Cabeça a mil
27/07/2020 15h09
Estresse e ansiedade já são considerados pandemia; saiba reconhecer seus sinais e quando procurar ajuda
Ambos afetam nosso bem-estar e saúde mental de forma semelhante, têm sintomas parecidos e frequentemente andam juntos, mas não são a mesma coisa. Estamos falando do estresse e da ansiedade, males que acometem 90% e 30% da população mundial, respectivamente, segundo a Organização Mundial de Saúde.
No nosso país, a situação é ainda mais alarmante: segundo a OMS, o Brasil é o primeiro colocado no ranking da ansiedade, e só perde em estresse para o Japão.
É normal que os dois males sejam confundidos por quem sofre com seus sintomas, mas é preciso entender suas diferenças para buscar ajuda e conseguir tratá-las corretamente.
Considerado uma pandemia, o estresse é a resposta do nosso organismo a situações inesperadas, que fogem do normal — e que podem ser boas ou ruins.
Quando estamos em um estado de estresse, a nossa pressão arterial muda, nosso coração acelera e ficamos prontos pra "briga", com o intuito de nos protegermos de uma ameaça.
O problema é que, nos dias de hoje, nos deparamos com essas situações corriqueiramente, e nosso organismo não sabe distinguir o medo gerado por uma ameaça mortal da tensão gerada pelo atraso de um boleto.
Esse excesso de "alertas" pode levar a fadiga, perda de memória, apatia e crises de ansiedade e até afetar nosso sistema imunológico.
Já a ansiedade pode ser definida genericamente como "sofrimento por antecipação". Ao contrário do estresse, ela se caracteriza pela preocupação excessiva com incertezas e coisas que ainda não aconteceram.
Mesmo que não exista nenhuma ameaça real envolvida, nosso cérebro desperta o sentido de alerta e não consegue descansar.
A confusão entre as duas acontece porque seus sintomas são similares. Por exemplo: nosso coração acelera quando estamos em uma situação de alarme, mas também quando estamos preocupados com algum evento futuro.
Aqui, conheça os 6 sinais mais comuns da ansiedade e do estresse, e a melhor forma de tratá-los — ressaltando que, caso os sintomas sejam recorrentes, é preciso consultar um médico, que vai avaliar a necessidade de tratamentos e terapias.
ESTRESSE
Dificuldade para dormir
O estresse nos mantém em constante alerta e nos deixa preparados para combater qualquer coisa que esteja nos colocando em risco. Essa disfunção em nosso corpo afeta diretamente o nosso sono e pode ser responsável por insônia crônica, que vai gerar ainda mais estresse, num looping infinito.
O que fazer? Uma das formas de melhorar a qualidade do sono é através de exercícios físicos, que ajudam a equilibrar o cortisol no organismo, hormônio ligado ao estresse. Também é uma forma de se desconectar temporariamente dos problemas que estão afetando o seu sono. Mas é importante malhar até quatro horas antes de dormir, para não ter o efeito contrário.
Acne
Um dos sintomas mais visíveis do estresse é o aparecimento de erupções na pele. Isso ocorre por nossas variações hormonais e o constante toque no rosto durante situações estressantes.
O que fazer? Com a indicação do seu dermatologista, lave o rosto com sabonetes específicos para acne e evite espremer as espinhas, para evitar infecções.
Dificuldade em relaxar
As situações estressantes do dia a dia acabam mantendo o nosso corpo em estado de tensão, fazendo com que seja mais difícil aproveitar os momentos de lazer.
O que fazer? Procure criar uma rotina e separar o seu lazer de momentos que te causam estresse. É importante tomar cuidado e não trazer os problemas do trabalho para a sua vida pessoal.
ANSIEDADE
Constante sensação de perigo
Uma pessoa ansiosa sempre está em alerta e convive diariamente com o medo de situações ligadas aos seus gatilhos mentais.
O que fazer? Separe um tempo para meditar. Essa prática milenar ajuda a manter o foco e a acalmar o sistema nervoso. Bastam alguns minutos diários para relaxar e desacelerar.
Falta de ar
Quando estamos muito ansiosos, o corpo entra em um estado que é conhecido como "luta ou fuga", por isso o coração acelera e falta o ar.
O que fazer? Invista em técnicas de respiração e relaxamento, inspirando e expirando o ar lentamente, contando os segundos, até que tudo volte ao normal e a sensação de falta de ar pare. A meditação também ajuda a sair de crises de ansiedade.
Náuseas e dores de estômago
Em alguns casos, as crises de ansiedade são tão fortes que acabam afetando a sua saúde física. Isso ocorre porque o nosso cérebro sente que estamos em perigo e libera uma mensagem ao nosso corpo para que ele possa se defender.
O que fazer? Em situações como essa, onde a ansiedade já tomou totalmente o controle, é necessário buscar auxílio médico, para que ela não afete ainda mais a sua saúde e o seu bem-estar.
Referências:
Ministério da Saúde
International Stress Management Association (ISMA) Brasil
The American Institute of Stress
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)
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