seu quarto e de seus padrões respiratórios. Como a água transporta oxigênio para os músculos e o cérebro, a desidratação pode levar à tontura e fadiga física e mental. Para reabastecer suas células, beba pelo menos um copo de água ao acordar.
Deixe a luz do sol entrar
Tem muita gente que dorme na escuridão total e não deixa a claridade da manhã entrar. Mas, para organizar nosso ritmo circadiano, é importantíssimo que nosso organismo entenda o dia e a noite - afinal, a luz do sol auxilia no controle da melatonina —que começa a ser produzida quando escurece e nos induz ao sono. Pela manhã, acontece o contrário. A luz inibe a produção de melatonina e despertamos.
Portanto, procure deixar a cortina um pouco aberta, para a claridade entrar no seu quarto e seu cérebro entender que é hora de acordar. Ainda está escuro quando você se levanta? Ligue uma luz de LED azul ou branca fria, pois pesquisas mostram que a melatonina diminui significativamente quando as pessoas são expostas a luzes enriquecidas com azul, melhorando significativamente a disposição.
Aproveite os benefícios de se movimentar pela manhã
Uma revisão de estudos publicada na revista científica Fatigue mostrou que o exercício aumenta instantaneamente o estado de alerta e diminui a fadiga. Ao movimentar o corpo logo cedo, você aumentará o transporte de oxigênio para o corpo todo, elevando sua energia e disposição.
Referências:
NIH. National Center on Sleep Disorders Research. Disponível em: https://www.nhlbi.nih.gov/about/divisions/division-lung-diseases/national-center-sleep-disorders-research
Conor J Wild, Emily S Nichols, Michael E Battista, Bobby Stojanoski, Adrian M Owen, Dissociable effects of self-reported daily sleep duration on high-level cognitive abilities, Sleep, Volume 41, Issue 12, December 2018, zsy182, https://doi.org/10.1093/sleep/zsy182
McLellan TM, Caldwell JA, Lieberman HR. A review of caffeine's effects on cognitive, physical and occupational performance. Neuroscience & Biobehavioral Reviews. Volume 71, December 2016, Pages 294-312
Riby LM. The joystick of Spring: changes in mental alertness and Brain function. Hogrefe content. 2013. https://doi.org/10.1027/1618-3169/a000166
Hayashi M., Uchida C., Shoji T. and Hori T. (2004), The effects of the preference for music on sleep inertia after a short daytime nap. Sleep and Biological Rhythms, 2: 184-191. https://doi.org/10.1111/j.1479-8425.2004.00142.x
Choi, K., Shin, C., Kim, T. et al. Awakening effects of blue-enriched morning light exposure on university students' physiological and subjective responses. Sci Rep 9, 345 (2019). https://doi.org/10.1038/s41598-018-36791-5
McFarlane SJ, Garcia JE, Verhagen DS, Dyer AG (2020) Alarm tones, music and their elements: Analysis of reported waking sounds to counteract sleep inertia. PLOS ONE 15(1): e0215788. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0215788
Meesters Y, Winthorst WH, Duijzer WB, Hommes V. The effects of low-intensity narrow-band blue-light treatment compared to bright white-light treatment in sub-syndromal seasonal affective disorder. BMC Psychiatry. 2016 Feb 18;16:27. doi: 10.1186/s12888-016-0729-5. PMID: 26888208; PMCID: PMC4758137.
Bryan D. Loy, Patrick J. O'Connor & Rodney K. Dishman (2013) The effect of a single bout of exercise on energy and fatigue states: a systematic review and meta-analysis, Fatigue: Biomedicine, Health & Behavior, 1:4, 223-242, DOI: 10.1080/21641846.2013.843266
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.