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Victor Machado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Entenda por que tomar muito café pode aumentar a ansiedade

Xícara de café - Getty Images/iStockphoto
Xícara de café Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colunista do UOL

14/06/2021 04h00

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O hábito de consumir um cafezinho ao acordar, junto de uma leitura, logo após as refeições ou até mesmo em encontros já é algo tradicional e faz parta da rotina de muitas pessoas.

Apreciar o café se popularizou na Turquia durante o século XIV, se tornando assim um ritual de socialização. Dando continuidade à história da bebida, no Brasil, a partir do inicio do século XX, o café passou a ser o principal produto de de exportação e atualmente o Brasil é um dos principais produtores de café do mundo.

Devido a sua popularidade, o café passou a ser uma bebida muito estudada no âmbito da saúde, esporte e alta performance. Sendo utilizada como estratégia para se manter alerta e com mais disposição para estudar e/ou trabalhar. Dessa forma, o café, para muitas pessoas passou a ser um tiro no pé devido o excesso do seu consumo.

Para pessoas que já sofrem de sintomas de ansiedade, o café por ser um estimulante do sistema nervoso central, acaba aumentando esses sintomas. O cortisol, conhecido como "hormônio do estresse", é estimulado pela presença da cafeína, o que pode provocar nervosismo, irritabilidade. Algo que vai contra o objetivo de estar mais alerta e com mais produtividade.

Esses efeitos do café dependem muito da forma como cada pessoa metaboliza a cafeína pelo organismo. Indivíduos considerados metabolizadores rápidos conseguem eliminar a cafeína mais rapidamente e ainda receber os benefícios provenientes do café, como o efeito antioxidante.

Já outras pessoas que metabolizam a cafeína mais lentamente, tentem a permanece com ela mais tempo no organismo podendo levar ao efeito de vasoconstrição, ou seja, aumento da pressão sanguínea. Consequentemente os outros sintomas como a agitação, dores de cabeça, taquicardia e falta de concentração podem aparecer apenas com uma xícara de café.

O que acontece é que se você metaboliza a cafeína lentamente, então é importante ter atenção e cuidado ao consumo de café para que isso não te deixe com alguns dos sintomas citados anteriormente. Nesses casos, caso você goste do sabor da bebida, fica a recomendação para consumir os descafeínados ou tentar não consumir café depois das 16 horas para que não atrapalhe seu sono e seu descanso.

Para os metabolizadores rápidos, muitos costumam dizer que "tomam café para dormir" já que praticamente não sentem os efeitos adversos da cafeína. Se esse é o caso, não significa que exagerar nas doses seja um bom caminho, mas fica o convite para encontrar o bom senso e o equilíbrio para o seu consumo.

Nos dias que vivemos, com as redes sociais, a pandemia e a cobrança cada vez maior para produzir e se destacar, muitos abusam do uso da cafeína além de outras substâncias estimulantes. Mas o que muitos não percebem é que se entupir de estimulantes se resume a agitação em excesso, perda de concentração, sono ruim e pouca recuperação.

Com esse ciclo sempre se repetindo, fazendo com que o excesso de cafeína seja um tiro pela culatra. As vezes desacelerar, dar um passo para trás e descansar pode ser uma estratégia para aumentar sua produtividade, além de ser mais saudável para você.

Não tem problema consumir café se fizer parte dos seus hábitos e da sua rotina. Caso você esteja utilizando em grandes quantidades, vá reduzindo aos poucos para que não tenha dores de cabeça e observe seu consumo de outros alimentos ricos em cafeínas como chocolates e refrigerantes de cola. Tente ter atenção para os sintomas que podem ser provocados pelo seu excesso e caso você utilize para esse fim de alta performance, tente ter compaixão com você e se cobrar um pouco menos dentro das suas limitações.