Verônica Laino

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Opinião

Ômega 3: benefícios para a saúde e como identificar um bom suplemento

O ácido graxo ômega 3 é um tipo de gordura poli-insaturada saudável e essencial, que nosso corpo não consegue produzir em quantidades adequadas, por isso é necessário seu consumo a partir da alimentação.

Boas fontes são peixes oleosos de águas frias e profundas, como salmão, sardinha, anchova, cavala e arenque, além de sementes como linhaça. Esses alimentos são ricos em três ácidos graxos: EPA, DHA e ALA.

O ômega 3 é essencial para a vida porque é fonte primária de energia para nossas células e serve como estrutura para elas.

Antigamente, não era um suplemento tão visado pois consumíamos em nossa dieta a mesma quantidade de ômega 3 e de ômega 6. No entanto, a dieta atual teve uma mudança grande fazendo com que as pessoas ingiram 15 vezes mais ômega 6 do que ômega 3 —e aqui que começa o problema, pois o ômega 3 não consegue exercer a função protetora para o nosso organismo.

Por isso é tão importante melhorar a qualidade da nossa dieta, reduzindo o consumo de alimentos ricos em ômega 6, como os óleos refinados e gorduras vegetais adicionadas em diversos alimentos industrializados, ao mesmo tempo em que devemos aumentar o consumo de ômega 3.

Os benefícios de ter uma boa proporção de ômega-3 no organismo são diversos, hoje vou citar os que considero mais importantes:

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Imagem: Maskot/Getty Images

Ajuda no tratamento da depressão

O uso de ômega 3 é extremamente importante no tratamento da depressão, principalmente do transtorno depressivo maior (TDM), isso porque foi observado que a inflamação no cérebro pode interferir na forma que os neurônios interagem com os neurotransmissores: serotonina, dopamina e norepinefrina, que são responsáveis pela percepção das emoções.

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Ao usar o ômega 3 em conjunto com os medicamentos, foi observado uma melhora no tratamento quando comparado ao grupo que usou apenas o medicamento, principalmente em pacientes obesos que apresentam uma inflamação corporal maior.

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Imagem: iStock

Reduz risco de câncer de mama

No câncer de mama observamos uma maior produção de citocinas inflamatórias, e pesquisas mostram que o papel do ômega 3 está relacionado à produção de mediadores lipídicos bioativos, que além de afetarem a sinalização celular relacionada ao câncer de mama, também são importantes na resolução de processos inflamatórios.

A suplementação contendo quantidades superiores a 300 mg de EPA em mulheres acima de 50 anos foi capaz de reduzir 32% os riscos de câncer de mama.

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Reduz inflamações que levam ao Alzheimer

O Alzheimer é conhecido por um declínio cognitivo e perda de memória progressiva. Isso leva a um comprometimento no metabolismo das proteínas conhecidas como b-amiloides, o que leva ao acúmulo de placas fora da célula. Esse acúmulo aumenta a inflamação. O consumo de DHA em conjunto com os medicamentos para Alzheimer mostraram uma redução dessa inflamação, principalmente nos estágios iniciais do comprometimento cognitivo.

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Imagem: iStock

Combate a síndrome metabólica

Um dos efeitos colaterais do sobrepeso e da obesidade é a inflamação crônica de baixo grau. O excesso de tecido adiposo leva a consequências que, juntas, levam à síndrome metabólica, são elas: resistência à insulina, lipídeos elevados, hipertensão e alterações metabólicas significativas pro corpo.

A dosagem para esse grupo precisa ser alta, em torno de 900 mg de EPA, ou ainda uma dosagem menor de EPA em conjunto com uma dosagem alta de 1,9 g de ALA (que é o ômega3 de origem vegetal). O consumo da suplementação mostrou uma redução na pressão arterial, melhora da sensibilidade à insulina, redução da glicose e aumento das citadinas protetoras.

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Imagem: Gracia Lam/The New York Times

Preserva os músculos

A sarcopenia atinge 50% da população acima dos 80 anos. Na condição, há perda de massa, força e função muscular. O consumo de 1,8 g de EPA e 1,5 g de DHA durante seis meses mostrou em um estudo clínico um aumento do volume, forca e potência muscular.

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Imagem: iStock

Protege a saúde cardiovascular

O consumo de EPA e DHA na dieta estão associados a uma menor incidência de infarto do miocárdio fatal. Estima-se que o consumo de ômega 3 reduz em 20% o risco de morte por qualquer causa; 30% por doenças cardíacas; e 45% por morte súbita, o que é extremamente impressionante já que nenhum outro remédio apresenta uma redução tão significativa.

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Imagem: iStock

Como escolher o suplemento

Quando vamos comprar o suplemento à base de ômega 3 precisamos ficar atentos a vários aspectos, principalmente a proporção e concentração de EPA e DHA por cápsula, além de sua pureza.

O ideal é buscar cápsulas com maior concentração, assim é preciso ingerir menos cápsulas por dose. Eu gosto sempre de orientar meus pacientes a comprar aqueles que no mínimo metade da cápsula seja de ativos, então em uma cápsula de 1000 mg você precisa ter no mínimo 500 mg de EPA + DHA, quanto maior a concentração, melhor.

Por isso, fique atento ao ômega 3 barato, Normalmente, uma cápsula de 1000 mg vai ter em média 300 mg de EPA + DHA, com isso, serão necessárias mais cápsulas para atingir a dose e no final das contas o que era barato se torna caro, pois não rende.

Outro ponto importante é que o ômega 3 tenha o certificado do The International Fish Oil Standards (na embalagem você encontra um selo escrito: IFOS), que é referência mundial no controle de qualidade do ômega 3, certificando que o suplemento é puro e livre de metais pesados e contaminantes como PCBs e dioxinas, além de estar cumprindo as normas de segurança para contaminantes ambientais e avaliação dos níveis de oxidação do óleo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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