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Paulo Chaccur

REPORTAGEM

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O que faz nossa pressão cair? Saiba o que provoca a queda e quais os riscos

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Imagem: iStock

Colunista de VivaBem

12/02/2023 04h00

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Quem já passou por uma situação de queda de pressão sabe: quando o mal-estar se manifesta no corpo, você até percebe que algo errado está acontecendo, mas em muitos casos não demora muito para uma fraqueza intensa chegar e provocar um apagão. E você sabe por que exatamente isso ocorre?

O desmaio pode ser consequência da queda da pressão sanguínea em decorrência, por exemplo, da diminuição do nível de açúcar no sangue, jejum prolongado, falta de hidratação adequada, muito esforço físico, situações de alto desgaste emocional ou estresse, aglomerações e exposição ao calor excessivo.

Se o episódio for pontual, não há motivos para preocupação. No entanto, casos de desmaios e queda de pressão recorrentes podem indicar um problema mais grave que precisa ser investigado.

Como sabemos que a pressão está baixa?

Para entendermos a questão, primeiro é preciso esclarecer o que determina a pressão arterial: ela é resultado da quantidade de sangue que o coração bombeia para todo o organismo e do nível de dificuldade encontrado para que ele circule através das artérias.

Isto é, quanto mais sangue o coração distribuir e quanto mais estreitas são as artérias, maior será a força exercida pelo sangue contra a parede desses vasos para conseguir circular. Mais alta será então a pressão arterial.

A pressão é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e classificada como:

Pressão sistólica - quando o coração se contrai para expulsar o sangue de seu interior. A pressão nas artérias atinge o valor máximo.

Pressão diastólica - quando a musculatura cardíaca relaxa para permitir que o sangue volte a encher suas cavidades. A pressão cai para seus valores mínimos.

Por exemplo, uma pressão arterial de "140 sobre 90" ou 140/90mmHg, significa que você tem uma pressão sistólica de 140mmHg e uma pressão diastólica de 90mmHg.

De modo geral, em condições normais, o índice da pressão arterial deve permanecer em 120/80 mmHg; acima desse valor, já podemos dizer que a pressão está alta. Um quadro de pressão baixa tem índices inferiores a 90/60mmHg —ao que damos o nome de hipotensão.

Quais os sinais de que a pressão caiu?

Normalmente, o organismo consegue controlar de forma automática a pressão para evitar que ela caia demais. Quando percebe a alteração, passa a compensar, acelerando o ritmo cardíaco ou estreitando os vasos sanguíneos. Os sintomas de hipotensão ocorrem quando não é possível efetuar eficientemente essa compensação.

Entre os principais sinais, podemos destacar: confusão, suor frio, diminuição da coloração da pele (palidez), princípios de dor de cabeça, náusea, vômito, visão embaçada ou distorcida, respiração rápida e rasa, fraqueza, cansaço, tontura ou vertigem e desmaio.

Os efeitos e a gravidade do quadro dependem muito do que causou a queda da pressão, de quão rápido ela ocorreu e com qual frequência se repete.

Quedas bruscas e seguidas tendem a indicar que certas partes do corpo não estão recebendo fluxo sanguíneo suficiente. Isso pode ter efeitos desagradáveis, perturbadores ou mesmo perigosos e, às vezes, até fatal —uma pressão extremamente baixa pode reduzir os níveis de oxigênio do corpo e levar a lesões no coração e no cérebro.

Causas

A queda recorrente da pressão sanguínea baixa pode ser provocada como efeito colateral de alguns medicamentos de uso regular ou por uma série de condições e questões de saúde subjacentes, especialmente quando ela cai repentinamente ou ocorre com sintomas.

Nessa lista incluímos gravidez, anemia, quadros de desidratação, perda de grandes volumes de sangue, doenças relacionadas a hormônios (desordens endócrinas) ou ao sistema nervoso central (como a doença de Parkinson), infecções severas (septicemia), reações alérgicas graves (anafilaxia) e problemas cardiovasculares.

Entre as condições que envolvem o coração, a insuficiência cardíaca, doença da válvula cardíaca, um infarto ou ainda uma frequência de batimentos extremamente baixa (a bradicardia) são alguns dos exemplos que podem causar a queda da pressão.

Além disso, fatores de risco para o coração, como o baixo nível de açúcar no sangue (hipoglicemia) e o diabetes também são capazes de provocar a hipotensão.

Esteja atento

Por isso, é de extrema importância investigar o que está motivando a baixa pressão arterial para que ela possa ser devidamente monitorada e receber os cuidados necessários. O tratamento geralmente começa com a descoberta de o porquê isso estar ocorrendo. Se a causa for tratável diretamente, a hipotensão normalmente melhora por si só. E fica o alerta: a hipotensão pode afetar pessoas de qualquer idade.

Vale lembrar ainda que há casos assintomáticos (ou sem sintomas perceptíveis), em que o indivíduo sequer tem conhecimento de que a pressão arterial está baixa, a menos que ela seja medida.

Por isso, o check-up regular é indispensável. Só assim conseguimos detectar problemas em estágio inicial e evitar complicações futuras. Além disso, é importante estar sempre atento aos hábitos alimentares e a ingestão de água, assim como a prática de exercícios físicos. Além da pressão, são cuidados essenciais para a saúde de modo geral.

O que fazer se perceber alguém com pressão baixa?

Se alguém próximo a você relatar os sintomas descritos e der indícios de que pode sofrer um desmaio, o ideal é tentar deitar a pessoa e auxiliar para que coloque as pernas para cima a fim de ajudar na circulação do sangue. Se possível, dê água em abundância e algum alimento salgado.

Porém, aqui é preciso estar atento ao "truque" de colocar sal diretamente embaixo da língua. Isso porque, embora seja mais comum em quedas de pressão, é possível que o desmaio também ocorra em casos de pressão alta (hipertensão), para os quais o sal pode ser muito perigoso.