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Sentindo cansaço excessivo? 8 motivos que podem fazer você estar assim
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Faltam poucos dias para acabar 2022 e como você está se sentindo nessa reta final? Para muitos esse é um período de esgotamento e exaustão, em que o corpo pede descanso. Com o acúmulo dos acontecimentos que marcaram o ano, os compromissos pessoais e do trabalho, tarefas do dia a dia e os preparativos para celebrações de Natal e Ano Novo, é natural nos sentirmos cansados.
Porém, como saber que o sintoma pode ser indício de que a saúde precisa de atenção extra?
Quando devemos nos preocupar
Sabe aqueles dias em que, mesmo que você se esforce, o ânimo e a disposição não aparecem? O corpo parece pesado, os olhos têm dificuldade de permanecerem abertos, o rendimento e a produtividade são quase zero.
Essa sensação de fadiga intensa pode ser normal, especialmente quando temos alguma alteração recente na rotina, como uma viagem, festas de confraternização em dias consecutivos, preocupações que geram noites mal dormidas e até mesmo um descuido maior com a alimentação.
No entanto, à medida que nos permitimos descansar e dar a chance do organismo se recuperar, a tendência é voltarmos a ter energia novamente.
O alerta surge quando o cansaço extremo se torna frequente e passa a interferir na realização de atividades diárias simples, isso mesmo com noites inteiras de sono. Se essa exaustão durar mais do que uma ou duas semanas, sem nenhuma melhoria ou explicação evidente, o quadro pode ser sinal de um problema de saúde subjacente que merece ser investigado.
Responda as seguintes perguntas:
- Atividades rotineiras, como carregar compras, arrumar a cama ou varrer a casa desgastam muito você? Você se sente extremamente cansado, mas ainda assim tem dificuldades para dormir? Tem adormecido involuntariamente durante o dia com frequência?
É importante lembrar que se sentir cansado é uma experiência subjetiva e pessoal. No entanto, se a resposta foi sim para as questões acima e isso vem se estendendo por um período mais longo sem que haja uma justificativa clara, talvez seja hora de buscar uma avaliação médica para entender o que está acontecendo.
O cansaço ou fadiga profundos são sintomas inespecíficos que podem estar associados a uma série de condições, tais como: problemas na tireoide, deficiências de vitaminas ou nutrientes (a exemplo da anemia), depressão, distúrbios do sono, síndrome de burnout, doenças autoimunes (como doença celíaca e esclerose múltipla), infecções (entre gripes, resfriados e outras viroses), doenças cardiovasculares e até um ataque cardíaco iminente.
Aqui vale destacar que condições e fatores de risco que envolvem o coração e podem evoluir para complicações no órgão também são capazes de causar a fadiga ou ter o sintoma como um indício de agravamento. Por isso, vamos listar abaixo alguns dos mais importantes.
1. Doenças cardiovasculares
Se o coração não está saudável, todo o corpo é afetado. Em resumo, o coração é responsável por bombear sangue pelo corpo, levando oxigênio e nutrientes a todos os órgãos e tecidos. Quando não trabalha tão eficientemente quanto o esperado, o corpo tem que se adaptar para que tudo continue em funcionamento. O organismo passa então a priorizar o envio do sangue para o que é "mais importante" e deixa outros locais menos abastecidos.
Quando o sangue não consegue chegar ao cérebro, pulmões e músculos suficientemente, um dos resultados é a fadiga constante e implacável, muitas vezes acompanhada de fraqueza, vertigem e confusão.
Nessas situações, as câmaras cardíacas também reagem alongando-se temporariamente para reter mais sangue, o que pode enfraquecer os músculos do coração e reduzir ainda mais sua capacidade de bombeamento.
Isso explica por que alguns casos de cansaço intenso e prolongado devem gerar uma preocupação com o coração. Quadros de fadiga extrema podem, portanto, sinalizar o que chamamos de insuficiência cardíaca. E esse é só um dos exemplos. Há diversas outras questões que podem reduzir a força do coração de forma gradativa, gerando o cansaço, entre elas a doença arterial coronariana, doença arterial periférica e o coração dilatado.
2. Disfunções da glândula tireoide
A glândula tireoide é responsável por controlar o metabolismo do corpo por meio da liberação de hormônios. Alterações na produção afetam todo o organismo, inclusive o coração, que sofre direta e indiretamente. Tanto o excesso dessas substâncias (hipertireoidismo) como a deficiência (hipotireoidismo) influenciam no sistema cardiovascular e seus fatores de risco, em especial na função cardíaca, nos vasos sanguíneos e nos níveis de pressão arterial e colesterol.
A força de contração do músculo e a frequência dos batimentos do coração são alguns dos aspectos que sofrem a interferência dos hormônios tireoidianos. Uma disfunção da glândula tireoide pode elevar o risco de aterosclerose, insuficiência cardíaca e o infarto. Entre os principais sintomas do hipotireoidismo está a fadiga constante, sonolência e lentidão; para quem tem hipertireoidismo, a fadiga extrema vem geralmente acompanhada de insônia.
3. Depressão
A saúde mental também tem efeitos fisiológicos sobre o corpo. Transtornos na mente podem influenciar o funcionamento de órgãos, como o coração. Um exemplo é a depressão, distúrbio que leva a diversas questões emocionais e físicas. Importante ressaltar que as pessoas experimentam a depressão de maneiras diferentes.
Por isso, o fator desencadeador, tempo de duração, sintomas e consequências também variam. No entanto, entre os indícios mais comuns está a sensação de cansaço extremo, tristeza, dificuldade de concentração, alterações no sono, isolamento social e incapacidade de desempenhar atividades corriqueiras.
Pessoas deprimidas ainda se tornam propensas a fumar e consumir bebidas alcoólicas, não praticar exercícios, deixar de lado os cuidados com a alimentação, dormir pouco ou em excesso, não tomar medicamentos prescritos ou exagerar em remédios por conta própria, pontos que podem contribuir para a sensação de desânimo e cansaço.
Com o tempo, o risco de complicações cardiovasculares fica maior. O cenário pode gerar efeitos capazes de desencadear uma crise hipertensiva, arritmias, doença arterial coronária e até um infarto.
4. Diabetes
O diabetes tipo 2 é uma doença metabólica crônica. Uma condição em que o organismo não consegue utilizar adequadamente a insulina que produz, fazendo com que o nível de glicose no sangue fique alto. Em condições normais, de acordo com as necessidades do momento, a glicose é utilizada como combustível para as atividades do corpo ou fica armazenada como reserva, em forma de gordura. Esse controle mantém em níveis normais a glicose no sangue.
Entre os diabéticos, as células adiposas e musculares não conseguem aproveitar completamente o hormônio liberado pelo pâncreas (responsável pela regulação da insulina) e a glicose passa a ser utilizada de modo ineficaz pelo organismo. O que gera um desgaste metabólico e pode contribuir para a falta de energia.
Vale ressaltar que o diabetes tipo 2 não apenas potencializa as chances de complicações cardíacas como geralmente vem associado aos principais fatores de risco para as doenças que acometem o coração, como obesidade, pressão e colesterol altos.
5. Pressão alta
Embora seja frequentemente chamada de "inimigo silencioso", uma vez que para muitos não causa nenhum sintoma, a pressão arterial alta ou hipertensão é outra condição que pode fazer um indivíduo se sentir extremamente cansado, geralmente de forma repentina. Outros possíveis sinais são: sensação de fraqueza, dor de cabeça (especialmente na nuca), falta de ar, palpitações, tonturas e vista turva.
A pressão tida como normal é máxima de 12 e mínima de 8 (120 x 80 mmHg). Para ser considerado um quadro de hipertensão, ela deve alcançar 14 por 9 ou mais (140 x 90 mm Hg).
Se isso acontecer, o coração estará trabalhando mais para bombear o sangue na corrente sanguínea, que passa então a circular com velocidade e força além das que seriam recomendáveis. E aí, os danos são perigosos se os níveis não forem controlados.
6. Sedentarismo
O sedentarismo entra nesta lista em dois diferentes aspectos. O primeiro, como causa: a falta de estímulos musculares, nas articulações e no fluxo sanguíneo gera redução da capacidade cardiopulmonar e um consequente cansaço. Segundo, ao pensarmos no sedentarismo como consequência da falta de exercícios físicos regulares.
A inatividade reduz os estímulos hormonais, como a produção de serotonina (o hormônio da felicidade), o que pode resultar em desânimo e prostração. Além disso, o sedentarismo é capaz de provocar uma maior retenção de líquidos e toxinas no organismo, indutores de cansaço e desânimo, e contribuir no aumento do peso e da circunferência abdominal.
7. Distúrbios do sono
Dormimos essencialmente para promover ao corpo um momento de recuperação, um período para que se recarregue para o dia seguinte. Durante o sono, o organismo entra num estado de compensação de energia —os batimentos cardíacos são reduzidos assim como a pressão arterial.
Ao dormir horas a menos do que o necessário ou quando dormimos mal não é possível fazer essa pausa. Noites mal dormidas geram cansaço, estresse e irritabilidade, estimulando a liberação de cortisol.
A exaustão e sonolência diurna podem servir de alerta para o descanso de má qualidade, e o problema deve ser investigado especialmente se ocorrer com frequência.
As alterações geradas pelo sono insatisfatório podem aumentar o trabalho do coração e a possibilidade do desenvolvimento de fatores de risco, como hipertensão, diabetes, colesterol e obesidade, além do aparecimento ou agravamento de problemas cardiovasculares.
A apneia, distúrbio respiratório que acontece ao dormir, representa um dos maiores inimigos da boa qualidade do sono e também está relacionada aos riscos que envolvem o coração. Além de interromper o sono ao longo da noite, pode prejudicar a oxigenação do sangue e liberar substâncias que provocam a vasoconstrição, elevando os níveis da pressão sanguínea.
8. Síndrome de burnout
O burnout ou síndrome do esgotamento profissional é uma reação causada pela pressão, cobranças e excesso de atividades na rotina de trabalho. Até chegar ao burnout, o corpo percorre um longo caminho e costuma enviar sinais para avisar que algo não vai bem e, assim, evitar um colapso.
Diferentemente de um cansaço normal, a exaustão motivada pela síndrome se manifesta por meio de alguns sintomas, entre eles: fadiga crônica, esgotamento, desânimo, falta de energia, desejo de se isolar, sensibilidade a ruídos sonoros, insônia e outros distúrbios do sono, dores, tremores, problemas gastrointestinais, falta ou excesso de apetite, dificuldade de concentração, irritabilidade e apatia. Há tendência do surgimento da depressão.
A condição se caracteriza por um alto nível de estresse crônico que provoca no corpo a liberação de grande quantidade de hormônios, como a adrenalina e o cortisol, responsáveis por aumentar o ritmo da respiração e da frequência cardíaca, alterar a pressão, o colesterol e até aumentar o nível de insulina, causando um desequilíbrio em todo o sistema metabólico. O burnout está associado a um maior risco de doenças no coração e eventos cardiovasculares.
Atenção extra entre as mulheres
Estudos apontam que um dos principais sintomas de ataque cardíaco para as mulheres é o cansaço ou fadiga extrema, abrupta e inesperada, seguida por um desconforto ou aperto no peito e falta de ar.
Uma pesquisa da Associação Americana do Coração (2003) sobre os sinais mais frequentes entre as mulheres que passaram por um infarto revelou: 70% das mulheres experimentaram cansaço incomum e 48% notaram que tinham distúrbios do sono. Algumas chegaram a experimentar esses sintomas até um mês antes do ataque cardíaco.
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