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Linfedema gera inchaço e dor; veja como exercício minimiza problema
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Formado por tecidos, vasos e órgãos, o sistema linfático trabalha para mover um fluido aquoso e incolor (a linfa) de volta ao sistema circulatório, isto é, sua corrente sanguínea.
De acordo com a Cleveland Clinic, cerca de 20 litros de plasma fluem pelos nosso vasos sanguíneos todos os dias. Depois de entregar nutrientes às células e tecidos do corpo e receber seus resíduos, cerca de 17 litros são devolvidos à circulação por meio das veias. Os três litros restantes penetram nos capilares e nos tecidos do corpo. O sistema linfático coleta esse fluido, agora chamado de linfa, e o move até a corrente sanguínea.
As três principais funções do sistema linfático são:
- manutenção do equilíbrio de fluidos;
- facilitar a absorção de gorduras dos alimentos no trato gastrointestinal para a corrente sanguínea, para metabolismo ou armazenamento;
- aprimoramento e facilitação do sistema imunológico.
O que é o linfedema
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, o linfedema é uma doença crônica que ocorre quando o sistema linfático não funciona bem e há um acúmulo anormal da linfa logo abaixo da pele, geralmente no braços ou nas pernas. O problema pode ser genético ou causado por uma lesão ou doença.
Sintomas
- inchaço excessivo nos braços ou nas pernas, sendo que os dedos das mãos ou dos pés podem reter líquidos e inchar, além dos tecidos da cabeça e pescoço
- limitação da amplitude do movimento, por causa do inchaço na região
- fadiga ou uma dor incômoda na área afetada
- mudanças na pele, como descoloração, além de bolhas, vazamento de fluido e infecção
- Dor de ouvido, congestão nasal e visão prejudicada, quando o problema ocorre na cabeça e no pescoço
Como tratar e os benefícios da atividade física
Pessoas com linfedema devem sempre buscar um médico para diagnóstico e tratamento, sendo que os principais objetivos do tratamento são reduzir o inchaço o mais cedo possível e manter a amplitude de movimento e a função da área afetada. Veja algumas práticas recomendadas:
Terapias compressivas A compressão do membro afetado estimula os fluidos linfáticos a se moverem, mantendo um padrão circulatório próximo ao normal. Roupas compressivas mantêm a pressão contínua na área inchada, reduzindo o volume do membro, diminuindo o estresse na pele e melhorando a mobilidade. Seu médico poderá sugerir peças com um determinado grau ou nível de compressão, conforme a gravidade do inchaço.
Compressão pneumática Envolve coletes ou mangas que são programados para inflar e desinflar, comprimindo a região afetada para estimular o fluxo adequado de fluido linfático.
Drenagem linfática Tipo de massagem terapêutica realizada por um profissional qualificado em linfedema. A manipulação de tecidos permite que os fluidos linfáticos drenem mais livremente. Não faça drenagem manual se tiver algum tipo de lesão ou infecção na pele.
Prática de exercícios A atividade física pode ajudar a controlar a disfunção linfática. Durante o treino, os músculos contraem e essas contrações pressionam os vasos linfáticos, ajudando o fluido a se mover pelos vasos e reduzindo o inchaço. Estudos indicam que o exercício pode melhorar a amplitude de movimento e a força do(s) membro(s) afetado(s), bem como a aptidão geral e a qualidade de vida funcional, e pode ser realizado sem exacerbar os sintomas do linfedema. Minimamente, alguns exercícios indicados são:
- Exercícios simples de amplitude de movimento, como flexões de joelho ou rotações de punho, são projetados para manter a flexibilidade e a mobilidade.
- Exercícios repetitivos leves também podem impedir que o líquido se acumule em seus braços
- Realizar de 20 a 30 minutos de exercício na maioria dos dias da semana.
Referências:
Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). Linfedema. Disponível em: https://sbacv.org.br/linfedema/
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