HIV indetectável é o mesmo que HIV intransmissível
Ao seguir o tratamento corretamente, pessoas que vivem com HIV podem ter uma vida plena e cheia de saúde
Nos últimos 40 anos, a sociedade passou por mudanças significativas. É até curioso pensar em situações de hoje em comparativo às de décadas atrás. Mas, apesar do avanço, em determinados pontos, alguns grupos pararam no tempo. Há muita gente que, em pleno 2021, ainda associa o vírus HIV ao cenário caótico da década de 1980, quando, por falta de conhecimento e sem tratamento, o diagnóstico era uma sentença de baixa expectativa de vida.
De lá para cá, os medicamentos utilizados para tratar pessoas que vivem com o HIV foram modificados. A ideia do coquetel, termo que remete a uma mistureba de dezenas de comprimidos, já não existe. A atual geração dos antirretrovirais conta com esquemas modernos. As combinações das fórmulas podem ser em um, dois ou até três comprimidos de uso contínuo e diário — o que define o melhor tratamento são as necessidades individuais de cada paciente em conversa com seu médico. Como reforça Dr. Álvaro Costa, infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), as drogas usadas em tratamentos atuais são eficazes, seguras e promovem poucos eventos adversos. E, em especial, quando usadas corretamente, mantém a pessoa indetectável.
O que é estar indetectável?
Ao receber a confirmação do diagnóstico de HIV positivo, o próximo passo é ir a um centro de referência e começar o tratamento. A descoberta precoce aumenta as chances de o sistema imunológico não ser comprometido. Funciona assim: quanto mais tempo o vírus fica no organismo sem ser combatido, mais ele avança contra as defesas do corpo. Após o uso da medicação, a quantidade de vírus começa a baixar e, com o tempo, que pode levar de algumas semanas a poucos meses, se torna indetectável.
Quando a carga está indetectável, significa que apesar de o vírus ainda existir no organismo, ele não age mais. É como se estivesse trancado em um baú — e ele assim permanecerá enquanto houver o uso correto da medicação. Na ciência, é consenso que pessoas com a carga viral indetectável há 6 meses não transmitem HIV para seus parceiros sexuais, mesmo em relações sem o uso de métodos preservativos, como a camisinha e a PrEP, a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV.
"A carga viral indetectável traz um sentimento de paz, porque além de não transmitir o vírus para ninguém, significa que estou tomando o medicamento certinho, dá uma tranquilidade saber que meu organismo está bem", comenta Diego Krausz, influenciador digital, que está indetectável há quase quatro anos.
Um olhar para o hoje
Pensar no HIV como algo feio, sujo e promíscuo é um estigma que precisa ser rompido. É essa ideia que leva ao medo da testagem e, consequentemente, impede a descoberta da doença e estimula a disseminação. Álvaro Costa salienta a necessidade de enxergarmos o HIV dentro do contexto do hoje, ou seja, uma doença crônica, tratável — ainda mais no Brasil, que conta com os melhores medicamentos do mundo — e que permite uma vida normal.
O diagnóstico de HIV não significa viver sem afeto. Também não impede de estar numa relação sorodiferente, de gestar um filho sem que haja a transmissão vertical ou de envelhecer com saúde, por exemplo. Seguindo o tratamento corretamente, é possível ter uma vida plena como a de qualquer outro ser humano que não vive com o HIV. "Assim como o mundo mudou nos últimos 40 anos, é hora de mudarmos a forma de enxergar o HIV e os preconceitos que cercam o tema", complementa o especialista.
Neste Dezembro Vermelho, a Gilead Sciences Brasil, como parte do seu compromisso de quebrar estigmas e encontrar novas soluções científicas para prevenção, tratamento e cura do HIV/Aids, apresenta conteúdos sobre a evolução da luta e do tratamento contra o HIV.
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Este conteúdo é uma produção do UOL Content_Lab para Gilead Sciences Brasil e não faz parte do conteúdo jornalístico do UOL
Publicado em Dezembro de 2021